terça-feira, 30 de novembro de 2010

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O Natal e o Consumismo

domingo, 28 de novembro de 2010

Onde pára o Pólo do Pico da Pedra da Ecoteca da Ribeira Grande



No seu número 143, relativo ao corrente mês de Novembro,o jornal da Casa do Povo do Pico da Pedra refere-se à transferência da Ecoteca da Ribeira Grande, do Pico da Pedra para a cidade da Ribeira Grande.

Por várias vezes discordámos da partidarite encapotada dos responsáveis da Voz Popular, mas neste caso o desaparecimento do chamado Pólo do Pico da Pedra merecia uma explicação por parte de quem tem efectivamente o poder de decisão.

Já agora, para esclarecimento da Voz Popular e dos picopedrenses, é importante saber-se que no início a ideia era instalar a Ecoteca na cidade da Ribeira Grande e que tal não foi possível primeiro porque a Secretaria Regional da Agricultura não cedeu um espaço e depois porque a Secretaria Regional do Ambiente não aceitou uma sala no Teatro da Ribeira Grande. Depois de esgotada a possibilidade da Ribeira Grande graças à intervenção de um ex-dirigente dos Amigos dos Açores e da concordância do presidente da Junta de Freguesia, Roberto Calisto, e do Director Regional do Ambiente, Eduardo Carqueijeiro, a instalação da Ecoteca no Pico da Pedra tornou-se uma realidade.

Para terminar, recorde-se que o referido dirigente dos Amigos dos Açores, também, fez alguns esforços para que a direcção da Ecoteca fosse, em dada altura, assumida por uma docente natural e residente do Pico da Pedra que não aceitou o convite.

sábado, 27 de novembro de 2010

Aves dos Açores



Realço neste livro o respeito dos autores pelos nomes dados às várias espécies nos Açores, ao contrário de muitos outros que não têm qualquer consideração pela história e tradições de quem vive nestas ilhas plantadas no Atlântico.

Vale a pena a leitura.

TB

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Peregrinação às Fontes


Peregrinação às Fontes

Proposto desde há mais de 30 anos a vários editores, só agora este livro é publicado em versão portuguesa. Nada perdeu, porém, do seu interesse permanente. O seu ponto culminante é o encontro de duas grandes figuras da não violência, Lanza del Vasto e Gandhi.

Lanza del Vasto proferiu conferências em Portugal, em Abril de 1978, em Lisboa, Porto, Coimbra e Évora, tendo voltado ao nosso país em 1979. A elas assistiram muitas centenas de pessoas. Segundo os que o acompanharam, Lanza teve um grande impacto em quem o ouviu, pelo seu profundo humanismo, pelo idealismo aliado a um grande realismo, pela vontade firme e lúcida que ele tinha de concretizar os sonhos, pela sua atenção aos pormenores. Na base do pensamento que transmitia, encontrava-se o conceito hindu e gandhiano de «satyagraha», de força da verdade e de adesão à verdade.

Fonte:http://www.sempreempe.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=68

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Hoje, Greve Geral


Hoje, não coloco nada neste blogue. Estou em greve.

TB

terça-feira, 23 de novembro de 2010

381 mil euros para touradas das Sanjoaninas



Em 2010, a tortura de touros custou 381 mil euros. Para o ano, será mais dificil sabermos porque a Feira Taurina ficará a cargo da Tertúlia Tauromáquica Terceirense.

É por demais conhecido que aquela instituição não tem meios próprios para promover um evento com aqueles custos. Assim sendo vamos continuar a ver dinheiros públicos desviados para o "lazer" e a "tortura".

A crise será só para alguns. Até quando?

Fonte: http://acoresmelhoressemmaltratosanimais.blogspot.com/

domingo, 21 de novembro de 2010

Bem Vindos a Lisboa, a pérola da Nato



Hoje começou finalmente a Cimeira da Guerra e muito apropriadamente a
cidade de Lisboa assumiu as mecânicas de um estado de sítio para o qual
foi cuidadosamente preparada durante os últimos meses pelos governantes
do país e agentes da "autoridade".

Com a ajuda de jornalistas menos escrupulosos e jornalistas apenas
ignorantes (artigos DN por Valentina Marcelino, artigo Sol, e.o.) -
inoculando o público para tolerar as medidas e despesas aplicadas para
travar supostas ameaças de terroristas da Al-Qaeda, anarquistas, "outros
grupos de esquerda" ou, porque não, "pessoas vestidas de preto"- e gestos
dramáticos como a suspensão unilateral do Acordo de Schengen, a criação
de uma espécie de "Green Zone" na Expo e o cancelamento do concerto dos
Arcade Fire, o aparato de segurança da Cimeira deixou claro que Lisboa dá
as boas-vindas aos senhores da guerra, mas não estende o mesmo gesto aos
senhor@s da paz.

Duas centenas de activistas foram impedidos de entrar em território
português, sem uma boa justificação, violando o direito à liberdade de
opinião, de reunião e de expressão consagrado na carta internacional dos
direitos humanos. Entre os activistas proibidos de pisar território
português, estão os palhaços da Clown Army, um dos melhores exemplos de
protesto criativo não-violento e um grupo de objectores de consciência da
Finlândia.

