terça-feira, 31 de agosto de 2010

Pico da Pedra, eco-freguesia?





Rua Capitão Manuel Cordeiro, 31 de Agosto de 2010

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

10 feridos na Tourada de Santa Bárbara, Ribeira Grande- Humor Negro



Forças Vivas e Celestiais de Santa Bárbara Satisfeitas com a tourada

Como é do conhecimento público realizou-se no passado dia 28 de Agosto uma tourada à corda em Santa Bárbara, Ribeira Grande. Tal como em todos os eventos, importa, aqui, fazer o balanço:
1- O presidente da Junta de Freguesia ficou aliviado por ter cedido às pressões que sobre ele se tinham exercido ao longo de mais de um ano. A sua previsão cumpriu-se na íntegra, isto é, o touro não morreu e foram feridas, ao que sabemos, dez pessoas;

2- A Comissão de Festas mostrou-se satisfeita e comunicou que no futuro haverá mais até conseguir pelo menos uma morte;

3- O jornalista do Açoriano Oriental, num texto (im)parcial referiu-se à importância do evento e apenas lamentou que uns míseros “bananas” se tivessem deixado apanhar pelo touro;

4- O senhor bispo não tugiu nem mugiu aos e-mails enviados, mas mostrou algum regozijo pela realização do espectáculo. Com efeito, embora tenha entrado menos dinheiro nos cofres diocesanos, o número de fiéis que assistiram à missa no Domingo superou todas as expectativas: os feridos, as respectivas famílias e amigos não faltaram à homilia pois aproveitaram o ensejo para agradecer à Virgem o facto de os ferimentos não terem sido mais graves;

5- Só Deus e as Finanças se investigarem saberão se forem gastos dinheiros públicos e se está a haver fuga aos impostos por parte da indústria tauromáquica terceirense;

6- O único insatisfeito sou eu. Porque não acredito em touradas a custo zero. Porque sei que o meu dinheiro é usado para a manutenção de uma indústria inútil. Porque não admito que se faça divertimento à custa do sofrimento de seres vivos: touros ou seres humanos.

MS

domingo, 29 de agosto de 2010

Terra Livre nº 24

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Barrosa- o monstro avança



A 21 de Agosto, observamos no Pico da Barrosa, a invasora gigante.

À espera de ser erradicada.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Amigos do Parque Ecológico do Funchal continuam a sua luta!


Depois do fogo que destruiu o trabalho de mais de 10 anos, os Amigos do Parque Ecológico do Funchal, no passado sábado, puseram mãos à obra e recomeçaram com os primeiros trabalhos com vista a transformar o Parque Ecológico e o Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha numa área verde.

Para saber mais consulte o seu blogue: http://bisbis.blogspot.com/2010/08/desgosto-2010.html

Tourada em Santa Bárbara, Ribeira Grande


Tendo em conta que a tourada à corda a realizar no próximo dia 28 de Agosto em Santa Bárbara, segundo informação da Junta de Freguesia, é da responsabilidade da Comissão de Festas e está integrada nas festividades religiosas locais, apela-se ao envio de mails de protesto ao Bispo de Angra e dos Açores D. António de Sousa Braga, para o seguinte endereço:

