quarta-feira, 30 de junho de 2010

O ESTADO DO MUNDO


Acaba de ser lançada a versão em português do brasil do "Estado do Mundo
2010, do Consumismos à Sustentabilidade".

Esse relatório é editado há 28 anos pela WWIWorldwatch merece uma leitura atenta.
T. Braga

Apresentação da edição brasileira

A Declaração do Milênio, da ONU, aprovada por 189 países em setembro de 2000, expressa a decisão da comunidade internacional de reduzir à metade, até 2015, o número de pessoas que vivem com menos de um dólar por dia. De acordo com o "World Development Report", porém, em muitos países, onde as taxas de crescimento foram negativas, o avanço econômico permanece abaixo do nível considerado necessário para se atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Um bilhão e meio de pessoas no mundo continuam abaixo da linha da pobreza, sobrevivendo com menos de US$ 1,25 por dia. O compromisso com investimentos internacionais destinados à diminuição do fosso e da desigualdade social entre populações de elevado consumo, que movimentam mercados concentrados, e o 1/5 da humanidade que luta para sobreviver, é um desafio a ser enfrentado.

Tal esforço, porém, resultaria apenas parcialmente bem sucedido na ausência de uma equação capaz de frear o consumismo concentrado e impulsionar o quanto antes o consumo sustentável – equação esta que passa, entre outros fatores, por uma profunda mudança cultural e comportamental. Tal mudança na cultura do consumo é a proposta trazida ao debate pelo Estado do Mundo 2010, relatório anual do WWIWorldwatch Institute, editado há 28 anos consecutivos em cerca de 30 idiomas e publicado em língua portuguesa no Brasil desde 1999 pela UMA-Universidade Livre da Mata Atlântica, representante do WWI no Brasil.

Neste ano, a edição se faz em parceria com o Instituto Akatu, organização que se destaca no trabalho pela transformação do comportamento do consumidor como fator essencial, dentro do tripé empresa–governo–sociedade civil, para o encaminhamento de soluções voltadas para a sustentabilidade. Essa transformação, urgente, tem como pilar uma maior conscientização do consumidor quanto às consequências de seus atos de consumo.

Nesse passo, é também fundamental levá-lo a perceber que, em adição a buscar maximizar os impactos positivos e minimizar os negativos de seus próprios atos individuais, cabe a ele mobilizar outros consumidores na direção de um consumo consciente; apoiar o esforço das melhores empresas em responsabilidade sócio ambiental, pressionando-as diretamente e comprando os seus produtos, assim como valorizando as novas tecnologias por elas desenvolvidas; e pressionar os governos na direção de uma atuação administrativa própria mais sustentável, do provimento de serviços que facilitem a ação do consumidor consciente (por exemplo, a coleta seletiva de resíduos) e da regulação e legislação referentes aos atributos dos produtos e à operação das empresas. Dessa maneira, o consumidor consciente terá um papel expandido para muito além de seus gestos individuais.

Integrando de modo concreto os esforços no sentido dessa mudança cultural tão indispensável e da co-relata democratização da informação, o WWI, com o apoio do Instituto Akatu, disponibiliza para download gratuito, em língua portuguesa, o presente relatório anual. Assim, executivos de empresas e responsáveis governamentais, estudiosos, jornalistas, pesquisadores, professores e alunos de instituições públicas ou privadas, têm à sua disposição análises, pesquisas, dados, informações e estatísticas confiáveis, abrangentes, muitas vezes inéditos, de extensão planetária, capazes de municiá-los em seu empenho não só pelo necessário cumprimento das metas do milênio como também por uma mudança imediata, aprofundada a cada dia, em favor de uma vida mais saudável, ambiental e socialmente responsável, rumo a um mundo sustentável que, dessa forma, poderá passar do sonho à realidade.