Deslegitimando movimentos reconhecidamente pacifistas, as autoridades
conseguem muito eficazmente diminuir a participação de activistas bem
preparados, organizados e mediáticos e tentar assim desorientar o
protesto contra a Nato, abrindo caminho para o uso de medidas repressivas
indiscriminadas.

Não se trata do primeiro incidente de perversão da tradicional
hospitalidade portuguesa, mas é certamente o mais descarado.


Para perceber como chegamos a este clima fascista, passemos de relance os
principais episódios negros na história de Portugal-anfitrião de
pessoas-mais-importantes-que-nós:

* 2003: a Cimeira das Lajes - não obrigou ao corte de trânsito nas ruas
de Lisboa nem deu direito a ponte mas ditou a guerra do Iraque, ligando
para sempre Portugal a este crime irreparável. Ajudou também a salvar a
Nato da extinção, empenhando-a numa guerra com contornos místicos que
ecoam as cruzadas, onde o inimigo, para além do "herege" muçulmano, é
toda e qualquer pessoa não conformada.
* 2007: a Assinatura do Tratado de Lisboa - foi certamente caro, mas como
só estavam presentes europeus não foi preciso paralisar a cidade..
* 2009: a Cimeira Ibero Americana - aqui contámos com as eminentíssimas
presenças de senhores ultra-poderosos como o Obama e o secretário-geral
da Nato, por isso já deu para brincar com blindados e condicionamentos
de trânsito e ensaiar as técnicas dos SWAT. Também foi nesta cimeira que
se instituiu a tradição da tolerância de ponto em dias de visitas de
super VIPs.
* já em 2010: a Visita do Papa - atenção, está nesta lista não por se
tratar de um senhor da guerra (espero bem que não) mas porque a histeria
securitária do governo português atingiu novos patamares: uma cidade
paralisada, refém das decisões tomadas pelos seus governantes para
garantir a segurança de pessoas que, num mundo sem guerras e
desigualdades, podiam simplesmente usar os transportes públicos, como
fazem os primeiros ministros de países como Holanda, Dinamarca e Suécia.
O que podia ter sido um dia santo para quem gosta do Papa foi
transformado num dia de barulho infernal de helicópteros e sirenes, com a
cidade cortada ao meio durante mais de uma hora.Três coisas a reter
olhando para a lista de eventos histericamente apadrinhados pelo governo
português:

1. Proteger uma elite das imaginárias massas raivosas num mundo onde o
fosso que separa os ricos dos pobres se aprofunda é muito caro. Só para
a segurança dos amigos da Nato o estado português vai gastar perto de
dez milhões de euros.
A visita do Papa custou uns estimados 37 milhões de euros por dia,
incluindo, é verdade, três altares descartáveis :-)
2. Por outro lado, os gastos em segurança ajudam a alimentar um mercado
que emergiu com a guerra do Iraque, o da segurança doméstica (home
security), estimado em muitas centenas de milhares de milhões de euros
com um crescimento anti-cíclico (mais crise, mais mercado) e que está a
dar fôlego às sofridas bolsas financeiras. Os países ricos com mercados
saturados encontram neste novo mercado de choque a fórmula para manter o
crescimento a vários dígitos que segundo os analistas mais sensatos
deveria ser uma coisa do passado.
3. A cereja em cima do bolo: os produtos e serviços deste mercado são
largamente financiados pelos contribuintes!Entretanto fui dar uma volta
por Lisboa. As ruas estão desoladas e reina um silêncio que mais faz
lembrar um qualquer Domingo não fosse pela presença de coletes amarelo
fluorescente em cada esquina, bandos de agentes da PSP com postura
conspiradora em cada bairro, umas barreiras rua sim-rua não para
condicionar o pouco trânsito que se verifica e o zunzum de fundo dos
helicópteros. Por obediência ou medo, os portugueses refugiaram-se nas
suas casas. Nas ruas uma em cada duas pessoas é agente e a outra turista
(com ar ligeiramente perplexo).

Um mercado que lucra exclusivamente com as calamidades e estados de
sítio, precisa de investir continuamente na promoção de um mundo
inseguro. Portugal, o eterno bom aluno, conseguiu. Lisboa acatou o
recolher obrigatório, um circo pago com o nosso dinheiro, para proteger
pessoas-mais-importantes-que-nós que viram o futuro e decidiram que está
repleto de perigos indefinidos que merecem medidas de segurança mais
elevadas e a gradual limitação de direitos cívicos consagrados, como a
livre expressão de ideias, a livre reunião para as discutir e o livre
protesto não-violento para as exigir.

Bem-vindos a Lisboa, bem-vindos ao admirável mundo novo.

