Pela criação de um Colectivo Açoriano de Ecologistas que tenha por objectivo a reflexão-acção sobre os problemas ambientais, tendo presente que estes são problemas sociais e que a sua resolução não é uma simples questão de mudanças de comportamentos, mas sim uma questão de modelo de sociedade.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Carlos César Contra as Corridas Picadas
Clique sobre a imagem para ver melhor
Carlos César dá liberdade de voto a deputados PS, mas é contra introdução da sorte de varas
(In RTP.pt, 30 de Abril de 2009)
Ponta Delgada, 30 Abr (Lusa) – O presidente do PS/Açores, Carlos César, deu instruções ao grupo parlamentar na Assembleia Legislativa para conceder liberdade de voto aos deputados na questão das corridas de touros picadas, apesar de ser pessoalmente contra a denominada sorte de varas.
"Apesar de ir com alguma frequência a touradas nos Açores e fora das ilhas, (Carlos César) é contra a introdução da sorte de varas", assegurou hoje à Lusa fonte próxima do líder socialista açoriano, que tem evitado pronunciar-se sobre esta questão.
A única declaração pública do presidente do Governo Regional dos Açores sobre este assunto foi dada anteriormente à Lusa, quando remeteu a questão para o domínio do parlamento açoriano.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Boletim nº 8
Já está disponível aqui o boletim nº 8, relativo ao mês de Maio.
Entre os temas abordados, destacamos o capitalismo verde e o sofrimento animal.
terça-feira, 28 de abril de 2009
Fauna Azórica
Duas fotos tiradas hoje na praia do Monte Verde na Ribeira Grande.
A cabra já lá est(á)ava há mais de um mês, o porco há alguns dias.
As entidades responsáveis pela limpeza e remoção nunca detectam as anomalias, é sempre necessário que alguém "fanático" pela qualidade de vida e pela limpeza lance o alerta.
Esperamos que amanhã já não haja vestígios dos dois cadáveres.
Fotos: JC
Transgénicos Fora
Governos, Agricultores e Sociedade Civil reunidos na Suíça
Moratória aos transgénicos para toda a Europa
Plataforma Transgénicos Fora; 26 de Abril de 2009
Cerca de 300 representantes governamentais, cientistas, associações de agricultores e de consumidores, e numerosas organizações ambientalistas, de quatro continentes, denunciaram este fim de semana o escândalo da violação do direito à escolha na produção e consumo de alimentos. Portugal marcou presença através de elementos da Plataforma Transgénicos Fora, Quercus e Gaia.
Perante o aumento do número de regiões livres de transgénicos em toda a Europa (são já cerca de 190, incluindo duas em Portugal), e considerando que seis Estados Membros [1] já proibiram a nível nacional o único milho transgénico autorizado para cultivo na União Europeia (e mais dois têm moratórias de facto), os participantes reunidos em Lucerna, Suíça, na conferência “Food and Democracy” exigiram a criação de uma moratória europeia ao cultivo e aprovação de novas variedades de transgénicos [2].
Nos trabalhos de sexta-feira, dia 24, a presidente do Conselho Nacional helvético anunciou a extensão da moratória de cinco anos – decidida neste país por referendo nacional – por mais três anos, até 2013, dados os benefícios que tem trazido à agricultura suíça. Também a ministra escocesa da agricultura lembrou nesta conferência que a visão do seu governo é apostar na diferenciação, na qualidade e nos nichos de mercado com valor acrescentado, ao mesmo tempo que bloqueiam a penetração de transgénicos: «Sabemos muito pouco acerca das consequências de longo prazo dos cultivos transgénicos. Arriscar com o nosso ambiente natural é irresponsável e indefensável. Ele traz anualmente 17 milhões de libras à nossa economia, e não nos podemos dar ao luxo de arriscar em tecnologias sem garantias de segurança.»
De notar que a proibição mais recente, a do governo alemão, se baseia no elevado impacto ambiental destas culturas, considerado cientificamente demonstrado. Estas proibições de vários Estados Membros foram recentemente apoiadas por uma expressiva votação no Conselho Europeu de Ambiente, que Portugal também apoiou.
Apesar destes sinais positivos, ainda há seis países que cultivam transgénicos na União Europeia. Portugal é um deles, e o segundo mais importante em termos de percentagem da área total cultivada com milho. Na Espanha, o país que lidera o cultivo transgénico europeu, milhares de pessoas juntaram-se há uma semana em Saragoça para pedir o fim desse milho em todo o Estado espanhol.
A produção com transgénicos ocorre à revelia da opinião da maioria da população europeia que, tal como foi referido pela ex-ministra alemã da agricultura, Renata Künast, também presente, «tem cada vez menos direito à escolha». Esse direito de optar desapareceu devido ao controlo das sementes através de patentes, à ausência de rotulagem em produtos animais, à contaminação irreversível e generalizada da cadeia alimentar e à falta de aplicação do princípio da subsidiariedade no que toca à auto-declaração de mais de cinco mil autarquias como livres de transgénicos.