Eduardo Athayde
Worldwatch Institute-Brasil

Helio Mattar
Instituto Akatu

download gratuito do livro: clique aqui

A IMPUNIDADE DA INDÚSTRIA TAUROMÁQUICA


No dia 21 de Outubro de 1995, na Quinta das Casas, no lugar do Rosário, freguesia da Terra Chã, na ilha Terceira, na presença de cerca de 200 convidados, entre os quais o então Secretário Regional da Agricultura e Pescas, Adolfo Lima, foram mortos dois touros durante a lide, o que era proibido pela lei em vigor.
Este crime foi denunciado por algumas organizações, como os Amigos dos Açores e os Verdes que apresentaram na Assembleia da República um requerimento, condenando “o bárbaro espectáculo” e exigindo a intervenção do governo face à corrida de touros de morte ilegalmente realizada e tanto quanto apuramos foi apresentada queixa na PSP.
O assunto caiu no esquecimento e pensamos que o crime terá ficado sem castigo.
Em 2010, foi aprovado o Decreto Legislativo Regional n.º 11/2010/A (Regulamento Geral dos Espectáculos Tauromáquicos de Natureza Artística da Região Autónoma dos Açores) que no seu artigo 12º proíbe a realização de touradas “quando tenha sido decretado luto nacional ou regional”.
Precisamente a 20 de Junho, dia de luto nacional pela morte do escritor José Saramago, integrada nas Sanjoaninas, realizou-se, na Praça de Touros da ilha Terceira uma tourada.
Independentemente de sermos leitores ou não de Saramago, de concordarmos ou não com as suas opções políticas ou outras a lei está em vigor e tanto quanto é nos dado saber os promotores dos eventos tauromáquicos dizem-se respeitadores do chamado Estado de Direito e as forças policiais, os tribunais e os governantes dizem tudo fazer para que as leis sejam cumpridas por todos.
Então, por que nada acontece (tem acontecido) quando a indústria tauromáquica viola as leis? Por que razão as várias instituições que suportam o Estado não mugem nem tugem?
Por que se calam os senhores deputados da Região que inutilmente, quanto a nós, perderam o seu tempo, pagos pelo erário público, a debater e a aprovar uma lei que é posta no lixo pouco tempo depois?
Que diligências fez a PSP, que foi avisada previamente, para impedir a realização da tourada?
Que medidas tomou (vai tomar) o Sr. Director Regional da Cultura? Nenhuma?
O silêncio, a apatia, a cumplicidade só pode ter uma explicação: todas as instituições do Estado estão, não ao serviço do bem comum, como dizem. Pelo contrário, não passam de serviçais de um sistema que só sobrevive à custa da exploração do homem, dos animais e do próprio planeta, o capitalismo.
E a chamada sociedade civil, o que tem feito?
Por que não dizem nada sobre o assunto, as associações de protecção dos animais? Será que o reino animal é constituído apenas por cães e gatos?
Por que razão mantêm-se silenciosas as chamadas ONGA dos Açores?
Por dependerem de instituições que também promovem touradas? Por serem meros executantes das directivas estatais? Por não passarem de simples prestadores de serviço à Secretaria Regional do Ambiente e do Mar? Por acharem que o inútil sofrimento animal nada tem a ver com o ambiente? Por existirem apenas para enverdecer o capitalismo?

Mariano Soares
27 de Junho de 2010

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Sete mitos fatais da agricultura industrial



Mito Um

A agricultura industrial vai alimentar o mundo.

A verdade
A fome no mundo não é causada por falta de alimentos, mas pela pobreza
e pela falta de terra que impedem o acesso à comida. Na realidade a
alimentação industrial aumenta a fome ao aumentar o custo do cultivo,
ao expulsar dezenas de milhões de agricultores de suas terras e ao
cultivar principalmente colheitas lucrativas para exportação e luxo.

Como alimentar um mundo faminto? Transformando cada terreno vazio em
um canteiro.

Mito Dois

Alimentos industrializados são seguros, saudáveis e nutritivos.

A verdade
A agricultura industrial contamina vegetais e frutas com pesticidas e
introduz hormônios de crescimento geneticamente manipulados no leite.
Não é surpresa que o câncer, doenças provocadas pela alimentação e
obesidade estejam alcançando picos nunca vistos.

Não há nada de seguro no uso rotineiro de fumigantes com brometo de
metila e cloropicrim.

Milho consorciado com amarante e leguminosas em base de rotação
dispensa pesticidas e adubos químicos para aumentar a fertilidade do
solo

Mito Três
A alimentação industrializada é barata.

A verdade
Se você acrescentar o custo real dos alimentos industrializados — seus
custos para a saúde, o meio ambiente e os custos sociais — nem nossos
cidad ãos mais ricos teriam meios de pagá-los.

Um coquetel químico cobre filas intermináveis de feijão. O "sucesso"
comercial da industria de pesticidas exige um custo muito elevado em
ecossistemas e saúde humana

A orgia de cores e sabores atrai as pessoa para a feira dos
agricultores. Amigos e vizinhos se reúnem para comprar, encontrar-se e
celebrar as "estrelas" da estação. Estes são alimentos verdadeiros a
preços verdadeiros

Mito Quatro
A agricultura industrializada é eficaz.