Fonte: http://supergreenme.blogspot.com/2010/11/sim-paz-nao-seguranca-domestica-e.html

sábado, 20 de novembro de 2010

Nos Açores fabricam-se ONGA




De acordo com legislação publicada este ano (Decreto Legislativo Regional n.º 19/2010/A, de 25 de Maio) uma organização não governamental de ambiente (ONGA) é “ uma associação dotada de personalidade jurídica e constituída nos termos da lei geral que não prossiga fins lucrativos, para si ou para os seus associados, e vise, exclusivamente, a defesa e valorização do ambiente ou do património natural e construído, bem como a conservação da natureza”.




Por falta delas e talvez para abrilhantar as estatísticas regionais, o Governo Regional dos Açores decidiu classificar como tal um conjunto de associações para as quais a defesa do ambiente não passa de um complemento à sua actividade ou um filão a explorar em termos de financiamento.



Aqui vão alguns exemplos: Corpo Nacional de Escutas (C. N. E.) - Escutismo Católico Português - Junta Regional dos Açores Corpo Nacional de Escutas, ALERTA - Associação do Escutismo Católico dos Açores e Norte Crescente - Associação de Desenvolvimento Local.



Em relação aos escuteiros, parece-nos que há uma sobreposição. Por via das dúvidas aqui fica a questão: a associação ALERTA não faz parte Junta Regional dos Açores Corpo Nacional de Escutas?



No que diz respeito à Norte Crescente, tanto quanto nos é dado conhecer foi constituída em 2003, com o intuito de “promover o desenvolvimento integrado das freguesias da costa Norte do concelho de Ponta Delgada, em especial nas áreas social, cultural, desportiva, económica, ambiental, juvenil e educativa”, sendo: uma Instituição de Solidariedade Social, uma Associação de Juventude e uma Associação de Desenvolvimento Local. Que peso tem o ambiente na sua actividade?

TB



Nota- Nada temos contra a Associação Norte – Crescente e temos a máxima consideração pelo seu simpático presidente e pelos colaboradores (assalariados ou contratados) que nela prestam serviço.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Este ano o Natal é Amarelo?


Na página do programa Eco-escolas pode ler-se “A Tetra Pak está à procura das escolas portuguesas com espírito natalício ecológico. Tão ecológico que transformem o tradicional pinheiro de Natal numa árvore que tem por base a reutilização das embalagens de cartão da Tetra Pak.

(...)

Associada à sua construção, professores e alunos devem pensar, ainda, numa mensagem ambiental e em acções de sensibilização que a escola deve dinamizar durante o período do concurso”.

Numa Região ( e num mundo) em que a política dominante é usar e deitar fora e em que a solução é queimar os resíduos, que contributo dará esta campanha a uma correcta gestão dos resíduos?

E para quando o por em causa a origem de todas as crises: o consumismo e o produtivismo fomentado por uma sociedade em que a primazia é dada ao lucro?

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

As Dez razões para dissolver a NATO

Há 60 anos atrás foi criada a NATO para organizar a defesa dos Estados da Europa Ocidental e da América do Norte face à União Soviética. O fim da guerra fria retirou a razão de existir da NATO que, assim, ficou repentinamente sem inimigo. Começou, então, a reconversão dos seus objectivos políticos e militares a fim de justificar a sua existência. Na cimeira de Washington de 1999 redefiniu-se a estratégia da Aliança. Foi assim que, com a desculpa de contribuir para a estabilidade e a paz mundial, os líderes dos Estados membros decidiram ampliar o seu raio de acção de forma ilimitada para todo o planeta. Atrás desta mudança de estratégia está logicamente a vontade de controlar as zonas produtoras de recursos naturais de maior importância geoestratégia. Em 2002 na cimeira da NATO em Praga incorpora-se a luta contra o terrorismo internacional como um dos objectivos fundamentais e adopta-se a doutrina da guerra preventiva de Bush, o que colocou a Organização numa posição vulnerável face ao direito internacional.

Ora a melhor política de segurança é aquela que impossibilita a guerra. Para conseguir um mundo em paz, e mais justo, torna-se indispensável a dissolução da NATO.

Quais são as 10 razões que fazem da NATO um obstáculo para a Paz Mundial :

1) A NATO é o bloco militar mundial mais agressivo e mais belicista que potencia o aparecimento de novas guerras.

Com efeito, a NATO é uma organização militar que, desde 1999, decidiu abandonar o carácter defensivo da região do Atlântico Norte para adoptar uma estratégia ofensiva capaz de intervir militarmente em qualquer lugar do mundo. Tais intervenções militares podem provocar reacções em cadeia e a formação de novos blocos militares.

2) A NATO é uma organização não-democrática.

As decisões no seio da NATO são aprovadas fora de qualquer controle democrático, à margem dos parlamentos e instituições democráticas dos Estados membros, estando também sob o comando militar dos Estados Unidos da América. Uma resultante desse facto é que a NATO coage e restringe a política exterior dos Estados membros.

3) A NATO é, e tem sido, uma ameaça para a democracia.

A NATO aceitou que Estados não-democráticos tivessem sido seus membros, como foi o caso do Estado português da ditadura salazarista e do Estado grego da ditadura dos coronéis. A NATO participou também em conspirações e golpes antidemocráticos, assim como na manipulação da opinião pública. Ainda hoje fazem parte da NATO certos Estados pouco democráticos. O caso mais conhecido é o da Turquia.

