Pela criação de um Colectivo Açoriano de Ecologistas que tenha por objectivo a reflexão-acção sobre os problemas ambientais, tendo presente que estes são problemas sociais e que a sua resolução não é uma simples questão de mudanças de comportamentos, mas sim uma questão de modelo de sociedade.
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Posição da Quercus sobre a Incineração de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)
1. O novo Presidente da Associação de Municípios da Ilha de S. Miguel (AMISM), tal como o anterior, voltou a defender a incineração como boa solução, na sua opinião, para a redução na deposição de Resíduos Sólidos Urbanos, em aterro sanitário.
2. A Quercus manifesta a sua frontal oposição a esse tipo de solução que afecta a qualidade atmosférica e, por consequência, a própria saúde humana.
3. A Quercus relembra que o Governo Regional, perante semelhante intenção do anterior Presidente da AMISM, manifestou a sua discordância de forma clara, remetendo a sua posição para outras alternativas ambientalmente mais sustentáveis, modernas e seguras. A incineração é uma forma obsoleta e perigosa de gerir e tratar os Resíduos Sólidos Urbanos.
4. Numa altura em que todos os países, incluindo Portugal, procuram combater as emissões de gases poluentes e com efeito de estufa, embora com reduzido sucesso, a Quercus considera que a chamada “valorização energética” dos resíduos, através de incineração, é um ilusionismo para enganar a opinião pública, porque está comprovado cientificamente que a incineração liberta perigosas dioxinas e outros elementos tóxicos e cancerígenos para a atmosfera. Por outro lado, a incineração de 1 tonelada de resíduos urbanos, em virtude do seu grande teor em plásticos e outros materiais sintéticos, liberta 395 kg de dióxido de carbono (CO2) de origem fóssil, gás responsável pelo efeito de estufa.
5. A Quercus é adepta do tratamento mecânico e biológico (vermicompostagem, por exemplo) como moderna e segura alternativa ambiental. Foi possível comprovar que o tratamento mecânico e biológico permite reciclar até 60% de resíduos urbanos indiferenciados. Actualmente muitos dos sistemas de RSU estão a adoptar esta tecnologia como uma forma de melhorar o seu desempenho na recolha selectiva de materiais para reciclagem. A aposta deverá passar pela generalização do uso desta tecnologia pelos sistemas de gestão de resíduos do país, no sentido de permitir o aumento da vida útil dos aterros sanitários e a diminuição dos seus impactos, quer para as populações quer para problemas como as alterações climáticas.
6. A Quercus nunca calará a sua voz contra a incineração de Resíduos Sólidos Urbanos porque defende alternativas tecnológicas que são ambientalmente mais seguras, renováveis e recicláveis. Em matéria de gestão dos RSU, a política dos 3 R’s (Reduzir, Reciclar e Reutilizar) tem de ser posta em prática!
Ponta Delgada, 04 de Janeiro de 2010
A Direcção da Quercus
Fonte: http://quercus-saomiguel.blogspot.com/2010/01/posicao-da-quercus-sobre-incineracao-de.html