geral@diocesedeangra.pt
bcc: acoresmelhores@gmail.com

Exmo. Senhor
D. António de Sousa Braga

A 1 de Novembro de 1567, o Papa Pio V publicou a bula “De salute gregis dominici”, ainda em vigor:
“(…) Nós, considerando que estes espectáculos que incluem touros e feras no circo ou na praça pública não tem nada a ver com a piedade e a caridade cristã, e querendo abolir estes vergonhosos e sangrentos espetáculos, não de homens, mas do demônio, e tendo em conta a salvação das almas na medida das nossas possibilidades com a ajuda de Deus, proibimos terminantemente por esta nossa constituição (…) a celebração destes espetáculos (…)” (in “Bullarum Diplomatum et Privilegiorum Sanctorum Romanorum Pontificum Taurinensis editio”, tomo VII, Augustae Taurinorum, 1862, pág. 630-631.)
Tomei conhecimento da realização de uma tourada no próximo dia 28 promovida pela Comissão de Festas da Freguesia de Santa Bárbara, concelho da Ribeira Grande, e venho por este meio lamentar tal iniciativa por parte de uma “ instituição” de algum modo ligada à Igreja.
Tendo em conta as dificuldades que a Região (e a própria diocese) atravessa e os custos envolvidos num chamado espectáculo que não educa os cidadãos e maltrata os animais consideramos que a Igreja devia estar na vanguarda da construção de um mundo mais evoluído e solidário.
Confiando na humanidade e bom senso de Vossa Exa, vimos apelar para que não permita que dinheiros que tanta falta fazem ao povo e à própria diocese sejam mal usados, nomeadamente numa ilha onde nem há qualquer tradição tauromáquica.

Com os melhores cumprimentos

Nome
Local

Nota- Uma curiosidade desta tourada à corda é que no cartaz não figura nenhum promotor, sendo certo que não pode ser o ganadeiro já que este está a fazer o seu negócio.

As Comissões de Festas são grupos usados para colaborar com os párocos, sendo usadas, também, como sacos azuis para gerir donativos e outras verbas recebidas.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Ribeira das Tainhas (ou Ponta Garça?), eco-freguesia?



(foto tirada perto da Lagoa do Congro no dia 21 de Agosto de 2010)

domingo, 22 de agosto de 2010

Água de Pau, eco-freguesia?





Imagens cxolhidas ontém, 21 de Agosto de 2010.

sábado, 21 de agosto de 2010

Sorte de Varas

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Isto também é tauromaquia



Cerca de 40 feridos, entre os quais uma criança de 10 anos que sofreu um traumatismo abdominal que permanece estável, mas com prognóstico considerado grave.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Cosméticos

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

domingo, 15 de agosto de 2010

Solidariedade com a Madeira

O Fogo Varreu o Pico do Areeiro (Madeira) - 2


Caros Amigos / Caríssimas Amigas,

Quando vos enviei a anterior mensagem ainda tinha alguma esperança
de que o fogo não devorasse o Campo de Educação Ambiental do Cabeço da
Lenha, edificado com enorme esforço pelos voluntários da Associação dos
Amigos do Parque Ecológico do Funchal.

Infelizmente entre as 02 e as 04 da manhã o lume arrasou quase tudo.
A casa foi destruída. Muitos milhares de pequenas plantas desapareceram
completamente. Do vasto manto de urzes e uveiras-da-serra apenas restam os
esqueletos negros entre os blocos de basalto. As borboletas e os pássaros
esvoaçam desorientados naquela paisagem onde esta manhã pairava um silêncio
de morte.

No Pico do Areeiro, onde estava a ser criado um oásis de vegetação
indígena, menos de 10% das plantas resistiram à passagem do lume.

Mas a catástrofe ecológica teve proporções muito mais amplas. O lume
tem vagueado por toda a cordilheira central. Do Pico do Areeiro ao Pico
Ruivo, a biodiversidade foi profundamente afectada. O melhor núcleo de
vegetação de altitude foi literalmente arrasado. Uma pequena população de
sorveira (Sorbus maderensis) desapareceu. Desta espécie endémica apenas
sobreviveu na Natureza uma árvore na Bica da Cana, no planalto do Paul da
Serra.

Importantes áreas de Laurissilva na Fajã da Nogueira e na bacia
hidrográfica da Ribeira Seca do Faial também estão a ser molestadas pelo
fogo.

Enorme delapidação da biodiversidade e um monstruoso caos de blocos
à espera das próximas chuvas para correr encosta abaixo, são marcas do
perigoso deserto que agora ocupa uma grande parte da cordilheira central.

Nestes momentos de profunda dor temos de ganhar forças para
recomeçar o difícil e moroso trabalho de recuperação do coberto vegetal das
montanhas, que neste momento mais parecem campos bombardeados (Fotos 1 a
20).

