sábado, 16 de janeiro de 2010

Mais de 1 bilião de pessoas passam fome


Kaos. Portugal

A FAO estima que 1,02 bilião de pessoas viveram em estado de subnutrição no mundo, em 2009. Segundo­ a organização, o número de pessoas em situa­ção de fome estava crescendo mesmo antes da crise mun­dial e, depois dela, a situação piorou. O levanta­mento indica­ a existência de mais pessoas com fome do que em qual­quer outra época desde 1970 e uma piora das tendências que já estavam presentes antes da crise económica. “A me­ta da Cúpula Mun­dial sobre Alimentos (de 1996), de reduzir o núme­ro de pessoas sub­nutridas a me­tade, para não mais que 420 milhões até 2015, não será alcançada se as ten­dências que preva­leceram antes da crise continua­rem”, diz documento divulgado pela entidade no dia 16 de Outubro.

Segundo a FAO, as regiões da Ásia e Oceano Pacífi­co têm o maior número de pessoas subnutridas, 642 mi­lhões, seguidas da África subsariana, com 265 mi­lhões. O Índice Global de Fome, pesqui­sa­­ publicada pela Unidade Internacional de Pesquisa em Política Ali­mentar, reve­lou que a República Demo­crática do Con­go é o país com o maior aumento da fo­me desde 1990, segui­do do Burundi, Comores e Zim­bábue.

A produção mundial de alimentos deve aumentar em 70% nos próximos 40 anos para suprir a demanda cres­cente, adverte a FAO. A agência estima que os go­vernos de países em desenvolvimento precisam de in­vestir anualmente US$ 44 bilhões na agricultura pa­ra alimentar uma população que calcula-se, será de 9 bi­liões­ em 2050. Hoje, este investimen­to é da ordem de US$ 7,9 biliões. As mudanças climáti­cas e o êxodo para as cidades também devem contribuir pa­ra a falta de alimentos nos próximos anos, diz o estudo.

A crise económica reduziu a ajuda estrangeira e o in­vestimento em países pobres, além de diminuir o en­vio de dinheiro dos que trabalham em países ricos.­ Di­ante desse quadro, a FAO apelou a um maior esforço in­­ternacional para se diminuir a fome no mundo, ga­rantir mais investimentos na agricultura e dispositivos de segurança para a eco­nomia dos países pobres. Além disso, alerta para a crise no preço dos ali­mentos, que estabilizaram num nível muito alto para muitas pessoas dos países em desenvolvimento. Como solução para esses proble­mas, a entidade defende, entre outras me­didas, dar mais poder a mais mulheres nos países em desen­vol­vimento por meio da educação e mais acesso a empregos.

Carta Maior

António Barata en Kaos en la Red

Fonte: www.kaosenlared.net/noticia/mais-1-bilio-pessoas-passam-fome