4) A NATO tem como objectivo estratégico a guerra contra o terrorismo.

Uma vez desaparecida a URSS, a NATO ficou sem inimigo. Mas em vez de decidir dissolver-se inventou uma novo inimigo, o chamado terrorismo internacional. E foi com esse pretexto que interveio na guerra do Iraque em 2001, e agora no Afeganistão.

5) A NATO impulsiona e estimula novas corridas de armamento, e é por si mesma a ilustração mais viva do que é a militarização do mundo.

O aumento continuado dos arsenais dos países da NATO provoca o rearmamento reactivo de países como Rússia, China, Irão,…, assim como dos países que se consideram como seus rivais. A consequência de tudo isso é a crescente militarização do planeta.

6) A NATO é responsável pelo incremento das despesas militares, do crescimento da indústria e do comércio de armas a nível mundial.

O rearmamento constante dos Estados Unidos, assim como dos exércitos dos Estados membros da NATO, provoca um aumento contínuo das despesas militares, e promove a pesquisa em novas armas, assim como das indústrias que as produzem e do comércio que as vende. Não é, pois, de surpreender que os países da NATO representem 75% do total das exportações de armas no mundo.

7) A NATO promove a proliferação e a ameaça de guerras nucleares.

Os Estados Unidos possuem armamento nuclear em bases militares em solo europeu o que expõe os países europeus ao perigo de uma guerra nuclear.

8) A NATO define a imigração descontrolada como uma ameaça.

Toda esta estratégia de busca de novos inimigos e de ameaças imaginadas faz com que a NATO considere a imigração como uma ameaça. Esta postura de uma organização militar como é a NATO deve merecer a nossa maior preocupação

9) A NATO perpetua a tutela dos Estados Unidos da América sobre os Estados europeus e a política europeia.

Os governos europeus aceitam estar subordinados, através da NATO, aos interesses do complexo militar-indutsrial dos Estados Unidos. Esta situação impossibilita que a Europa assuma a função de promotora dos objectivos da Carta das Nações Unidas como o de evitar a eclosão de novas guerras. Para que isso seja possível torna-se indispensável a dissolução da NATO.

10) A NATO tem como função principal a defesa dos privilégios e dos interesses dos Estados mais ricos do mundo.

Esta é, indiscutivelmente, a razão mais importante para a subsistência desta organização militarista como é a NATO. O sistema sócio-econnómico dos países ricos exige o fornecimento permanente de matérias-primas que são vitais para manter o seu modelo económico que se mostra cada vez mais insustentável. A NATO é o instrumento militar que garante esse fornecimento, mediante o controle militar sobre os recursos e as regiões do planeta que são exploradas em benefício de um sistema depredatório e injusto.


Fonte: http://pimentanegra.blogspot.com/2010/11/as-dez-razoes-para-dissolver-nato.html

domingo, 14 de novembro de 2010

10 Estratégias de Manipulação Midiática



O lingüista estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das “10 estratégias de manipulação” através da mídia:

1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.

Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.

Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.

Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.

6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…

7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.

Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…

9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.

Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!

10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.

No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.

Fonte: http://www.institutojoaogoulart.org.br/noticia.php?id=1861


Tirado de: http://centrodeestudosambientais.wordpress.com/2010/11/14/chomsky-e-as-10-estrategias-de-manipulacao-midiatica/

sábado, 13 de novembro de 2010

A propósito da Festa Brava como Património Imaterial da Humanidade


“peço aos poetas que não louvem os toureiros

nem outros ofícios de tortura:


cravar no sangue um ferro

é um acto de cultura?”

Manuel Monteiro


A candidatura da denominada Festa Brava a Património Imaterial da Humanidade, alegadamente apresentada pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, à UNESCO, não é nada original, não terá apanhado ninguém de surpresa e peca pelo facto do anúncio público surgir associado a um evento, um congresso de ganadeiros de touros de lide, onde, ou à margem do qual, foram lançados vários apelos ao incremento do sofrimento animal, através da legalização da sorte de varas, primeiro passo para os tão ambicionados, para uns poucos, touros de morte.

A iniciativa referida não tem nada de original pois não é mais do que a cópia do que tem sido feito, a nível mundial, pelo cada vez mais encurralado mundo da indústria tauromáquica que actualmente só consegue sobreviver à custa de dinheiros públicos, veja-se o apoio concedido pelo Governo Regional dos Açores e por algumas autarquias, e que pretende encontrar junto da UNESCO uma tábua de salvação.

É neste contexto que os apoiantes da tortura legalizada recorrem a alguns economistas que afirmam que “as 250 touradas que se realizaram este ano na Terceira vão permitir um benefício líquido (diferença entre os custos do espectáculo e os gastos efectuados por quem assiste ao mesmo) superior a um milhão de euros” (1).