A Verdade
Pequenas propriedades produzem mais alimentos por área do que as
grandes fazendas. Além disso, fazendas maiores, não diversificadas,
requerem maior quantidade de máquinas e produtos químicos. Esta
quantidade crescente de insumos está destruindo o meio ambiente e,
muitas vezes, levam o agricultor à falência.

Um campo de mil acres,
sem uma única erva daninha à vista, indica o uso nocivo de pesticidas
e herbicidas

Cada paisagem contém uma história. Fileiras de colheitas variadas
indicam que a roça é diversificada, em pequena escala, permitindo que
os predadores e os polinizadores naturais realizem a sua tarefa

Mito Cinco
Os alimentos industrializados oferecem mais variedades.

A Verdade
O que o consumidor realmente recebe no supermercado é uma escolha
ilusória. A variedade de produtos nas prateleiras dos supermercados
esconde na verdade uma perda trágica de dezenas de milhares de
espécies causada pela agricultura industrial.

80,6% das variedades conhecidas de tomates foram
perdidas entre 1903 e 1983

Mito Seis
Agricultura industrial beneficia o meio ambiente e a fauna.

A Verdade
A agricultura industrial é a maior ameaça à biodiversidade.

Mito Sete
A biotecnologia vai resolver os problemas da agricultura
industrializada.

A Verdade
A biotecnologia vai destruir a biodiversidade e segurança alimentar e
vai forçar os agricultores a deixarem suas terras, consolidando o
controle da oferta mundial de alimentos na mão de algumas poucas
corporações enormes.

Fonte: Resurgence nº 217, março/abril 2003. Extraído do livro Fatal
Harvest
editado por Andrew Kimbrell, Island Press, 2002 www.islandpress.org

sábado, 26 de junho de 2010

Petição em defesa de São Jorge



Exmos.,

O Movimento pela Defesa da Ilha de São Jorge, é um movimento de cidadãos que surge da necessidade de haver uma voz activa no quotidiano Jorgense, que alerte para situações que, de facto, podem ser "lesivas", não só para o património Histórico-Cultural da Ilha, como para toda a sua beleza Natural e Paisagística.
Como tal e, devido à nossa preocupação crescente, vimos por este meio, dar-vos a conhecer uma petição criada, relativamente a uma possível obra a efectuar na Vila de Velas, mais concretamente, na Baía de João Câncio:

"Os Açores são um arquipélago e território autónomo da República Portuguesa, situado a meio do Atlântico, entre a Europa e a América. Dele fazem parte nove ilhas, organizadas em três grupos: Oriental (Santa Maria e São Miguel), Central (Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial) e, por último, Ocidental (Flores e Corvo).
No seu "coração" geográfico e dotado de uma beleza natural incomparável encontra-se a ilha de São Jorge, que por sua vez é constituída pelos municípios de Velas e Calheta.
Elevada a Vila por volta do ano de 1500, a Vila de Velas, sede de um dos municípios, possui uma rica e vasta história. Em tempos, e como resultado dos ataques e invasões de Corsários, dos quais os habitantes locais tiveram que se defender, foram edificados Fortes, como o da Nossa Senhora da Conceição e de Santa Cruz, cruzando fogos para proteger a população Jorgense.
Estes Fortes, localizados , respectivamente, na zona do actual Auditório Municipal e do actual depósito de combustível que abastece a ilha, enquadram-se numa das Baías mais belas da Vila, postal turístico para quem a visita: a Baía de João Câncio.
Esta petição tem como principal objectivo, proteger a Vila dos actuais "Corsários" locais que pretendem destruir esta zona, de encanto tamanho, impedindo a construção de um parque de estacionamento e zona de actividades recreativas, ganhado terreno ao mar.
Agradecemos a vossa colaboração e apelamos à sinceridade e bom senso de todos os Jorgenses e de todos aqueles que se queiram juntar a esta causa!"

A presente petição está presente em http://www.petitiononline.com/obrasjz/petition.html
Texto e fotos extraídos do blogue do Movimento pela Defesa da Ilha de São Jorge

http://peladefesailhadesaojorge.blogspot.com/

sexta-feira, 25 de junho de 2010

TOURADA ILEGAL: DENUNCIE



Envie o texto abaixo ou outro ao Director Regional da Cultura, apresente queixa no Ministério Público e na PSP.

Envie por mail para: drac.info@azores.gov.pt


Exmo. Sr. Director Regional da Cultura.