Em Portugal os cidadãos e agricultores continuam a não ter o direito, estabelecido por lei, reiterado pela Comissão de Acesso aos Dados Pessoais e reafirmado numa decisão do Tribunal Europeu, de conhecer as localizações dos terrenos onde se cultiva o milho transgénico MON 810. Pelo contrário, o governo português continua a fazer dos agricultores e consumidores portugueses meras cobaias indefesas. Está na altura de perguntar porquê.
[1] Há seis países com proibições através da cláusula de salvaguarda: Áustria, França, Alemanha, Luxemburgo, Hungria e Grécia. Há dois países com outros tipos de proibição: Itália e Polónia.
[2] 5ª Conferência Europeia “Food and Democracy” das Regiões Livres de Transgénicos. Declaração final: Apelo a uma moratória europeia de OGM (Declaração de Lucerna). GMO-Free Regions, 25/04/2009.
Fonte: Informação Alternativa
domingo, 26 de abril de 2009
Pelos Açores, Pelo Bem-Estar Animal
Sob pressão de um grupo de aficionados das touradas da ilha Terceira, alguns deputados da Assembleia Legislativa Regional preparam-se para apresentar uma proposta legislativa no sentido da legalização da sorte de varas, prática não tradicional no nosso arquipélago.
Tendo em conta o papel de liderança do Parlamento Europeu na implementação de medidas progressivas nas mais diversas áreas;
Tendo em conta que o Parlamento Europeu tem demonstrado empenho na introdução de medidas, a nível Europeu, conducentes ao bem-estar animal.
Consideramos de todo o interesse que o Parlamento Europeu se pronuncie sobre o assunto, junto das autoridades regionais dos Açores e nacionais de Portugal e que aprove medidas no sentido de não permitir que sejam introduzidas nos vários territórios da Comunidade Europeia práticas desrespeitadoras dos animais e que, nalguns casos, põem em risco a vida dos seres humanos. De igual modo solicitamos que o Parlamento aprove legislação no sentido de não permitir que verbas comunitárias sejam destinadas a apoiar actividades contrárias às tradições e cultura dos povos de cada região.
Nota- Texto de petição enviada hoje ao Parlamento Europeu, a título indivídual (TB)
sábado, 25 de abril de 2009
quarta-feira, 22 de abril de 2009
22 DE ABRIL- DIA DA TERRA
“ A Terra tem o suficiente para cada um de nós, mas não o bastante para a ganância de alguns” (Mahatma Gandhi)
Com a participação de 20 milhões de cidadãos norte-americanos, em 1970, celebrou-se, pela primeira vez, nos Estados Unidos o Dia da Terra.
Nos Açores, a data foi celebrada pela primeira vez, em 1990, através de uma visita ao Jardim António Borges, durante a qual a Associação Amigos dos Açores apresentou um memorando sobre a cidade de Ponta Delgada, ao presidente da Câmara Municipal, Dr. Mário Machado.
Trinta e nove anos depois do aparecimento do Dia da Terra, tanto a nível regional como a nível nacional e internacional há razões para a sua comemoração todos os dias e não apenas a 22 de Abril. Com efeito, o modelo de desenvolvimento económico vigente continua a sobrevalorizar o aumento da riqueza para uns poucos, não tendo em conta nem as condições de vida da maioria dos seres humanos, nem a capacidade se suporte da natureza.
Achamos que a situação actual só pode ser alterada se a sociedade for capaz de optar por uma nova relação do homem com o ambiente, assegurando que todos os recursos sejam equitativamente repartidos entre todas as pessoas, tanto as do Norte como as do Sul e não esquecendo as gerações vindouras.
Pensamos, também, que um mundo mais justo, pacífico e ecológico só será possível através do contributo de todas as pessoas e não apenas dos governantes, dos técnicos ou dos especialistas. Nesse sentido, cabe às associações de defesa do ambiente, se não se desviarem dos objectivos fundamentais para que foram criadas, a defesa de causas e a educação cívica dos cidadãos, um papel fundamental na Defesa da Terra.
Teófilo Braga
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Fajã do Calhau- a Montanha pariu um rato
Estrada da Fajã do Calhau, Açores, provoca perturbação na fauna
Os deputados açorianos entendem que a obra na Fajã do Calhau deve ser alvo de monitorização constante.Segundo o Relatório elaborado pela Comissão de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Trabalho, o local apresenta riscos geológicos e sísmicos.
O Relatório da Comissão dos Assuntos Parlamentares não apresenta críticas ao Governo regional, o dono da obra, mas, o documento que amanhã será apresentado em plenário, conclui que a estrada de acesso à Fajã do Calhau provocou perturbações na fauna e no meio aquático.Além de ter sido destruída a vegetação local, houve grandes quantidades de inertes que foram lançados encosta abaixo, até ao mar, mas apesar desse facto, a intervenção não obriga à realização de um estudo de impacto ambiental, como refere o Decreto-Lei 69/ 2000.
