terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Tortura não é cultura!


Touradas como património Cultural Imaterial da Graciosa? Não, Obrigado.
Não fique indiferente- Entre em ação

A mesa da Assembleia Municipal de Santa Cruz da Graciosa pretende que que a Tauromaquia seja considerada Património Cultural e Imaterial do Município de Santa Cruz da Graciosa.
Escreva aos autarcas da Graciosa para que votem contra.

Pode usar o texto abaixo ou personalizá-lo a seu gosto.


Para: geral@cm-graciosa.pt, amscg@cm-graciosa.pt, amscg@cm-graciosa.pt


Bcc: matp.acores@gmail.com, acoresmelhores@gmail.com, amigosdosanimaisdailhagraciosa@gmail.com, geral@radiograciosa.com, luiscosta.rtp@gmail.com,



Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal da Graciosa
Exmo. Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Santa Cruz da Graciosa

A Assembleia Municipal de Santa Cruz da Graciosa reúne em sessão ordinária na próxima segunda-feira, 25 de Fevereiro, às 20h30, para discutir e votar uma proposta da Mesa da Assembleia Municipal para que a Tauromaquia seja considerada Património Cultural e Imaterial do Município de Santa Cruz da Graciosa.
A iniciativa em questão não tem nada de original, pois não é mais do que a cópia do que tem sido feito, em vários municípios onde a indústria tauromáquica teima em persistir.
Considerando que as touradas em nada contribuem para EDUCAR os cidadãos e cidadãs para o respeito para com os animais, para além de causarem sofrimento aos mesmos e porem em risco a vida das pessoas e dos próprios animais, não se coadunando com os valores humanistas do mundo de hoje, considera-se que a proposta de classificar as touradas como património cultural imaterial, a ser aprovada, uma mancha no bom nome dos cidadãos da Graciosa e um golpe no turismo de qualidade tão importante para uma ilha que está cada vez mais isolada no contexto regional.
Com os melhores cumprimentos

(Nome)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Terra Livre 54

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Energia não é ambiente


13 Fevereiro 2013
No passado mês de Setembro, realizou-se mais um Encontro Regional de Educação Ambiental e Eco-Escolas que, segundo a comunicação social teve por objectivos o enquadramento do programa eco-escolas, o lançamento de material pedagógico e a formação às escolas e ecotecas na área do ambiente.
Embora não tenha estado presente, pelas informações colhidas junto dos meus colegas professores, o encontro, talvez por razões económicas, não teve a pompa e a circunstância que tinham os primeiros Encontros Regionais de Educação Ambiental, que se realizavam apenas num local (ilha) e em que os participantes de outras ilhas tinham viagens, alojamentos e refeições garantidas pela organização. Os tempos são outros, não só os dinheiros são mais escassos, mas as prioridades também são outras. Com efeito, as grandes apostas têm sido noutras áreas da governação ou na construção de infraestruturas (betão) ligadas às Áreas Protegidas.
De qualquer modo, o número de inscritos rondou uma centena de pessoas e para além destes, ainda, estiveram envolvidos mais 40 pessoas ligadas à organização, aos oradores e membros da Rede Regional de Ecotecas.
Há uns anos, quando a gestão das Ecotecas estava a cargo das ONGA – Organizações não-governamentais de ambiente, havia quem dizia que aquelas mais se pareciam com “ecotocas” pois as pessoas que lá trabalhavam estavam muito fechadas nos seus espaços e o que era necessário fazer era com que saíssem e trabalhassem fora das sedes, nomeadamente nas escolas e noutros espaços frequentados pelos jovens. Penso que tal desiderato foi conseguido e tal aconteceu até ao “despejo” das ONG e a passagem das ecotecas para o controlo (in)directo da Secretaria Regional que tutela o ambiente, através da empresa AZORINA. Com a mudança de gestão, acabaram-se as “ecotocas” e as ecotecas, se não acabaram na prática, passaram à semiclandestinidade, com grandes prejuízos para a educação ambiental, nos Açores.
Um facto que surpreendeu muita gente foi a não realização de uma actividade relacionada com a energia por falta de interessados. Com efeito, considero tal ocorrência perfeitamente normal pois para a esmagadora maioria das pessoas, ambiente é apenas resíduos sólidos, plantas e animais, excluindo os humanos que são os grandes corresponsáveis pelo que está bem e pelo que de mal existe neste planeta.
Habituados a viver permanentemente com o vector energético electricidade nas suas casas e locais de trabalho que é “limpinho” e ignorando os transportes, a maioria das pessoas desconhece que nos Açores o consumo de energia é essencialmente de fontes fósseis e que a queima de os combustíveis fósseis é responsável por problemas ambientais como a degradação da qualidade do ar em muitas cidades, as chuvas ácidas, o aquecimento global e a contaminação dos oceanos.
Este desconhecimento é potenciado pelo facto das notícias que os órgãos de comunicação social divulgam, propositadamente ou não, confundirem produção e consumo de energia com produção e consumo de energia elétrica. Assim sendo, no caso dos Açores, parece que vivemos no melhor dos mundos pelo que não temos de nos preocupar com a energia.
A situação era assim, pelo menos até há pouco tempo. Com efeito, não pela tomada de consciência de que se desperdiçava energia, a torto e a direito, sem a produção de qualquer riqueza, mas pelo facto das autarquias e das famílias estarem a passar por dificuldades financeiras, as primeiras porque esbanjaram em festas e festarolas e as segundas, a maioria, devido ao desemprego e a reduções salariais, começou a haver poupança no consumo de eletricidade.
No caso das autarquias, penso que na esmagadora maioria, se antes consumiam eletricidade como se todos os dias fossem Natal, passaram quase para o extremo oposto, isto é cegamente começaram por apagar tudo ou quase tudo o que iluminava. A sociedade, por sua vez (mal) habituada reagiu mal (e nalguns casos bem) e passou a responsabilizar a falta de luz pelos furtos e roubos que nunca pararam.
É tempo de se pensar a sério no assunto energia e ter em consideração que não basta encarar a poupança de energia como uma penitência a fazer apenas na quaresma, ou no período das vacas magras, para tudo voltar a estar como antes ultrapassado aquele período.
É tempo de se pensar em ultrapassar a crença de que, no caso da energia tal como noutros, as soluções técnicas e científicas são mais do que suficientes para resolver problemas, não sendo necessário alterar estilos de vida ou modelos de organização social.
Autor: Teófilo Braga
Fonte: Correio dos Açores