Atendendo ao Decreto Legislativo Regional n.º 11/2010/A – Regulamento Geral dos Espectáculos Tauromáquicos de Natureza Artística da Região Autónoma dos Açores e ao Art. 1.º do Decreto n.º 10-A/2010, o qual declara os dias 19 e 20 de Junho de 2010, luto nacional, pelo falecimento de José Saramago, cumpre-me denunciar a V. Exa., ao abrigo do n.º 2 do Art. 75.º do Decreto Legislativo Regional n.º 11/2010/A, o incumprimento da alínea b), do n.º 1, do Art. 12.º do mesmo diploma.

Informo, V.Exa. que foi anunciada, publicamente, e realizada uma tourada de praça, no âmbito da ‘Feira Taurina de S.João’, no dia 20 de Junho, coincidindo com um dia de luto nacional, pelo que foi contactada, telefonicamente, a Policia de Segurança Pública, que é uma das entidades competentes em matéria de fiscalização do Regulamento em causa, conforme o estipulado na alínea a), do n.º 1, do Art. 75.º do Decreto Legislativo Regional n.º 11/2010/A. Contudo, não se verificou o cancelamento da licença já emitida e adiamento do espectáculo tauromáquico em causa, em consonância com a alínea a), do n.º 3, do Art. 12.º do Decreto Legislativo Regional n.º 11/2010/A, assim como desconheço a elaboração de auto de notícia por incumprimento do Regulamento e respectiva coima prevista na alínea c), do n.º 2, do Art. 73.º.

Com a mais elevada consideração, subscrevo-me,

(local, data)

(Nome)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ferraria: Inaugurar para abandonar a seguir?





Ontém, 23 de Junho, lixo amontoado pelo chão junto aos balneários e disperso junto aos solários, portas que não fecham nem abrem, portas torcidas por vandalismo. Nenhuma vigilância.
A continuar assim, em breve, teremos outra inauguração para as obras de recuperação.

domingo, 20 de junho de 2010

Os Lavradores como cuidadores da Natureza ou a Beleza do mundo rural

A 5 de Abril deste ano denunciamos aqui o desrespeito pelo bem comum e pelo bem estar animal na freguesia da Achadinha. Ontém, 19 de Junho, voltámos ao local do "crime" e a situação não se alterou, como se pode ver pela foto abaixo. A quantidade de plásticos aumentou e segundo fomos informados prosseguirá até à construção da única incineradorado mundo que não emite dióxido de carbono e que polui menos, segundo uns, do que uma noite de fogo de artifício e, segundo outros mais bem informados, que a central geotérmica da Ribeira Grande.

Na mesma localidade, tivemos a oportunidade de observar como são bem tratadas as nossas águas residuais, como se pode ver pela cor da água da fotografia abaixo e melhor, pelo cheiro para quem tiver a oportunidade de se deslocar ao local.

É caso para dizer,em termos ambientais, estamos no bom caminho.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Homenagem a Saramago


José Saramago – Cadernos de Lanzarote - Diário III

«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo… e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»

A MAIOR FLOR DO MUNDO



TB

quinta-feira, 17 de junho de 2010

CONTRA A CAÇA À BALEIA


Caros amigos,

Em poucos dias acontecerá a votação para legalizar a caça comercial às baleias. 650.000 pessoas já assinaram a petição para proteger as baleias e uma equipe da Avaaz estará presente nas negociações para garantir que as nossas vozes sejam ouvidas -- vamos conseguir 1 milhão de assinaturas! Assine e depois encaminhe este alerta:


Dentro de uma semana a Comissão Baleeira Internacional (IWC) fará a votação final para uma proposta de legalizar a caça comercial de baleias pela primeira vez em uma geração.

O resultado depende de quais vozes serão ouvidas de forma mais clara nos momentos finais: o lobby pró-caça ou cidadãos do mundo?

Mais de 650.000 membros da Avaaz já assinaram a petição para proteger as baleias – é hora de conseguir 1 milhão! A equipe da Avaaz estará nas negociações da IWC no Marrocos semana que vem e conseguimos outdoors, anúncios de primeira página em jornais e um marcador gigante mostrando as assinaturas na petição. Tudo para garantir que os delegados, desde o momento em que descerem do avião até a hora da votação, vejam a nossa mensagem que o mundo não aceitará um massacre de baleias. Clique para assinar e depois encaminhe este email para todos:

https://secure.avaaz.org/po/whales_last_push/?vl

Graças a um chamado global, muitos governos já se comprometeram a irem contra a proposta. Cada vez que a petição da Avaaz ganhou 100.000 nomes, ela foi enviada para a Comissão Baleeira Internacional e governos chave. Alguns, como a Nova Zelândia agradeceram todos nós que assinamos.