Em Maio de 2006, quando a obra teve início, a área intervencionada não estava abrangida por qualquer instrumento de ordenamento do território, mas isso não significa que os deputados concordem com a obra.
A relação custo/benefício da obra não é consensual, atendendo a que a localidade servida pelo novo acesso não tem população permanente e, mais grave do que isso, apresenta riscos geológicos e sísmicos que podem fazer aumentar a instabilidade da falésia.
Num aspecto, todos parecem estar de acordo: o único acesso que existe para a Fajã do Calhau, através do Faial da Terra, não oferece condições de segurança, devido ao elevado risco de desabamentos.
Fonte:
Ricardo Freitas / Carlos Tavares.
RTP-Açores
PS- Não era necessário tanto esfroço dos nossos deputados, a montanha pariu o que se esperava: um rato.
domingo, 19 de abril de 2009
Declaração Universal dos Direitos do Animal
1 - Todos os animais têm o mesmo direito à vida.
2 - Todos os animais têm direito ao respeito e à protecção do homem.
3 - Nenhum animal deve ser maltratado.
4 - Todos os animais selvagens têm o direito de viver livres no seu habitat.
5 - O animal que o homem escolher para companheiro não deve ser nunca ser abandonado.
6 - Nenhum animal deve ser usado em experiências que lhe causem dor.
7 - Todo ato que põe em risco a vida de um animal é um crime contra a vida.
8 - A poluição e a destruição do meio ambiente são considerados crimes contra os animais.
9 - Os direitos dos animais devem ser defendidos por lei.
10 - O homem deve ser educado desde a infância para observar, respeitar e compreender os animais.
A declaração universal dos direitos dos animais foi aprovada a 15 de Outubro de 1978 pela UNESCO em Paris. O seu texto foi, entretanto, revisto pela Liga Internacional dos direitos do animal em 1989, com o seguinte enunciado:
Preâmbulo:
Considerando que todo o animal possui direitos;
Considerando que o desconhecimento e o desprezo desses direitos têm levado e continuam a levar o homem a cometer crimes contra os animais e contra a natureza;
Considerando que o reconhecimento pela espécie humana do direito à existência das outras espécies animais constitui o fundamento da coexistência das outras espécies no mundo;
Considerando que os genocídios são perpetrados pelo homem e há o perigo de continuar a perpetrar outros;
Considerando que o respeito dos homens pelos animais está ligado ao respeito dos homens pelo seu semelhante;
Considerando que a educação deve ensinar desde a infância a observar, a compreender, a respeitar e a amar os animais,
Proclama-se o seguinte
Artigo 1º
Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência.
Artigo 2º
1.Todo o animal tem o direito a ser respeitado.
2.O homem, como espécie animal, não pode exterminar os outros animais ou explorá-los violando esse direito; tem o dever de pôr os seus conhecimentos ao serviço dos animais
3.Todo o animal tem o direito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem.
Artigo 3º
1.Nenhum animal será submetido nem a maus tratos nem a atos cruéis. 2.Se for necessário matar um animal, ele deve de ser morto instantaneamente, sem dor e de modo a não provocar-lhe angústia.
Artigo 4º
1.Todo o animal pertencente a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre no seu próprio ambiente natural, terrestre, aéreo ou aquático e tem o direito de se reproduzir.
2.toda a privação de liberdade, mesmo que tenha fins educativos, é contrária a este direito.
Artigo 5º
1.Todo o animal pertencente a uma espécie que viva tradicionalmente no meio ambiente do homem tem o direito de viver e de crescer ao ritmo e nas condições de vida e de liberdade que são próprias da sua espécie.
2.Toda a modificação deste ritmo ou destas condições que forem impostas pelo homem com fins mercantis é contrária a este direito.
Artigo 6º
1.Todo o animal que o homem escolheu para seu companheiro tem direito a uma duração de vida conforme a sua longevidade natural.
2.O abandono de um animal é um ato cruel e degradante.
Artigo 7º
Todo o animal de trabalho tem direito a uma limitação razoável de duração e de intensidade de trabalho, a uma alimentação reparadora e ao repouso.
Artigo 8º
1.A experimentação animal que implique sofrimento físico ou psicológico é incompatível com os direitos do animal, quer se trate de uma experiência médica, científica, comercial ou qualquer que seja a forma de experimentação.
2.As técnicas de substituição devem de ser utilizadas e desenvolvidas.
Artigo 9º
Quando o animal é criado para alimentação, ele deve de ser alimentado, alojado, transportado e morto sem que disso resulte para ele nem ansiedade nem dor.
Artigo 10º
1.Nenhum animal deve de ser explorado para divertimento do homem.
2.As exibições de animais e os espetáculos que utilizem animais são incompatíveis com a dignidade do animal.
Artigo 11º
Todo o ato que implique a morte de um animal sem necessidade é um biocídio, isto é um crime contra a vida.