Saudações ecológicas,

Raimundo Quintal

sábado, 14 de agosto de 2010

O Fogo Varreu o Pico do Areeiro (Madeira)


Caros Amigos / Caríssimas Amigas,

Esta é uma notícia, que vos dou com o coração tão negro como solo calcinado das vertentes do Pico do Areeiro.

Entre as 12 e as 13 horas (foto 1) o lume, impelido por rajadas de vento da ordem dos 100 km / hora, subiu velozmente as vertentes da Ribeira do Cidrão, vindo do fundo do Curral das Freiras.

Ao chegar ao Pico do Areeiro começou a descer e queimou tudo o que encontrou pelo caminho. A plantação dos Associação dos Amigos do Parque Ecológico não escapou à voracidade das chamas e muito do trabalho realizado nos últimos dez anos foi destruído em instantes.

A extraordinária autorregeneração da formação vegetal primitiva que estava a ocorrer na área do Poço da Neve, na vertente oriental da Ribeira de Santa Luzia, sofreu um forte revés.

Os bombeiros e os funcionários do Parque Ecológico, apesar do trabalho abnegado, não conseguiram travar o fogo que transformou em cinzas uma parte significativa da vegetação do Chão da Lagoa e da vertente da Ribeira de Santa Luzia até à área da Casa do Barreiro, que também foi afectada.

O Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha, propriedade da Associação dos Amigos do Parque Ecológico, também foi atingido. Até este momento ainda não consegui avaliar a dimensão da área queimada. Logo pela manhã tentaremos lá chegar para fazer uma avaliação do que foi destruído e reflectir sobre a forma mais eficaz de iniciar a recuperação.

Menos de seis meses depois da força arrasadora da água, as serras da Madeira são varridas pelo fogo. Mais uma vez os satélites meteorológicos registaram o fenómeno e já o difundiram na aldeia global. Esconder ou fazer demagogia não são bons remédios para minimizar as causas do terrível ciclo: aluvião no Inverno - fogo no Verão.

É necessário reflectir e debater sem tibiezas, as causas naturais e antrópicas destes acidentes, que provocaram enormes feridas nos ecossistemas e na sociedade madeirense.

Nesta hora de profunda dor, apelo a todos os companheiros da Associação para que não desanimem perante este duro golpe e que acreditem que com o seu trabalho voluntário o verde das espécies indígenas voltará a cobrir de esperança as serras do Areeiro.

Saudações ecológicas,

Raimundo Quintal


Caro Raimundo,

Caros Amigos do Parque Ecológico do Funchal,

Faltam-me as palavras porque já foi tudo dito: não é hora de desanimar, pelo contrário é o momento de (re)começar de novo.

Há projectos avulsos, o Vosso é um projecto para a vida inteira.

Espero, um dia, voltar à Madeira e uma vez mais dar o meu "fraco" contributo.

Teófilo

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Fenais da Luz, uma eco-freguesia?


Próximo do Buraco de São Pedro


Próximo ao Bairro Social (?)

As imagens a seguir foram tiradas entre o Bairro e os Poços. Os mais curiosos poderão (clicando numa das fotos) ficar a conhecer a dona dos papéis.


terça-feira, 10 de agosto de 2010

Fajã do Araújo uma Fajã do Calhau em miniatura




Depois da Fajã do Calhau a Câmara Municipal de Nordeste também fez (?) a sua estradazinha. Aqui fica algumas imagens da primeira fase da obra. Iniciada em 2006, já estará pronta?