Mas a pressão do outro lado é incansável. Outros governos, especialmente na Europa e América Latina podem se abster... ou até mesmo apoiar a proposta. Portanto, o resultado da votação é ainda incerto.

Pressão popular é a nossa melhor chance. Afinal de contas, foi um movimento social global na década de 80 que conseguiu banir a pesca comercial de baleias que nós agora estamos tentando proteger. A Comissão Baleeira Internacional se reunirá no Marrocos a partir desta quinta-feira dia 17 e a votação será em menos de uma semana. Vamos garantir a presença das nossas vozes globais para recepcionar os delegados:

https://secure.avaaz.org/po/whales_last_push/?vl

Depois que a proibição global foi imposta à caça comercial de baleias, o número de baleias mortas todo ano caiu de 38.000 para poucos milhares. Isto é apenas uma prova do poder da humanidade em seguir o caminho certo. Enquanto lidamos com outras crises atuais, vamos valorizar este legado de progresso – nos unindo agora para proteger nossos vizinhos majestosos e inteligentes neste frágil planeta.

Com esperança,

Ben, Ben M, Maria Paz, Ricken, Benjamin, David, Graziela, Luis e toda a equipe Avaaz

PS. Mesmo após a proibição, o Japão, Noruega e Islândia continuaram caçando baleias. Estes países estão pressionando o IWC para enfraquecer as restrições à caça. Aguardando a permissão para caçar ainda mais baleias, o Japão já está planejando comprar o maior navio baleeiro já visto. Clique aqui para assinar a petição.

Leia mais:

Três países querem "levar" baleias para a mesa e para o armário da farmácia:
http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1441992

Japão ameaça deixar Comissão Baleeira Internacional:
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,japao-ameaca-deixar-comissao-baleeira-internacional,567025,0.htm

Ambientalistas pressionam Japão para não caçar baleias:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100617/not_imp567722,0.php

(recebido por mail)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

MANIFESTO ANTI-ECOLÓGICO


O marxista heterodoxo português João Bernardo é autor do livro “O Inimigo Oculto. Ensaio sobre a luta de classes. Manifesto anti-ecológico”, editado em 1979, pelas Edições Afrontamento.
Ao longo do texto são de destacar quatro temas principais: o desenvolvimento do modo de produção capitalista e a estrutura de classes, as crises do capitalismo e as lutas sociais, a crise da sociedade da abundância e, por último, o movimento ecológico como dado novo e aglutinador das lutas sociais.
Nesta obra, que inclui dois aspectos distintos mas interligados, um ensaio sobre a luta de classes e um manifesto anti-ecológico, João Bernardo considera que o movimento ecológico é o inimigo oculto pois não é transformador da sociedade, mas sim defensor e legitimador da estagnação económica e não tem em conta o fim da exploração que é o fundamento do sistema capitalista.
Face à apatia em que se encontra a chamada sociedade civil, ao medo em manifestar a sua opinião por parte de alguns cidadãos, ao silêncio cúmplice (porque já estão ou encontram-se à espera de vez para comer à custa do erário público) por parte de outros, ao “regresso” ao naturalismo de algumas organizações, não é por acaso que este ano a moda é a biodiversidade, à absorção pelo sistema de algumas outrora vozes críticas, esta obra de João Bernardo, apesar de editada à 31 anos, merece não só ser lida, mas também alvo de reflexão profunda.

Mariano Soares

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Primavera Silenciosa de Rachel Carson leitura obrigatória para defensores do ambiente




“Quarenta anos atrás, esta obra aplicou um choque galvânico na consciência pública e, como resultado, infundiu ao movimento ambientalista uma nova substância e significado”, segundo Edward O. Wilson.

Para quem não sabe ou nunca ouviu falar, o planeta Terra deve muito a Rachel Carson, uma cientista norte-americana que, no início da década de 1960, publicou Primavera silenciosa, obra que, mesmo tendo no título uma expressão poética, foi o estopim que deu forma a um novo e poderoso movimento social que alterou o curso da História.
Carson, pesquisadora rigorosa com talento de romancista, causou uma verdadeira revolução em defesa do meio ambiente a partir do lançamento de seu livro, em 1962. A obra, escrita em pouco mais de quatro anos, apresenta inúmeros documentos científicos de diferentes fontes, comprovando as afirmações da autora que desencadearam uma investigação no governo Kennedy. De imediato, inspirou a rede de tevê CBS a produzir um documentário, assistido por 15 milhões de telespectadores, que mostrava os efeitos nocivos do DDT à saúde, fato que poderia, inclusive, alcançar mais de uma geração, uma vez que resíduos dessa substância tóxica podem ser encontrados no leite humano.