A afirmação anterior não passa de uma patranha destinada a enganar os mais distraídos. Com efeito, com as touradas não é criada nenhuma “riqueza” que possa ser consumida localmente ou exportada, pelo contrário o que acontece é tão só a transferência de dinheiro de uns (assistentes, essencialmente consumidores de cerveja e outras bebidas alcoólicas e petiscos e todos nós, sempre que as touradas são pagas com dinheiros públicos) para outros, sobretudo ganadeiros e promotores. Assim sendo, todos nós continuamos a ficar mais pobres pois uma soma avultada de dinheiros públicos que poderiam ser usados para cobrir despesas com a saúde, com a educação ou com equipamentos sociais é transferida para os bolsos de um grupo restrito e improdutivo de industriais da tauromaquia.

Para além do referido, as investidas tauromáquicas noutras ilhas, que não a Terceira, fazem parte da lógica capitalista que, esgotados alguns “negócios”, vira-se para a produção de inutilidades. Como muito bem escreveu o Colectivo Hipátia “uma das principais indústrias do mundo de hoje, absolutamente central e vital para o capitalismo, é a indústria do entretenimento, capaz de gerar necessidades e cumplicidades artificiais, simulacros de felicidade que entorpecem e se tornam o ópio dos nossos dias”.

A propósito de ópio, o que terá levado algumas comissões de festas, ligadas à religião ou às paróquias, a promover touradas à corda em São Miguel? O reconhecimento que “o papel tradicional da religião enquanto bloqueador da acção e da reflexão social está morto”(2)?

Considerando que as touradas em nada contribuem para EDUCAR os cidadãos e cidadãs para o respeito aos animais, para além de causarem sofrimento aos mesmos e porem em risco a vida das pessoas e dos próprios animais, não se coadunando com os valores humanistas do mundo de hoje considero que a proposta de classificar as touradas como património imaterial da humanidade nem sequer é digna de ser apreciada pela UNESCO.

(1) http://rabotorto.blogspot.com/2009/10/touradas-corda-com-beneficio-liquido-de.html

(2) http://hipatia.pegada.net/index.php



Mariano Soares

Açores, 3 de Novembro de 2010

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A RELAÇÃO ENTRE AS ASSOCIAÇÕES E O ESTADO



Eixo 6 - Tensões e Interacções entre as Associações e o estado (local e nacional)

1. A importância estratégica das associações – ou, pelo menos, da sua grande maioria - resulta de diferentes factos.

Em primeiro lugar, por surgirem como formas organizadas de Democracia Participativa – produzindo-a e ou promovendo-a e, nesse sentido, como um esteio para o desenvolvimento e sustentabilidade da Democracia Plena.

Em segundo lugar, por se constituírem, com frequência, como instrumentos de concretização e promoção de interesses, aspirações, pontos de vista ou mesmo apenas afectos de sectores da sociedade, tornando-se, assim, factores de conscientização e/ou de reivindicações legitimas.

Em terceiro lugar, porque muitas delas – a sua grande maioria – desempenha funções sociais que as tornam promotoras de “bem público” que o Estado não assegura ou assegura mal.

Em quarto lugar, porque representam, também em grande número, um contributo da sociedade civil para a produção de riqueza por recurso, nomeadamente, a formas alternativas de desenvolvimento económico portadoras de futuro e de esperança, (o que, em tempos de crise, assume particular relevância).

A estes factos, acresce a circunstância de constituírem já hoje um volumoso mercado de trabalho, contribuindo assim para o combate ao flagelo do desemprego.

2. Apesar desta importância social, económica e política das associações, os poderes mostram-se em grande medida indiferentes quanto à sua viabilidade e sustentabilidade.

 Contando com elas para o desenvolvimento de actividades que não estão em condições de assumir, encaram-nas como co-financiadores exigindo-lhes que assumam parte substantiva das despesas inerentes às várias iniciativas: de forma explícita (requerendo o co-financiamento dos projectos) ou implícita (rejeitando despesas de funcionamento).

 Defendendo formalmente a igualdade de oportunidades no acesso aos financiamentos, privilegiam algumas com base em impressões ou numa política clientelista.

 Sem a preocupação de as viabilizar enquanto formas organizadas de Democracia Participativa, escudam-se, para as não apoiar, na ideia de que não podem alimentar subsídio-dependências (e haverá algo de maior dependência do que a Democracia Representativa?).

 Incapazes de ver o facto de as associações pressuporem militância e voluntariado, sujeitam-nas a regras de prestação de contas ou a regras de contratualização que pura e simplesmente negam o valor da solidariedade que as alimenta.

 A maioria dos programas de financiamento (mesmo os teoricamente concebidos em intenção à sociedade civil) destinam-se, na verdade, a financiar o Estado ou os seus serviços, estando além disso muitos deles sujeitos a regras (a “critérios” de elegibilidade) que, de facto, transformam as associações beneficiárias em meros agentes de execução e aplicação de políticas definidas a montante (retirando as estas a possibilidade de promoverem as suas próprias iniciativas).

 Há serviços que tardam a pagar o que lhes cabe (ou aquilo a que se comprometem) obrigando as associações a avançar com despesas, muitas vezes bem para além dos seus recursos.

