terça-feira, 24 de agosto de 2010

Tourada em Santa Bárbara, Ribeira Grande


Tendo em conta que a tourada à corda a realizar no próximo dia 28 de Agosto em Santa Bárbara, segundo informação da Junta de Freguesia, é da responsabilidade da Comissão de Festas e está integrada nas festividades religiosas locais, apela-se ao envio de mails de protesto ao Bispo de Angra e dos Açores D. António de Sousa Braga, para o seguinte endereço:

geral@diocesedeangra.pt
bcc: acoresmelhores@gmail.com

Exmo. Senhor
D. António de Sousa Braga

A 1 de Novembro de 1567, o Papa Pio V publicou a bula “De salute gregis dominici”, ainda em vigor:
“(…) Nós, considerando que estes espectáculos que incluem touros e feras no circo ou na praça pública não tem nada a ver com a piedade e a caridade cristã, e querendo abolir estes vergonhosos e sangrentos espetáculos, não de homens, mas do demônio, e tendo em conta a salvação das almas na medida das nossas possibilidades com a ajuda de Deus, proibimos terminantemente por esta nossa constituição (…) a celebração destes espetáculos (…)” (in “Bullarum Diplomatum et Privilegiorum Sanctorum Romanorum Pontificum Taurinensis editio”, tomo VII, Augustae Taurinorum, 1862, pág. 630-631.)
Tomei conhecimento da realização de uma tourada no próximo dia 28 promovida pela Comissão de Festas da Freguesia de Santa Bárbara, concelho da Ribeira Grande, e venho por este meio lamentar tal iniciativa por parte de uma “ instituição” de algum modo ligada à Igreja.
Tendo em conta as dificuldades que a Região (e a própria diocese) atravessa e os custos envolvidos num chamado espectáculo que não educa os cidadãos e maltrata os animais consideramos que a Igreja devia estar na vanguarda da construção de um mundo mais evoluído e solidário.
Confiando na humanidade e bom senso de Vossa Exa, vimos apelar para que não permita que dinheiros que tanta falta fazem ao povo e à própria diocese sejam mal usados, nomeadamente numa ilha onde nem há qualquer tradição tauromáquica.

Com os melhores cumprimentos

Nome
Local

Nota- Uma curiosidade desta tourada à corda é que no cartaz não figura nenhum promotor, sendo certo que não pode ser o ganadeiro já que este está a fazer o seu negócio.

As Comissões de Festas são grupos usados para colaborar com os párocos, sendo usadas, também, como sacos azuis para gerir donativos e outras verbas recebidas.