sábado, 2 de fevereiro de 2013

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Chapéus e ambientalistas há muitos


Tal como “chapéus há muitos”, ecologistas e ambientalistas é “fauna” que anda muito longe de andar em vias de extinção. Do mesmo modo, são mais do que muitas as correntes de opinião existentes sob o guarda-chuva do ecologismo e do ambientalismo.
Nos últimos tempos, a corrente que mais adeptos têm granjeado é a ambientalista que tem proliferado sob a asa protetora dos governos ou das empresas que prezam muito a sua responsabilidade social e ambiental e que, segundo se diz, investem mais em publicidade para lavar a sua cara do que em projetos concretos.
Os ambientalistas encartados que se julgam parceiros sociais, mas que não passam de jarras para enfeitar as salas de reuniões, caracterizam-se por defenderem uma ecologia para “ricos”, que pinta de verde o selvagem capitalismo que comanda os destinos do mundo, mas que aos olhos da imprensa cor-de-rosa-alaranjada, como dizia o temido e destemido escritor e jornalista Manuel Ferreira, são portadores de um discurso modernaço e tranquilizador.
Se o seu discurso é capaz de fazer chorar as pedras de qualquer calçada, a prática é confrangedora e caraterizada pelo silêncio absoluto, ou quase, perante os mais abomináveis atentados ambientais, pela organização de encontros onde são apenas um apêndice ou são falsos promotores, já que se limitam a pagar as despesas com verbas que os governos transferem para as contas bancárias das suas organizações. São, também, atividades prediletas dos ambientalistas mencionados a promoção de atividades periódicas que nada resolvem, como campanhas de limpeza de praias, portos ou marinas, campanhas de erradicação de infestantes ou plantação de endémicas.
Para atestar o afirmado acima, basta ver a quantidade de lixos que são retirados, ano após ano, nos mesmos sítios.
No caso do trabalho voluntário e gratuito poderemos estar perante uma competição com todas as pessoas que perderam o seu emprego e que poderiam ser contratadas para realizar os trabalhos em questão em troca do pagamento de um salário justo. E não me venham com a conversa do costume, de que estamos em crise e não há verbas suficientes para mais contratações porque dinheiro para ser esbanjado em inutilidades há muito. Façam a conta ao dinheiro desbaratado em futebóis e outros desportos profissionais, com equipas onde mal entram os jovens açorianos ou em touradas ou vacadas onde os animais são mais ou menos vítimas de maus tratos, sofrem ou morrem inutilmente e alguns humanos aprendem a insensibilidade, outros são feridos e outros ainda acabam por morrer, ficando toda a gente tranquila e sem problemas de consciência pelo simples facto das vítimas se encontrarem, depois de ter sido dado o sinal costumeiro, dentro das linhas que delimitavam o percurso.
Outros ambientalistas, mais recatados, limitam-se a refletir não se sabe sobre o quê, reduzindo o seu raio de ação à área da sua casa e, por vezes, acrescentado àquela a do seu quintal.
Uns convenceram-se de que a ciência e a tecnologia são capazes de resolver os problemas do mundo e outros, munidos de outro tipo de fé, acreditam que se mudarem a si mesmos o mundo, por inércia, também fica melhor.
Ambos seguem a cartilha dos grandes grupos económicos que convenceram, os mais incautos ou os subservientes, que a responsabilidade pela situação de crise em que todos vivemos é dos indivíduos, desviando, assim, a atenção dos verdadeiros culpados que são eles próprios e os seus agentes nos diversos estados.
É baseado nesse falso pressuposto, que também considera que as alterações se conseguem se as pessoas mudarem os seus comportamentos, que funcionaram alguns projetos de educação ambiental dinamizados pelas antigas ecotecas e pelos clubes escolares ou que funcionam as eco-escolas que, com atividades rotineiras e circunscritas a um número limitado de alunos e com dinamizadores socialmente apáticos, são no meu entender uma grande farsa que se mantem apenas para enfeitar as estatísticas dos relatórios do estado do ambiente.
Esquecem-se, ou não querem ver, que os problemas ambientais têm as suas raízes em problemas sociais e que, como muito bem escreveu Récio “acreditar que as ações individuais são capazes de gerar mudanças estruturais é um mito” pelo que se torna imprescindível uma ação politica e social.
O pai da ecologia social, o americano Murray Bookchin também manifestou opinião idêntica, tendo afirmado que “nenhum dos problemas ecológicos que hoje defrontamos se pode resolver sem uma profunda mutação social”.
A grande falha do movimento ecológico está precisamente no facto de nunca ter assimilado aquela ideia.
Teófilo Braga
(Correio dos Açores, nº 27341, 30 de Janeiro de 2013, p.13)