Revolução

O clamor que se seguiu à publicação de Primavera silenciosa forçou o governo a proibir o uso de DDT e instigou mudanças revolucionárias nas leis que preservam o ar, a terra e a água, com a criação, em 1970, da Agência de Proteção Ambiental Norte-Americana. A paixão de Rachel Carson pela questão do futuro do planeta refletiu poderosamente por todo mundo e seu livro foi determinante para o lançamento do movimento ambientalista.

Esta edição apresentada pela Editora Gaia inclui um posfácio do escritor e cientista Edward O. Wilson e uma introdução da biógrafa Linda Lear, que discorre sobre a história corajosa de Carson na defesa de suas convicções diante do ataque impiedoso e covarde da indústria química logo após a publicação deste seu livro e antes de sua morte prematura, em 1964.

Em 2000, a Escola de Jornalismo de Nova York consagrou Primavera silenciosa como uma das maiores reportagens investigativas do século XX. Em dezembro de 2006, premiando a memória e o legado de Rachel Carson, o jornal britânico The Guardian conferiu a ela o primeiro lugar na lista das cem pessoas que mais contribuíram para a defesa do meio ambiente de todos os tempos.

Podes fazer download aqui: http://www.4shared.com/document/rfCikam-/Primavera_Silenciosa_-_Rachel_.html

Fonte: http://centrodeestudosambientais.wordpress.com/page/2/

domingo, 13 de junho de 2010

RAQUEL CARSON


Rachel Carson começou a sua carreira como bióloga nos Estados Unidos, no U.S. Bureau of Fisheries, e em 1950 tornou-se escritora da natureza. Em 1951 escreveu e publicou o seu primeiro livro, o best-seller The Sea Around Us. Este livro garantiu-lhe estabilidade económica e deu-lhe notoriedade como escritora. Depois seguiu-se The Edge of the Sea, também um best-seller. Carson republicou o seu primeiro livro, sob o nome Under the Sea-Wind.

No final dos anos 1950s, Carson virou sua atenção para conservação e para os problemas ambientais causados pelos pesticidas sintéticos. O resultado foi Silent Spring (1962), que trouxe preocupações ambientais sem precedentes para uma parcela da opinião pública americana. Silent Spring impulsionou uma inversão na política nacional pesticida levando a uma proibição nacional sobre DDT e outros pesticidas. Esta com os seus movimentos ambientalistas que inspirou levou a criação da Environmental Protection Agency foi lhe oferecida a Medalha Presidencial da Liberdade.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Rachel_Carson

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Incineração: Bolieiro Lidera a Fase de Deseducação Ambiental


No passado dia 10 de Junho, o vice-presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro, que já se havia distinguido pelo apelo ao incremento da tortura animal, defendendo as corridas picadas, perante uma turma de crianças afirmou que a incineração de resíduos era um sistema amigos do ambiente de tal modo que poluia menos que uma central geotérmica.

Disparates à parte, a verdade é que no mínimo, aquela tecnologia é uma sobre as quais podemos dizer que há controvérsia científica. Mas não batendo mais no ceguinho, a ânsia de queimar resíduos só demonstra que esta gente apenas invoca em vão o nome do sacrossanto desenvolvimento sustentável e que não soube gerir até hoje o chamado aterro sanitário de São Miguel e não está disposta a mudar o paradigma social existente, isto é vamos continuar a crescer até ao infinito, vamos continuar a consumir desalmadamente e a usar e deitar fora.

Perante tanto disparate o silêncio foi quase total, só se conhecendo um texto dos Amigos dos Açores que abaixo se reproduz.

A Posição dos Amigos dos Açores


Tendo conhecimento que foi hoje apresentado nas VIII Jornadas Autárquicas das Regiões Ultraperiféricas da União Europeia e Cabo Verde o Projecto da Associação de Municipios da Ilha de São Miguel que visa colocar em funcionamento uma incineradora na ilha de São Miguel em 2014, os Amigos dos Açores - Associação Ecológica manifestam a sua discordância absoluta em relação à escolha preconizada, uma vez que a queima de resíduos não pode ser entendida como resolução para a solução de uma problemática social, como é o caso da gestão de resíduos.