Artigo 12º
1.Todo o ato que implique a morte de grande um número de animais selvagens é um genocídio, isto é, um crime contra a espécie.
2.A poluição e a destruição do ambiente natural conduzem ao genocídio.
Artigo 13º
1.O animal morto deve de ser tratado com respeito.
2.As cenas de violência de que os animais são vítimas devem de ser interditas no cinema e na televisão, salvo se elas tiverem por fim demonstrar um atentado aos direitos do animal.
Artigo 14º
1.Os organismos de proteção e de salvaguarda dos animais devem estar representados a nível governamental.
2.Os direitos do animal devem ser defendidos pela lei como os direitos do homem.
Consultar:
http://en.wikipedia.org/wiki/Universal_Declaration_on_Animal_Welfare
Direito dos animais:
http://es.wikipedia.org/wiki/Derecho_de_animales
http://www.fondation-droits-animal.org/menu.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Animal_rights
http://en.wikipedia.org/wiki/Animal_ethics
http://www.animalrightshistory.org/
Animal Law Review:
http://www.lclark.edu/org/animalaw/
Filósofos utiltaristas ( Peter Singer):
http://www.utilitarian.net/singer/
The Moral Status of Animals:
http://plato.stanford.edu/entries/moral-animal/
Fonte: Pimenta Negra
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Observatório Regional de Biologia das Invasões
O ORBI, que iniciou a sua actividade no dia 1 de Abril de 2009, tem como objectivo gerir a informação relativa às espécies invasoras existentes no Arquipélago dos Açores que será actualizada e enviada para as entidades que gerem o território.
De entre as actividades do ORBI destacamos as seguintes:
Amostragem de espécies invasoras;
Compilação de dados;
Pesquisa sobre métodos de controlo;
Pesquisa sobre possibilidades de aproveitamento das espécies invasoras;
Propostas legislativas.
O ORBI está aberto à colaboração de cientístas, técnicos, educadores, e de cidadãos interessados no problema das invasões biológicas. Se está interessado em participar envie uma mensagem para lsilva(arroba)uac.pt.
Uma primeira versão da página Web pode ser vista aqui
Alemanha proíbe o milho transgénico
A Alemanha vai banir o milho transgénico, apesar de a União Europeia ter determinado que o seu cultivo é seguro. Junta-se assim a países como a França, Áustria, Hungria, Grécia e Luxemburgo, que já tomaram medidas idênticas. Em causa estão as sementes de milho MON 810, da empresa norte-americana Monsanto, que dão origem a uma cultura resistente à broca-do-milho. A ministra alemã da Agricultura e Protecção do Consumo, Ilse Aigner, disse ontem que o Governo alemão chegou à conclusão de que "existem razões para acreditar que o milho geneticamente modificado do tipo MON 810 representa um perigo para o ambiente". A Monsanto anunciou que irá contestar a decisão e a Comissão Europeia prometeu analisar o caso com base em dados científicos.
Entre os organismos geneticamente modificados, apenas o milho é produzido em larga escala na Europa. Na Alemanha só foram produzidos 3200 hectares de milho transgénico em 2008, muito menos do que os 2 milhões de hectares de milho convencional.
Fonte: Público, 15.04.2009
terça-feira, 14 de abril de 2009
domingo, 12 de abril de 2009
Fanáticos e Radicais, nós?
Há quem tenha ficado escandalizado com as posições de quem se tem oposto à legalização da sorte de varas nos Açores acusando- os de radicalismo e fanatismo.
Claro que estas pessoas não assumem que estão do outro lado da barricada e pela "calada" ou pelo silêncio cúmplice vão apoiando a minoria assumida de pseudo- aficionados (tal como os classifica um promotor de corridas à portuguesa). Entre estes destacaríamos alguns "jornalistas" que protestam quando recebem mails dos opositores à sorte de varas e as pretensas associações de defesa do ambiente que pululam pelos Açores.
Entre as pessoas de "coragem", destacaríamos o deputado Paulo Estevão, embora não estejamos de acordo com ele,e os deputados José Cascalho, Zuraida Soares e Aníbal Pires que já declararam ser contra a legalização da sorte de varas nos Açores.
Afinal, o que não pretendemos?
- Impor a ninguém uma prática desumana que não é tradição nos Açores;
- Enganar a opinião pública, mandando vir aos Açores o prof.Juan Carlos Illera, muito contestado no seu país, que defende que o touro não sofre;
- Desrespeitar a lei, promovendo (com a conivência do poder político(1) e judicial) tentas ilegais;
- Manchar o bom nome dos Açores a nível internacional.
(1) Alguns deputados assistiram ao acto.
TB
Claro que estas pessoas não assumem que estão do outro lado da barricada e pela "calada" ou pelo silêncio cúmplice vão apoiando a minoria assumida de pseudo- aficionados (tal como os classifica um promotor de corridas à portuguesa). Entre estes destacaríamos alguns "jornalistas" que protestam quando recebem mails dos opositores à sorte de varas e as pretensas associações de defesa do ambiente que pululam pelos Açores.