domingo, 8 de agosto de 2010

A TOURADA DE ALMAGREIRA E OS AMIGOS DOS TOUROS



O Açoriano Oriental de hoje, 8 de Agosto de 2010, anunciou que no porto de Ponta Delgada foram identificadas duas situações de violação das regras de transporte de animais, uma delas relacionada com a presença de “quatro touros bravos que estavam numa “gaiola” de reduzidas dimensões durante três dias a aguardar a chegada de um barco, para serem encaminhados para a ilha de Santa Maria para participar numa tourada à corda realizada a 24 de Julho na freguesia da Almagreira.
A situação referida é mais uma prova provada de que os ganadeiros, como é o caso de João Cardoso Gaspar, amam os seus animais, daí os manterem em situações degradantes como as referidas no parágrafo anterior.
Não vamos perder muito tempo a repetir que as touradas, mesmo naquelas em que a brutalidade é menor, como as touradas à corda, não deixam de ser um espectáculo bárbaro e degradante quer para as vítimas, os touros, quer para os espectadores de bancada ou não. Não vamos alongar-nos em repetir que as touradas são actos que contribuem para a deseducação dos jovens e que é isto mesmo o que pretendem os políticos que só precisam que o povo se lembre deles de quatro em quatro anos.
A sociedade precisa também de saber quem são os amigos (da onça) que são responsáveis directos ou indirectos pelos maus tratos aos animais infligidos quer durante as touradas quer antes quer depois destas no seu transporte. Assim, no caso da “Grandiosa Tourada à corda da Ganadaria de João Cardoso Gaspar”, parece-nos que existe um promotor envergonhado já que nenhuma entidade se assume como tal. Pela leitura de um cartaz de divulgação da mesma só ficamos a conhecer as entidades que a tornaram possível e que, entre outras, são:
Câmara Municipal de Vila do Porto
Junta de Freguesia de Almagreira
Evaristo Ramalha
J. Costa & Filhos, LDA
Soltrans
Sport Clube Marienses
Paulo Luz
Remaçor
Comissão de Festas Almagreira
Delegação Equipamento Social
Polícia de Segurança Pública
Asas do Atlântico
Mini-Mercado Clotilde
Foto Pepe
Talho Ilha do Sol
Talho 3
Através da lista apresentada podemos concluir que, uma vez mais, são usados dinheiros públicos, em benefício de uns poucos e com a clara intenção de generalizar a todas as ilhas uma actividade que antes estava restrita à Terceira, com o objectivo último de servir os interesses declarados da Tertúlia Tauromáquica Terceirense que não descansa enquanto não legalizar nos Açores a sorte de varas e os touros de morte.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Hiroshima Nunca Mais





Pela destruição de todas as armas nucleares e não só.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Os Amigos das Suas Propriedades


(foto recebida por mail)

Para memória futura, abaixo se transcreve um texto de uma pseudo-associação ambientalista que tem como única preocupação promover a valorização das propriedades dos seus associados. No caso presente, está a cumprir um desejo do Eng. José Mendes que, no início da obra, pretendia que surgisse alguém que a defendesse.

Nesse sentido, mais do que uma defesa do projecto, nota-se que há a defesa da entidade que o executa.

Ainda para memória futura, convém esclarecer, segundo informações colhidas no início da obra que foi feita sem qualquer projecto digno deste nome, já que existiam apenas uns rabiscos da autoria do eng. Mário Fagundo, a mesma já há muito deveria estar pronta. Acrescenta-se ainda que a mesma tinha vários opositores dentro do próprio Governo Regional dos Açores e serviços.

Querem nomes?


