sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

ARVORES NOTÁVEIS EM SÃO MIGUEL


No passado dia vinte de Janeiro, a comunicação social açoriana divulgou a existência, na margem Sul da Lagoa das Furnas, de uma araucária que provavelmente seria a maior da Europa e a segunda maior do mundo. Mais recentemente, através de um amigo nosso, o Doutor Raimundo Quintal, ficamos a saber que na ilha da Madeira, localizada na Quinta dos Leais, existe uma araucária da mesma espécie da medida em São Miguel mas mais alta do que a nossa.

Em relação a este assunto, achamos que o mais importante é dar o seu a seu dono, porque para guerras já bastam as relacionadas com as finanças regionais, e tentar capitalizar o interesse despertado por muitos cidadãos em relação à protecção das diversas árvores que por estes Açores fora merecem ser acarinhadas e protegidas legalmente.

Há alguns anos a associação ecológica “Amigos dos Açores” dinamizou, no âmbito dos seus planos de actividades, um projecto cujo objectivo principal era investigar se as árvores notáveis inventariadas, na década de cinquenta do século passado, pelo R. Florestal António Emiliano Costa, em que condições ainda se encontravam. Apesar de ter sido realizado o trabalho de campo, por razões que não importa aqui apresentar, nunca foi apresentado nenhum relatório intermédio nem final do trabalho realizado.
Hoje, com a ajuda das novas tecnologias (fotografia digital, GPS, internet, etc.) seria de todo o interesse retomar a pretensão do referido grupo, começando pela consulta dos dois números do Boletim da Comissão Reguladora dos Cereais do Arquipélago dos Açores, onde foram publicados os textos de António Emiliano Costa. Depois de feito o levantamento da situação actual das árvores lá mencionadas (pelo menos duas delas estão vivas), numa primeira fase, deveria ser feito o levantamento fotográfico das mesmas, e tiradas as respectivas medidas. Concluído este trabalho era de todo o interesse a inventariação de todas as árvores, de São Miguel, que pelas suas características precisam ser alvo de classificação.

Todo o trabalho efectuado deverá ser tornado público, quer através da comunicação social, quer através de um blogue ou de uma página Web criada para o efeito.

Estamos disponíveis para participar nos trabalhos, desde que os mesmos sejam feitos por todos em regime de voluntariado e tendo sempre presente que as árvores não servirão nunca para esconder a floresta.

Teófilo Braga

(publicado no jornal “Terra Nostra, nº 441, 22 de Janeiro de 2010, p. 18)