Entre as pessoas de "coragem", destacaríamos o deputado Paulo Estevão, embora não estejamos de acordo com ele,e os deputados José Cascalho, Zuraida Soares e Aníbal Pires que já declararam ser contra a legalização da sorte de varas nos Açores.
Afinal, o que não pretendemos?
- Impor a ninguém uma prática desumana que não é tradição nos Açores;
- Enganar a opinião pública, mandando vir aos Açores o prof.Juan Carlos Illera, muito contestado no seu país, que defende que o touro não sofre;
- Desrespeitar a lei, promovendo (com a conivência do poder político(1) e judicial) tentas ilegais;
- Manchar o bom nome dos Açores a nível internacional.
(1) Alguns deputados assistiram ao acto.
TB
Sorte de varas motiva queixa de Amigos dos Açores à UNESCO
A Associação Ecológica Amigos dos Açores enviou um documento aos responsáveis internacionais e nacionais da UNESCO em que denuncia a possibilidade de se vir a legalizar a sorte de varas nas touradas açorianas.
Na denúncia, a associação ecológica põe mesmo em causa a manutenção da classificação de cidade Património Mundial da UNESCO para Angra do Heroísmo, caso se confirme a legalização desta prática, já que viola os princípios daquele organismo mundial, "promovendo a tortura animal enquanto espectáculo de entretenimento do homem, que nada tem a ver com a cultura e tradições locais". A associação Amigos dos Açores justifica a sua posição apoiando-se na Declaração Universal dos Direitos dos Animais que defende que nenhum animal pode ser submetido a maus-tratos nem a actos cruéis, que nenhum animal deve ser explorado para entretenimento do homem, e que exibições de animais e espectáculos que se sirvam de animais sejam compatíveis com a sua dignidade. Recordando que o novo Estatuto Político-Administrativo dos Açores estabelece que "os espectáculos e divertimentos públicos na Região, incluindo touradas e tradições tauromáquicas nas suas diversas manifestações" são considerados "matérias de cultura e comunicação social", sobre as quais compete ao Parlamento Regional dos Açores legislar, a associação ecológica da Região alerta para o facto de "um grupo minoritário de aficcionados" estar a "exercer pressões sobre os deputados da Assembleia, no sentido da legalização da sorte de varas nos Açores", referindo ainda que "por iniciativa de deputados de vários partidos políticos com representação parlamentar, está em preparação um projecto legislativo que visa a legalização daquela prática cruel, baseada no sofrimento e exploração de animais para entretenimento do homem". Segundo os Amigos dos Açores, as pressões são mais fortes na ilha Terceira, onde os defensores da sorte de varas projectam touradas picadas na praça de touros da cidade Património Mundial. O documento redigido pela associação ecológica teve como destinatários o director geral da UNESCO, Koichiro Matsuura, o representante permanente de Portugal, Manuel Maria Carrilho, o presidente da Comissão Nacional, Fernando Guimarães, a secretária executiva da Comissão Nacional, Manuela Galhardo, e a representante da Região Autónoma dos Açores na Comissão Nacional, Gabriela Canavilhas, também directora regional da Cultura.
João Cordeiro
Fonte: Açoriano Oriental, 11 de Abril de 2009
Na denúncia, a associação ecológica põe mesmo em causa a manutenção da classificação de cidade Património Mundial da UNESCO para Angra do Heroísmo, caso se confirme a legalização desta prática, já que viola os princípios daquele organismo mundial, "promovendo a tortura animal enquanto espectáculo de entretenimento do homem, que nada tem a ver com a cultura e tradições locais". A associação Amigos dos Açores justifica a sua posição apoiando-se na Declaração Universal dos Direitos dos Animais que defende que nenhum animal pode ser submetido a maus-tratos nem a actos cruéis, que nenhum animal deve ser explorado para entretenimento do homem, e que exibições de animais e espectáculos que se sirvam de animais sejam compatíveis com a sua dignidade. Recordando que o novo Estatuto Político-Administrativo dos Açores estabelece que "os espectáculos e divertimentos públicos na Região, incluindo touradas e tradições tauromáquicas nas suas diversas manifestações" são considerados "matérias de cultura e comunicação social", sobre as quais compete ao Parlamento Regional dos Açores legislar, a associação ecológica da Região alerta para o facto de "um grupo minoritário de aficcionados" estar a "exercer pressões sobre os deputados da Assembleia, no sentido da legalização da sorte de varas nos Açores", referindo ainda que "por iniciativa de deputados de vários partidos políticos com representação parlamentar, está em preparação um projecto legislativo que visa a legalização daquela prática cruel, baseada no sofrimento e exploração de animais para entretenimento do homem". Segundo os Amigos dos Açores, as pressões são mais fortes na ilha Terceira, onde os defensores da sorte de varas projectam touradas picadas na praça de touros da cidade Património Mundial. O documento redigido pela associação ecológica teve como destinatários o director geral da UNESCO, Koichiro Matsuura, o representante permanente de Portugal, Manuel Maria Carrilho, o presidente da Comissão Nacional, Fernando Guimarães, a secretária executiva da Comissão Nacional, Manuela Galhardo, e a representante da Região Autónoma dos Açores na Comissão Nacional, Gabriela Canavilhas, também directora regional da Cultura.
