sexta-feira, 11 de junho de 2010

Incineração: Bolieiro Lidera a Fase de Deseducação Ambiental


No passado dia 10 de Junho, o vice-presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro, que já se havia distinguido pelo apelo ao incremento da tortura animal, defendendo as corridas picadas, perante uma turma de crianças afirmou que a incineração de resíduos era um sistema amigos do ambiente de tal modo que poluia menos que uma central geotérmica.

Disparates à parte, a verdade é que no mínimo, aquela tecnologia é uma sobre as quais podemos dizer que há controvérsia científica. Mas não batendo mais no ceguinho, a ânsia de queimar resíduos só demonstra que esta gente apenas invoca em vão o nome do sacrossanto desenvolvimento sustentável e que não soube gerir até hoje o chamado aterro sanitário de São Miguel e não está disposta a mudar o paradigma social existente, isto é vamos continuar a crescer até ao infinito, vamos continuar a consumir desalmadamente e a usar e deitar fora.

Perante tanto disparate o silêncio foi quase total, só se conhecendo um texto dos Amigos dos Açores que abaixo se reproduz.

A Posição dos Amigos dos Açores


Tendo conhecimento que foi hoje apresentado nas VIII Jornadas Autárquicas das Regiões Ultraperiféricas da União Europeia e Cabo Verde o Projecto da Associação de Municipios da Ilha de São Miguel que visa colocar em funcionamento uma incineradora na ilha de São Miguel em 2014, os Amigos dos Açores - Associação Ecológica manifestam a sua discordância absoluta em relação à escolha preconizada, uma vez que a queima de resíduos não pode ser entendida como resolução para a solução de uma problemática social, como é o caso da gestão de resíduos.


É do entendimento dos Amigos dos Açores que todo o esforço na gestão de resíduos deveria ser efectuado na sua prevenção, de modo a redução da produção de resíduos fosse uma realidade, com elevado grau de responsabilização do cidadão na gestão dos seus sub-produtos, que deveriam ser reutilizados e reciclados. Já existem regiões da Europa que reciclam 85% dos resíduos produzidos.


A opção apresentada comprometerá a reciclagem, uma vez que, dada a pequena dimensão das ilhas, escassearão o resíduos para combustão. Uma vez que para gerar novos produtos serão necessárias novas matérias primas e energia para as transformar, a incineração não se pode entender como um mecanismo de valorização energética, mas sim de desvalorização energética.


Noutras regiões do mundo, incineradoras compram resíduos doutras localidades para manterem a sua rentabilidade. Desejamos que os Açores se afirmem pela natureza, ambiente e paisagem. Não desejamos que a afirmação seja pela queima de lixo.


Os Amigos dos Açores - Associação Ecológica promovem há algum tempo um manifesto contra a incineração nos Açores em http://amigosdosacores.pt/incineracao-nao/ que já tem mais de 250 assinaturas.


Diga não à Incineração em /