 Não há reconhecimento de estatuto da dirigente ou activista associativo que permita a participação em iniciativas, em tempo laboral.

3. Sem recursos próprios, sujeitas a jogos de influência que com frequência as preterem, as associações encontram-se, assim, na sua grande maioria, numa situação de profunda crise, à beira da rotura e da inviabilidade, pese embora a riqueza e criatividade das actividades que animam, ou o número de pessoas que dependem do que elas fazem.

Na raiz desta crise estão sem dúvida:

 A recusa do Estado em viabilizar a sustentabilidade de formas organizadas de Democracia Participativa, colocando esta em desigualdade face à Democracia Representativa.

 A tendência do Estado para “empresarializar” as associações.

 O peso das opções político-partidárias nos apoios concedidos.

4. Neste contexto algumas questões ganham pertinência. Por exemplo:

 A que princípios devem obedecer os financiamentos para se assegurar, por um lado, equidade de tratamento e, por outro, um contributo para a sustentabilidade das associações?

 Que práticas se deveriam esperar do Poder Local no seu relacionamento com as associações e a sociedade civil?

 Como caracterizar (e que reconfigurações se desejam para) estruturas como a Rede Social ou Conselho Municipal de Educação?

 Que direitos deve possuir o activista associativo nomeadamente no emprego?

 A que requisitos devem obedecer as associações para ter financiamentos?

 Que alternativas aos subsídios?

Rui d’Espiney (ICE), Outubro de 2010.

Fonte: http://movimentodoassociativismo.blogspot.com/2010/11/relacao-entre-as-associacoes-e-o-estado.html

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A SAQUE



A imagem acima, recolhida a 4 de Novembro, é do estado de um caminho rural, a jusante de uma ordenha, localizada nos Remédios, concelho da Lagoa.




Já aqui denunciámos os cortes de arvoredo, sem a devida limpeza, na zona do Pico das Marianas, Remédios (Lagoa- São Miguel).

Hoje voltamos a chamar a atenção para o estado lastimável em que ficou um bonito atalho de acesso a um conjunto de captações de água no local referido.

Esperamos que sejam os madeireiros a proceder à limpeza exigida por lei.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

A Propósito da recente da Campanha "SOS Cagarro"


1- Quem não conhece a frase: ler jornais é saber mais.

Talvez fosse verdade se os jornalistas soubessem um pouco mais ou se se especializassem em determinados assuntos.

Infelizmente, após muitos anos de campanha em defesa do cagarro, muitos deles ainda não aprenderam a distinguir um cagarro de uma gaivota. Com efeito, segundo me informaram, é já pelo segundo ano consecutivo que o Açoriano Oriental nos apresenta a seguinte fotografia, onde não se vislumbra nenhum cagarro.


2-Voluntários à força.

Saudamos todas as pessoas que se envolveram na campanha de 2010, mesmo a nova categoria de voluntários que sociologicamente se incluem nas seguintes categorias profissionais: "quadros superiores da administração pública, dirigentes e quadros superiores de empresas" e "especialistas das profissões intelectuais e ciêntíficas". Todos eles ligados à administração pública ou a serviços afins.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Energia Eólica: não há bela sem senão?


Síndrome da turbina eólica

por Nina Pierpont

As turbinas eólicas majestosamente domam o vento — que maravilha da engenharia humana! Ficar debaixo de uma é de cortar a respiração. Viver próximo de uma pode ser o inferno na terra. Incontáveis pessoas disseram-me isso, pessoas que subitamente ficaram muito mal devido ao subtil mas devastador infra-som perfurante gerado por estes gigantes da energia "limpa, verde e renovável".

A explicação pode estar enfiada no ouvido interno num agregado de minúsculos órgãos interconectados com um notável historial evolutivo. Os órgãos vestibulares — os canais semi-circular, sáculo e utrículo — funcionam como giroscópio da Mãe Natureza, controlando nosso sentido de movimento, posição e equilíbrio, incluindo nosso pensamento espacial. (Recorda-se de quando em criança ficava enjoado num carro? Ou do enjoo do mar?)

Os humanos partilham estes órgãos enigmáticos com um conjunto de outras espécies vertebradas, incluindo os peixes e os anfíbios. Alguns cientistas vêem-nos realmente como uma espécie de chave-mestra pan-espécie para um extraordinariamente vasto conjunto de funções cerebrais — equivalendo a um sexto sentido.

Uma daquelas funções, verifica-se agora, é registar e responder aos sons e vibrações (infra-sons) que não ouvimos conscientemente, mas sentimos — como o das turbinas eólicas. Para muitas pessoas, a resposta é imediata e desastrosa.

Por vezes é vantajoso ser um médico rural. Seis anos atrás comecei a ouvir queixas quanto à saúde de pessoas que viviam na sombra destas turbinas gigantescas. A princípio era meramente local e regional, depois global. De forma reveladora, virtualmente todos descreviam a mesma constelação de sintomas. Sintomas que eram disparados, começo a suspeitar, pela desregulação do vestibular.