João Cordeiro
Fonte: Açoriano Oriental, 11 de Abril de 2009
sábado, 11 de abril de 2009
PASSEIO PEDESTRE “RIBEIRA CHÃ ”
Terça-Feira, 14 de Abril de 2009
Ponto de Encontro – pelas 9h 30 min, em frente à Escola Secundária das Laranjeiras
Início e fim do percurso pedestre: Igreja da Ribeira Chã
Forma: Circular
Conselhos Úteis: Todos os participantes deverão levar farnel e roupa e calçado adequados a um passeio pedestre
Nota: Os organizadores não se responsabilizam por qualquer acidente ocorrido na actividade.
Embora destinado a docentes da Escola Secundária das Laranjeiras, todos os familiares e amigos são bem vindos.
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Sorte de Varas- Uma Opinião Lúcida de um Jovem Terceirense
Sorte de Varas
A possibilidade da ALRA legislar sobre touradas e tradições tauromáquicas em virtude do novo Estatuto Político Administrativo, desencadeou um interessante debate nos Açores e em especial na Ilha Terceira. Um debate que se quer saudável e que já conheceu pontos de vista extremamente cuidados e bem fundamentados do ponto de vista técnico. Também, já foram os momentos em que este debate foi menos produtivo, roçando o vulgar e o desinteressante. Tentarei que a minha humilde opinião não entre na rota da segunda vertente.
Como em todos os debates, há um lado melhor preparado, mais dinâmico e com maior prestígio, não tenhamos dúvidas, este lado é o favorável à sorte de varas. Principalmente, porque este tipo de movimento, mesmo antes de conhecer a luz do debate público é muito bem preparado nos bastidores para as circunstâncias futuras. Finalmente, o lado favorável à Sorte de Varas é composto por personalidades de destaque da sociedade terceirense e açoriana – muitas delas, tomo como exemplo -, pelo que a opinião de um simples jovem como eu poderá não ter o prestígio destas, assim, serão apenas umas modestas linhas de reflexão. Serão longas as minhas linhas, mas este debate merece toda a atenção e pormenor possível, aliás, seria necessária outra profundidade sobre o tema. Dividirei a minha opinião em áreas temáticas, pois a possível introdução da sorte de varas terá um impacto muito além da Praça de Toiros.
Espaço
Antes de mais, é necessário definir o espaço no qual a Sorte de Varas poderá a vir a ser praticada. Os discursos e argumentos dos prós, têm nesta área uma das suas maiores falhas. Alguns, sustentam que a prática deve acontecer apenas na Terceira, pelo que o debate será essencialmente na Ilha de Jesus Cristo, acrescentam ainda, que não faz qualquer sentido uma discussão regional e implementação regional. Outros acrescentam que a Sorte de Varas deve ser implementada em todas as ilhas do arquipélago que tenham manifestações tauromáquicas.
Esta indefinição do espaço, não revela apenas descoordenação das reais intenções, mas também da ausência de um substrato social, histórico e cultural. Pois, se formos a ver a envolvência tauromáquica de cada ilha, é notório que a Ilha Terceira é aquela que tem maior tradição e culto ao toiro. O que é diferenciado, pois gostar de touradas é completamente diferente de aceitar a Sorte de Varas. Um debate regional e a ausência da cultura do toiro em muitas ilhas seria um entrave à legalização da Sorte de Varas, dai a facção que sustenta que o debate deve acontecer essencialmente na Terceira. No entanto, outro reparo, não havendo suporte histórico e assim tradicional da Sorte de Varas na Ilha Terceira e baseando o debate na arte do toureiro e da necessidade do primeiro tércio para a excelência de uma corrida – como tem vindo a acontecer -, esta extrapolação pode ser feita para todas as restantes ilhas do arquipélago. Caso estivéssemos a falar de uma tradição da Ilha Terceira, defenderia um debate essencialmente na ilha, não o sendo, entendo ser imperativo que o debate deve acontecer no panorama regional.
Direitos dos Animais
Os Açores são tidos no mundo não só como um paraíso ambiental e ecológico, mas também como um local de protecção dos direitos do animal. As referências positivas e elogiosas da Greenpeace e da National Geographic Travel são exemplo dessa projecção internacional, da qual se consegue retirar evidentes ganhos económicos e turísticos devido à atenção que os norte-europeus seguem estas referências – não será demais dizer que o segmento que mais tem contribuído para o turismo da região não é afecto às touradas.