É do entendimento dos Amigos dos Açores que todo o esforço na gestão de resíduos deveria ser efectuado na sua prevenção, de modo a redução da produção de resíduos fosse uma realidade, com elevado grau de responsabilização do cidadão na gestão dos seus sub-produtos, que deveriam ser reutilizados e reciclados. Já existem regiões da Europa que reciclam 85% dos resíduos produzidos.


A opção apresentada comprometerá a reciclagem, uma vez que, dada a pequena dimensão das ilhas, escassearão o resíduos para combustão. Uma vez que para gerar novos produtos serão necessárias novas matérias primas e energia para as transformar, a incineração não se pode entender como um mecanismo de valorização energética, mas sim de desvalorização energética.


Noutras regiões do mundo, incineradoras compram resíduos doutras localidades para manterem a sua rentabilidade. Desejamos que os Açores se afirmem pela natureza, ambiente e paisagem. Não desejamos que a afirmação seja pela queima de lixo.


Os Amigos dos Açores - Associação Ecológica promovem há algum tempo um manifesto contra a incineração nos Açores em http://amigosdosacores.pt/incineracao-nao/ que já tem mais de 250 assinaturas.


Diga não à Incineração em /

terça-feira, 8 de junho de 2010

UM POVO IMBECELIZADO E RESIGNADO...


Um povo imbecilizado e resignado,
humilde e macambúzio,
fatalista e sonâmbulo,
burro de carga,
besta de nora,
aguentando pauladas,
sacos de vergonhas,
feixes de misérias,
sem uma rebelião,

um mostrar de dentes,
a energia dum coice,
pois que nem já com as orelhas
é capaz de sacudir as moscas;
um povo em catalepsia ambulante,
não se lembrando nem donde vem,
nem onde está,
nem para onde vai;
um povo, enfim,
que eu adoro,
porque sofre e é bom,
e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso
da alma nacional,
reflexo de astro em silêncio escuro
de lagoa morta (...) Uma burguesia,
cívica e politicamente corrupta ate à medula, não descriminando já o bem do mal,
sem palavras,
sem vergonha,
sem carácter,
havendo homens
que, honrados (?) na vida íntima,
descambam na vida pública
em pantomineiros e sevandijas,
capazes de toda a veniaga e toda a infâmia,
da mentira à falsificação,
da violência ao roubo,
donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral,
escândalos monstruosos,
absolutamente inverosímeis no Limoeiro (...) Um poder legislativo,
esfregão de cozinha do executivo;
este criado de quarto do moderador;
e este, finalmente, tornado absoluto
pela abdicação unânime do país,
e exercido ao acaso da herança,
pelo primeiro que sai dum ventre
- como da roda duma lotaria.
A justiça ao arbítrio da Política,
torcendo-lhe a vara
ao ponto de fazer dela saca-rolhas; Dois partidos (...),
sem ideias,
sem planos,
sem convicções,
incapazes (...)
vivendo ambos do mesmo utilitarismo
céptico e pervertido, análogos nas palavras,
idênticos nos actos,
iguais um ao outro
como duas metades do mesmo zero,
e não se amalgamando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento,
de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar (...)"


(Guerra Junqueiro, in "Pátria", 1896)

sábado, 5 de junho de 2010

EM DIA MUNDIAL DO AMBIENTE

Depois de um interregno, hoje, participei num passeio pedestre dos Amigos dos Açores. Vi do melhor e do pior. Aqui ficam alguns exemplos.



Exploração de inertes com maquinaria abandonada e despejos de electrodomésticos no Monte Escuro



Lixos (sacos de rações cheios de entulhos e garrafões de lixivia usados pelos lavradores), junto ao antigo posto de leite do Sanguinal



Azálea na Reserva Natural da Lagoa do Fogo. Bonita mas não aqui.



Vista de Vila Franca do Campo a partir da Terra Corrida



Pico da Cruz



Lagoa do Fogo

5 de Junho de 2010

T.Braga

Afinal os animais que comem transgénicos ficam mesmo diferentes!


Pela primeira vez um organismo oficial admitiu que os animais alimentados com ingredientes transgénicos ficam diferentes daqueles cuja dieta é livre de OGM. Passou-se na Nova Zelândia, com a New Zealand Commerce Commisssion que teve de decidir se um anúncio televisivo de Inghams, um produtor de rações e de galinhas, continha ou não publicidade enganosa quando referia que as suas galinhas - alimentadas com transgénicos - eram iguais às restantes. A empresa aceitou a decisão e retirou o anúncio.