Fajã do Calhau

A Fajã do Calhau possui um conjunto de atributos e valores históricos, culturais, etnográficos e ambientais e um conjunto de práticas agrícolas tradicionais e condições ecológicas de grande interesse, para além da sua localização num universo sempre mítico e atraente das Fajãs açorianas, que lhe conferem um grande potencial (agora enquadrado pelo POOC e pelo PDM) que dificilmente se alcança quando se nasce longe destas ilhas e que movido por uma ignorância atrevida se pensa alcançar toda a sua dimensão num mero passeio marítimo cujo único objectivo é verter demagogia dita ecologicamente correcta. Na Fajã do Calhau existem mais de 100 casas, sendo quase todas utilizadas sobretudo no apoio às actividades agrícolas, mas que também servem para beber um copo de vinho. Quem nunca lá trabalhou acha que é só veraneio, um prívilégio que não pode estar ao alcance daquela gente. O caminho está na fase final da sua construção mas já estão em curso uma série de medidas que revelam uma grande preocupação ecológica e de restauro ambiental. A sua localização na face mais meridional de São Miguel, e sendo a mais alta falésia sobre o mar, tem por isso uma grande diversidade de condições e de habitats que fornecem um potencial muito interessante a valorizar. Sendo que anteriormente era quase todo forrado por matos de infestantes, como incenso (onde os cagarros não nidificavam, pois não são como os pardais - não poisam nos ramos) as obras da estrada vieram abrir uma zona livre de exóticas, que constitui uma oportunidade de restauro, valorização ecológica e de implementação da biodiversidade endémica dos Açores. Este é um projecto em que a Direcção Regional dos Recursos Florestais está a trabalhar e já começou a implementar. Sendo 2010 o ano internacional da biodiversidade, este é sem dúvida um projecto emblemático e que demonstra a preocupação e seriedade com que a DRRF e os verdadeiros amigos dos Açores e das suas gentes encaram esta temática. Os serviços florestais foram pioneiros no estudo e produção das espécies endémicas lenhosas dos Açores - produzem actualmente cerca de 500.000 plantas por ano. Na zona envolvente ao caminho de acesso à Fajã do Calhau já foram plantadas cerca de 7380 plantas (ginja do mato, uva da serra, pau-branco, folhado, louro, bracel, faia da terra,); semeou, através do processo de hidrossementeira, cerca de 25,5 hectares de taludes; instalou cerca de 80 ninhos para cagarros, que já este ano começaram a ser ocupados. Foi muito o trabalho até agora efectuado, e muito mais se vai ainda fazer. De dentro de um semi-rígido, ainda é dificil avaliar. Só no local, mas sem a miopia demagógica que afecta muitos ambientalistas. Este projecto está ainda a decorrer e certamente demorará algum tempo a ter o seu impacto, pois a natureza tem o seu próprio ritmo. Enquanto isso as pessoas de Água Retorta, e não só, já estão a usufruir de um caminho digno que só enaltece os seus promotores e executores, e será sem dúvida um motivo para que aqueles que respeitam a natureza, os Açores e a sua gente, visitem com agrado a Fajã do Calhau.• ASS. AMIGOS DA FAJÃ DO CALHAU
Fonte: Açoriano Oriental (texto recebido por mail)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Somos Todos Um

domingo, 1 de agosto de 2010

De touros, touradas e sensibilidade moral


Domingos A. Garcia Fernandes

Prestes a começar as touradas da Peregrina em Ponte Vedra nom está por demais recordar que som alheias à nossa cultura e que 80% da populaçom é contrário às mesmas (em modo algum se trata dumha tradiçom).

E cumpre assim mesmo recusar umha série de mitos como:

A tam espalhada ideia de que há que preservar as tradiçons - umha tradiçom, a das corridas, que na Galiza, já se indicou, nom seria tal -. Porém nom fica de sobejo explicitar que entender por tradiçom. De acudir a María Moliner: "passagem dumhas geraçons a outras através da vida dum povo, umha família, et cetera, de notícias, costumes e criaçons artísticas colectivas." E de o fazer ao Novo Grande Dicionário da Língua Portuguesa: "transmissom de valores espirituais..." ou "conhecimento ou prática que provém da transmissom oral ou de hábitos inveterados."

Sublinhemos o de colectividade, valores espirituais ou hábitos inveterados (rem a ver com a festa dos touros). Amais disso nom por algo ser tradicional tem de ser mantido, há costumes a erradicar o antes possível por ser defesa de destruiçom e violência.

Que o touro é umha raça brava. Nom, seriam mestiços (é doado consultar estudos na rede) sem raça determinada, umha casta de pseudorraças de Bos Taurus com agressividade instintiva quando som provocados ou assediados característica, a agressividade, que partilham com outras muitas espécies e mesmo com exemplares de outras raças bovinas. Nom se decidiu, por negócio, criar um protótipo e os touros de lide de ontem nom se parecem aos de hoje e, a bom seguro, tampouco aos de amanhá.