Caricato ou paradoxal, a ilha que orgulha-se de ter uma cidade Património Mundial da Unesco e que cansa-se de referir a importância do título UNESCO, esqueça a Declaração dos Direitos dos Animais, aprovada em Outubro de 1978 pela UNESCO. Com todo o respeito, entendo como intelectualmente desonesto a cidade Património Mundial da UNESCO violar Declarações da UNESCO, assim como, esquecer todos os ganhos e projecção que a UNESCO deu a esta ilha, tentando-lhe dar literalmente uma facada nas costas.
No plano europeu, o Tratado de Amesterdão foi anexo um protocolo que garante o respeito pelas tradições tauromáquicas dos Estados Membros, ora, gostaria de perceber que enquadramento tem a inovação da Sorte de Varas nos Açores no prisma europeu, dado que não se trata de uma tradição.
Não gastarei linhas na posição do Direito nacional, dado que a posição do legislador nacional é a de proibição da Sorte de Varas, posição desde a Monarquia com D. Maria II, até à Terceira República.
História, Cultura e Sociedade
A Ilha Terceira sendo a ilha mais taurina do mundo, possui desde os seus primórdios uma forte ligação à tauromaquia. A paixão pelo toiro atinge o seu auge na Tourada à Corda. A afficion terceirense demarca-se mundialmente pelo respeito que tem pelos toiros, ainda quando aconteciam Sortes de Varas, na Praça de Toiros de Angra do Heroísmo era muito frequente ouvirem-se assobios e fortes protestos. Diria que sempre que a Praça de Toiros da ilha foi palco de Sorte de Varas houve protestos. Acrescente-se, que foram ainda muitos mais aqueles que deixaram de frequentar a Praça de Toiros devido à prática.
Os terceirenses vêem os toiros de forma diferente do que os espanhóis - de onde se tenta importar tradições e a Sorte de Varas e de outros pontos taurinos do mundo. Os terceirenses que correm para ver os toiros, sentem uma atracção natural, em alguns casos de verdadeiro amor e admiração, não suportam ver o toiro mal tratado. Mesmo em touradas à corda, quando sai da gaiola um toiro magoado ou com sangue à vista - mesmo pequenos cortes no focinho ou no lombo - o povo não gosta, da mesma forma que não gosta ver um toiro caído no arraial ou com dificuldades respiratórias ou de locomoção. Em termos sociais, os terceirenses preferem os toiros saudáveis, fortes e bonitos, não gostam do toiro fragilizado.
A Terceira, também, demarca-se pela forma como transformou uma tradição originalmente de elites numa festa popular e de família. Ir a uma tourada à corda ou ir a uma tourada de praça é um dos tempos livres de excelência das famílias terceirenses, ora a implementação da Sorte de Varas iria destruir este vínculo família/tourada, não serão muitos os país que levarão os filhos a uma tourada de praça, para os miúdos verem a picar o toiro – até porque posteriormente terá que acontecer interdições aos mais pequenos. Isto, poderá no futuro acarretar uma diminuição da afficion terceirense a médio prazo, os miúdos correm para verem toiros, brincam aos toiros em todas as ruas da Terceira, cortar esta ligação às gerações mais novas terá impacto no futuro.
A magia da tourada na Terceira tem o seu fundamento na não-violência para com o animal, colocando o Homem em pé de igualdade com o toiro. Retirar esta igualdade entre intervenientes é agredir a velha magia da tourada, o Homem a desafiar a besta.
Voltando à excelência da Tourada à Corda, a inexistência de barreiras violentas neste espectáculo motivou durante décadas a sensibilização de toda uma população para com o toiro. O brio da Tourada à Corda é a singularidade de ser um espectáculo taurino para toda a família, não havendo constrangimentos do mais novo ao mais velho. Não só pelo carácter local, mas em muito pela simplicidade e respeito pelo animal. Veja-se o caso da exportação da Tourada à Corda para outros destinos, que tem acontecido nos últimos tempos em outras ilhas do arquipélago, na Europa e na América do Norte. Saliente-se que ao contrário da tourada de praça que ano após ano perde aficionados, a tourada à Corda ano após ano ganha aficionados. Prefiro ver a Terceira ligada à tourada à corda como exemplo do respeito e pelo culto ao toiro. Note-se também, que outra via de exportação tem sido os dvds e os vídeos on-line, note-se que os vídeos das famosas marradas terceirenses conseguem cativar o amante de toiros como destruir barreiras dos menos receptivos. Quem nunca conheceu um amigo que não gostava de touradas, mas que depois de ver umas marradas passou a gostar? Muitos são aqueles que colam touradas a violência, ora a Terceira tem trilhado pelo caminho oposto, o de afirmar-se pela tradição taurina sem violência, ou pelo menos, com o mínimo possível em virtude da sua raiz histórico-cultural.
A Sorte de Varas, não é tradição local, pouco mais de uma década se assistiu a esta prática na Terceira. Talvez, por não ser tradição local teve sempre grande contestação na ilha. Importa também, discutir a forma como a Sorte de Varas poderá influenciar a expansão da tradição terceirense a outras ilhas e até mesmo ao mercado turístico, creio que seja factor de mais pontos negativos do que positivos – veremos adiante.