A decisão da comissão neozelandesa fundamentou-senum estudo realizado pelo Prof. Jack Heinemann, especialista em genética da Universidade de Canterbury, que avaliou de forma sistemática a literatura científica existente nesta área. A sua conclusão foi: "Existem provas convincentes de que os animais alimentados com rações que incluam transgénicos podem reagir de uma forma específica, que só ocorre quando o contacto é com transgénicos. Isto revela-se em respostas metabólicas, fisiológicas ou imunológicas nos animais envolvidos."

Pode consultar o estudo do Prof Heinemann: Report on Animals Exposed to GM Ingredients in Animal Feed

Pode também ver uma das notícias que tratou este assunto: New Zealand Herald News

E na União Europeia? Um milhão de europeus já assinaram uma petição a pedir a rotulagem dos produtos animais precisamente porque querem poder escolher uma cadeia alimentar sem transgénicos. Mas, para já, não aconteceu nada.

Fonte:

sexta-feira, 4 de junho de 2010

EM DEFESA DO MUNDO RURAL?



Gasta, por abuso, a moda de praticar as mais diversificadas barbaridades (lembram-se da construção da Estrada para a Fajã do Calhau para combater as plantas infestantes?) em nome do desenvolvimento sustentável, já que capitalismo e uma sociedade mais justa, limpa e pacífica são incompatíveis, chegou aos Açores a moda de tudo fazer invocando a defesa do mundo rural.
Apresentada como uma grande conquista da modernidade, a redução do número de activos, na agricultura, sem a criação de quaisquer alternativas viáveis a longo prazo, traduz-se na desertificação humana das zonas rurais e no abandono da produção agrícola, mesmo a de auto-subsistência. Com efeito, hoje, nos Açores, das culturas industriais, não falando no chá que é muito localizada e quase peça de museu, persistem apenas e a muito custo a beterraba e o tabaco, ambas subsidiadas.
O que enche de orgulho os nossos governantes é outro sector ligado à terra, a pecuária. Mas, mesmo este não navega em mar de rosas. Com efeito, de acordo com notícias e reportagens publicadas na imprensa regional, as fábricas de lacticínios do Corvo e do Faial estão longe de ser rentáveis, em São Jorge as cooperativas estão sempre em dificuldades, em todas as ilhas há lavradores que devido à não actualização do preço do leite e à necessidade de adquirir alimento para o gado no exterior (30 a 50% do mesmo é importado) encontram-se em situação crítica e estariam na falência não fora o apoio comunitário. Além disso, como também já foi publicado e não desmentido, quando acabar o regime de quotas leiteiras apenas algumas explorações em São Miguel e na Terceira serão viáveis.
É neste contexto que, para esconder a incompetência governamental, se tem assistido à realização de um conjunto de concursos e feiras e festivais pretensamente organizados para dinamizar o sector, que contam sempre com a presença dos actuais responsáveis máximos pela degradação da agricultura regional, Noé Rodrigues, Secretário Regional da Agricultura e Florestas, e Joaquim Pires, Director Regional do Desenvolvimento Agrário.
Um dos últimos eventos, o IX Concurso Micaelense da Raça Holstein Frísia, promovido (com apoio público?) pela Associação Agrícola de São Miguel, terminou com muita comida e bebida oferecida aos presentes e com uma (não tradicional) tourada à corda, apresentada como promoção do mundo rural.
São precisamente as touradas à corda, em locais onde não são tradicionais, como na ilha de São Miguel e em zonas piscatórias como é o Porto da Lagoa ou a Caloura, pagas com dinheiros públicos o único indicador de “sucesso” do pretenso desenvolvimento agrário e rural.
Como se tal não bastasse, e como não fosse demasiado o apoio da UE recebido pelos ganadeiros para a criação de gado bravo, a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo propõe-se, em nome da dinamização do mundo rural, abocanhar verbas do programa LIDER para ajudar a pagar a feira taurina das Sanjoaninas, deste ano, cujo custo ronda os 400 mil euros (interessante é haver cortes noutras iniciativas, como o Angra Rock, ma as touradas de praça são intocáveis).
Face a esta situação, não se compreende a passividade de uma população que está a passar por dificuldades em virtude da crise que abala o sistema capitalista mundial e muito menos se percebe (ou percebe-se?) o silêncio comprometedor de associações ambientalistas e da esmagadora maiores dos defensores do ambiente e dos direitos /bem-estar animal.
É caso para dizer que Marx estava errado, o problema não é da religião, o ópio do povo são as touradas.
Açores, 30 de Maio de 2010
Mariano Soares
(Terra Livre nº 21 Junho de 2010)

terça-feira, 1 de junho de 2010