(1) Perturbação do sono. Não simplesmente despertar, mas despertar em pânico (reacção "fuja ou combata").
(2) Dor de cabeça.
(3) Zumbido.
(4) Pressão no ouvido.
(5) Estonteamento.
(6) Vertigem.
(7) Náusea.
(8) Turvamento visual.
(9) Taquicardia.
(10) Irritabilidade.
(11) Problemas com concentração e memória.
(12) Episódios de pânico associados com sensações de pulsação interna ou vibração, os quais aumentam ao acordar ou adormecer. (Esta última envolvendo outra, órgãos não-vestibulares de equilíbrio, movimento e sentido de posição).

Nenhuma destas pessoas experimentara estes sintomas em qualquer grau apreciável antes de as turbinas ficarem operacionais. Todas disseram que os seus sintomas desapareciam rapidamente sempre que passavam vários dias longe de casa. Todas disseram que os sintomas reapareciam quando retornavam à casa.

Muitas haviam apoiado o projecto do parque eólico antes de tudo isto acontecer. Agora, algumas ficaram tão mal que abandonaram literalmente as suas casas — trancaram a porta e foram embora.

Aproveitando a pista de um médico rural britânico que relatou idênticos sintomas da "turbina de vento" entre os seus pacientes, fiz o que alguns clínicos chamam de "séries de casos". Entrevistei 10 famílias (38 pessoas) tanto daqui como de foram, as quais haviam ou deixado suas casas ou estavam prestes a deixá-las. Descobri uma correlação estatisticamente significativa entre sintomas relatados e pré-existentes sensibilidade ao movimento, lesão do ouvido interno e perturbação de enxaqueca. Cada uma é um factor de risco para o que agora baptizei Síndroma da Turbina Eólica. Meus dados sugerem, além disto, que crianças pequenas e adultos com mais de 50 anos também estão em risco substancial.

A reacção de clínicos do ouvido, nariz e garganta (otolaringologistas e neuro-otologistas) foi imediata e encorajadora. Um deles foi o Dr. F. Owen Black, um neuro-otologista altamente considerado que aconselha a US Navy e a NASA sobre desregulação vestibular.

Outro foi o Dr. Alec Salt da Washington University School of Medicine, o qual recentemente publicou um estudo revisto (peer-reviewed) financiado pelo NIH [1] demonstrando que a cóclea (a qual liga-se aos órgãos vestibulares) responde ao infra-som sem registá-lo como som. O infra-som, de facto, aumenta a pressão interna tanto da cóclea como dos órgãos vestibulares, distorcendo tanto o equilíbrio como a audição.

Salt portanto destrói efectivamente o dogma de que "o que você não pode ouvir, não pode prejudicá-lo". Isto pode na verdade prejudicá-lo. O alvoroço crescente entre vizinhos de turbinas eólicas testemunha esta verdade inconveniente.

Meu papel está acabado. Minha sala de espera está cheia. É tempo de os governos estudarem este flagelo gerado pelo vento cuja cura é simples. Um afastamento de 2 km (maior em terreno montanhoso) repara-o. Os exploradores do vento, não inesperadamente, recusam-se a reconhecer o problema. Eles ridicularizam-no como histeria e NMQismo ("Não no meu quintal!") — e recusam-se a instalar suas máquinas a 2 km de distância das casas.

"É difícil conseguir que um homem entenda algo quando o seu salário depende do seu não entendimento dela", sugeriu Upton Sinclair. Talvez seja. Nesse caso, espero mais casas vazias e sofrimento (facilmente evitável). [1] NIH: National Institutes of Health, agência do Departamento da Saúde dos EUA responsável por investigação biomédica.

[*] Nina Pierpont, MD, PhD, é pediatra e autora de " Wind Turbine Syndrome: A Report on a Natural Experiment " (2009). Foi a oradora principal no simpósio internacional em Picton, Ontario, " The Global Wind Industry and Adverse Health Effects: Loss of Social Justice? "

O original encontra-se em http://www.counterpunch.org/pierpont10292010.html

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/

Nota - Seria de todo o interesse que fosse esclarecida a razão do Parque Eólico do Faial ter horário de funcionário público, com todo o respeito para com os funcionários públicos. Quem foi o/a responsável pela sua inadequada localização?

Entre nós, a energia eólica tanto dá passos em frente como recua, tanto é boa, para os Administradores da Eda, como é má.

Não se percebe o entusiasmo de alguns ambientalistas pelo uso das renováveis, quando a estrutura da produção mantém-se a mesma, isto é, nas mãos do "monopólio" público-privado chamado EDA.
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domingo, 7 de novembro de 2010

Primeiro Comunicado para a Imprensa do Movimento Internacional da Paz



Na próxima Cimeira da NATO em Lisboa, de 19 a 21 de Novembro, será definida a nova
estratégia da NATO.

Paralelamente, o movimento internacional da paz diz "Não à guerra - Não à NATO".

O Comité Coordenador Internacional "No to War - No to NATO" (www.no-to-nato.org),
que colaborou na preparação dos protestos em Estrasburgo, integra membros de 11
Estados e representa uma rede com mais de 650 organizações, apela aos protestos
contra a NATO em Lisboa, de 19 a 21 de Novembro.