Que o touro é agressivo. Rem de rem. É um ruminante pacífico que somente deseja se esgueirar da praça, fugir dos magarefes, pastejar e ruminar em paz, de nom ser por toda umha panóplia de torturas para o irritar e dilacerar, para o louquejar de dor e o obrigar a combater.

Que o toureio é umha arte. De voltar ao María Moliner, arte por antonomásia seria "a actividade humana dedicada à criaçom de cousas belas" . Semelha que deveria ser um processo criativo para dar e nom apagar vida. Aniquilar nom engrandece. A formosura nom está na morte, no estrago, na danificaçom, na degradaçom. Na arte há de primar o biófilo fronte ao necrófilo.

As corridas fam parte do panem et circenses, das velhas carniçarias de animais e humanos, das queimas de hereges, dos grosseiros espectáculos para as massas (ir passar o domingo), do guilhotinar público... É no século XVIII, ou mesmo no XIX, quando esta má-criaçom, em paralelo com a Ilustraçom, diminui em toda a Europa, nom o fai no Estado espanhol anti-ilustrado, que nom só nom proíbe estes divertimentos, ao contrário, impulsiona-os, regulamenta, muda em oficiais, preside... E como ideologia de mascarada umha série de mitos baseados na mais espessa ignorância.

Os mal chamados festejos som actuaçons cruéis com puas, farpas e estocadas. Traia-se à memória que é o córtex cerebral o que nos diferência dos outros mamíferos e permite que falemos, calculemos ou sejamos artistas. Porém as emoçons, o prazer, a dor, os medos, os anseios, as ledícias e as frustraçons som compartilhadas. Os centros de prazer e dor no sistema límbico fam parte das estruturas em comum.

As puas lesionam apófises espinhosas de vértebras, podem provocar hemorragias que cheguem a 18% do volume sanguíneo...

As farpas provocam lesons musculares, de vasos sanguíneos e nervos.

As estocadas quase que endejamais desembocam numha morte rápida ao estar deslocadas e o touro afoga no seu próprio sangue.

Nom me vou adentrar em argumentos tam à moda a respeito dos Direitos dos Animais ou falsos razoamentos sobre a sobrevivência das pastagens (de certo que som um património natural de grande valor e lugar de passagem de aves e outros animais), que transformadas en reservas naturais podem acolher bovinos em liberdade e ser compartidas com outras espécies. As devanditas pseudorraças de lide nom tenhem de deixar de ser ao se suprimir as touradas e os antitaurinos de certo que lutaríamos para os proteger.

Para rematar unhas consideraçons acerca de Ética e Moral, pois usufruir desses festejos implica umha degradaçom moral, umha sensibilidade atordoada.

A Ética estaria ligada ao comportamento racional do indivíduo corpóreo e alicerçaria-se no princípio de conservaçom da esfera corpórea (fortaleza) e no de solidariedade com outras esferas corpóreas (generosidade).

A Moral abrangeria as normas vinculadas aos mesmos indivíduos corpóreos, mas em tanto que membros de grupos, comunidades, sociedades, culturas... Mesmo os seus princípios podem colidir com os imperativos éticos. Em todo lugar e tempo costumam referir-se à isonomia, à justiça recíproca... e sempre há umha incomensurabilidade entre as esferas ideal e real de aplicaçom.

Nom se vai cair em aplicar aos touros discursos antropomórficos e os olhar como seres humanos.

Mas sim convidar a reflectir arredor das supraditas fortaleza, generosidade, isonomia e justiça. Sentir prazer com espectáculos cruéis, violentos, nom invalidará essas virtudes?


Fonte:http://www.diarioliberdade.org/index.php?option=com_content&view=article&id=5116:de-touros-touradas-e-sensibilidade-moral&catid=100:outras-vozes&Itemid=21