Na tradição de Estrasburgo, estão a ser preparadas as seguintes acções:

* uma Contra-Cimeira internacional (de 19 a 21 de Novembro): oradores de 15 países
irão debater sobre formas de alcançar a paz mundial, o desarmamento e o fim da NATO

* uma manifestação internacional (20 de Novembro): pessoas de todo o mundo irão
encher as ruas numa manifestação não-violenta

* Desobediência Civil por grupos internacionais e portugueses: vários grupos de
Desobediência Civil irão opor-se, de forma não-violenta, à Cimeira da NATO

* um ponto de encontro internacional - a "Praça da Paz" - no coração de Lisboa dará
espaço aos activistas e organizações para acções criativas e coloridas

* um debate público entre deputados e activistas da paz (20 de Novembro) no centro
de Lisboa

* a transmissão em directo, pela internet, de todos os eventos dará às pessoas em
casa a oportunidade de seguirem as nossas iniciativas e de participarem nas acções

Todas as nossas acções serão não-violentas!

Apelamos à polícia e às autoridades para renunciarem ao uso da violência contra os
nossos protestos. As experiências em Estrasburgo e Heiligendamm revelaram a
brutalidade e impiedade das alegadas "forças de segurança". As acções do CCI são
apenas acções não-violentas.


Informação em primeira mão será comunicada pelo movimento internacional da paz:

* Conferência de Imprensa na

* Quinta-feira, 18 de Novembro, às 11:00,
Local: Ateneu Libertário de Lisboa, R. do Salitre, 139-1º

* Comunicados para a Imprensa através do "chat" serão feitos, em directo, pela
internet, mo site www.no-to-nato.org

* Quinta-feira, 18 de Novembro, das 14 às 14:30

* Sexta-feira, 19 de Novembro, das 10 às 10:30

* Sábado, 20 de Novembro, das 11 às 11:30

* Sábado, 20 de Novembro, das 18 às 18:30

Porque enfrentamos a NATO:

* As armas nucleares da NATO ameaçam a sobrevivência do planeta. Exigimos um mundo
livre de armas nucleares.

* O escudo de defesa anti-míssil da NATO encoraja um primeiro ataque nuclear.
Exigimos uma convenção sobre armas nucleares.

* As relações da NATO e U.E. instituirão duas alianças militares na Europa. Exigimos
uma Europa que apenas se envolva na resolução civil de conflitos.

* A NATO gasta milhares de milhões em morte e destruição. Exigimos a utilização
deste dinheiro em questões sociais.

* A NATO traz terror e sofrimento ao povo do Afeganistão. Exigimos a retirada de
todas as tropas estrangeiras do Afeganistão.


Consulte mais informação no anexo ou visite: http://www.no-to-nato.org/

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Tourada (tortura) não pode ser património imaterial da Unesco




Terra Nostra, 5 de Novembro de 2010

A Candidatura da denominada Festa Brava a Património Imaterial da Humanidade, alegadamente apresentada pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, à UNESCO, não é nada original, não terá apanhado ninguém de surpresa e peca pelo facto do anúncio público surgir associado a um evento, um congresso de ganadeiros de touros de lide, onde, ou à margem do qual, foram lançados vários apelos ao incremento do sofrimento animal, através da legalização da sorte de varas, primeiro passo para os tão ambicionados, para uns poucos, touros de morte.
A iniciativa referida não tem nada de original, pois não é mais do que a cópia do que tem sido feito, a nível mundial, pelo cada vez mais encurralado mundo da indústria tauromáquica que, actualmente, só consegue sobreviver à custa de dinheiros públicos, veja-se o apoio concedido pelo Governo Regional dos Açores e por algumas autarquias, e que pretende encontrar junto da UNESCO uma tábua de salvação.
Considerando que as touradas em nada contribuem para EDUCAR os cidadãos e cidadãs para o respeito para com os animais, para além de causarem sofrimento aos mesmos e porem em risco a vida das pessoas e dos próprios animais, não se coadunando com os valores humanistas do mundo de hoje, considero que a proposta de classificar as touradas como património imaterial da humanidade nem sequer é digna de ser apreciada.

Teófilo Soares Braga

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

MANIFESTO A FAVOR DO TOURO



quando a vida não dá troco à felicidade
ouve-se Carlos Gardel dizer com certa
ingenuidade:

sou vítima de cavalos lentos
e mulheres velozes

será ingenuidade do cantor ou um certo desdém?
mais razão tem o mendigo para dizer
dá deus nozes a quem dentes não tem

não
não é um tango uma tanga
e muito menos uma zanga
é um queixume de quem ao vício
se deu sem azedume

eu que perdi o paraiso quando era proletário
(grita a burguesa: ai que horror temos aqui
um incendiário!)
peço aos poetas que não louvem os toureiros
nem outros ofícios de tortura:

cravar no sangue um ferro
é um acto de cultura?

Manuel Monteiro


Do livro de poemas IMPERFEITA SABEDORIA

Fonte: http://m-monteiro.blogspot.com/