Não creio que os terceirenses estejam receptivos à Sorte de Varas, em muito por toda a envolvente histórica e social, certamente, caso a Sorte de Varas se torne legal, o público de Toiros de Praça irá diminuir, como de resto aconteceu no passado. Se não diminuir, pelo menos os terceirenses deixarão de ir à Praça de Toiros da Cidade Património Mundial com o mesmo brilho nos olhos.
Extrapolando para o prisma regional, a argumentação é simples, se na Terceira não há substrato social e cultural de apoio à Sorte de Varas, ainda menos há nas restantes oito ilhas. Nota final, para um esclarecimento, o movimento que pede a introdução da Sorte de Varas, não é um movimento com substrato popular ou com larga abrangência, limita-se a uma elite a um pequeno grupo de aficionados. Diferente do que aconteceu em Barrancos onde havia um grande desejo de grande parte da população. Se formos a comparar os dois movimentos percebemos que em Barrancos havia o tal substrato histórico, social e cultural, toda a vila palpitava quando se falava no assunto, ora na Terceira isto não acontece.
Economia e Turismo
Sempre que se fala em touradas fala-se no seu impacto económico e turístico. No entanto, numa primeira análise, debruçar-me-ei sobre a economia interna da ilha e posteriormente à possibilidade de incrementos externos.
No plano interno, o dos terceirenses, em bom rigor, a introdução da Sorte de Varas não irá traduzir-se num aumento de procura de bilhetes para as touradas. Ou seja, a primeira questão é simples, com a introdução da Sorte de Varas passarão a ir mais terceirenses à Praça de Toiros? A resposta é negativa, não passarão a ir mais terceirenses. Isto porque, para acontecer o contrário teríamos que partir do pressuposto que há terceirenses que não vão a toiros de Praça porque não se pratica Sorte de Varas, ora este cenário é inexistente. Ao invés, serão menos os terceirenses a irem à Praça de Toiros, dado que não concordam com a prática. No entanto, há que entender duas externalidades, com a introdução da Sorte de Varas, diz-se que seria possível a vinda de melhores carteis e ai levar mais gente à Praça de Toiros, no entanto, as perdas relativas à introdução da prática serão sempre maiores que os novos espectadores. Em muito, devido ao pendor social referido anteriormente, também porque, mesmo em localidades com forte matriz tauromáquica, o exemplo de Espanha é paradigmático, houvesse cada vez mais vozes contra a Sorte de Varas. Outra externalidade, a Sorte de Varas iria impedir a ida de crianças à Praça de Toiros, ora, menos seriam os potenciais espectadores por evidentes motivos.
Passando para o plano externo, a viabilidade e os incrementos económicos da Sorte de Varas teriam que passar forçosamente pela vinda de aficionados exteriores à ilha. Ora, o mercado na região é pequeno, teria que ser o mercado nacional e internacional o nosso alvo. Ao mercado nacional, seria sempre muito mais apelativo e económico uma ida à vizinha Espanha, já o eixo da américa-latina pelos custos das viagens e transbordos nunca será um público-alvo. Restam os espanhóis como público-alvo, algo que seria difícil de ultrapassar pelos custos e transbordos até chegarem cá, ainda para mais quando têm no seu próprio território um périplo de praças nas quais se praticam Sorte de Varas. Coloquemo-nos na pele de um espanhol, viajarei até à Terceira para assistir a um espectáculo que posso assistir aqui?
Ora, esta definição do público-alvo, lança-nos para outra questão ainda mais polémica, os toiros de morte. Alguns, apoiantes da Sorte de Varas já demonstraram intenção de também ser possíveis os toiros de morte na Terceira. Quando se fala em turismo e em público alvo, é desonesto separar as coisas, ou seja, os aficionados espanhóis passariam a vir à Terceira se praticasse-mos a Sorte de Varas, quando têm lá corrida integral – Sorte de Varas e morte do toiro na arena? Obviamente que não. Isto lança-nos para outro ponto – a sombra dos Toiros de Morte.
Ainda no prisma turístico, importa salientar que a imagem dos Açores e da Ilha Terceira em termos internacionais tem sido a de paraíso ambiental, de respeito pela fauna e flora, algo que contrasta com a Sorte de Varas, estaríamos a colocar em causa toda uma imagem que tem dado frutos. Também, o público-alvo do actual turismo açoriano e terceirense são os nórdicos, povo que não é afecto a touradas e que poderá resultar em quebras neste nicho de mercado.
Nota final para os galardoes que os Açores e a Terceira têm recebido recentemente de prestigiados organismos e associações internacionais, prémios estes que permitem uma visibilidade que nenhuma campanha realizada por nós consegue. Não será demais dizer que muitos destes prémios não pactuam com a Sorte de Varas.
Ciências Veterinárias
Não debruçar-me-ei sobre esta temática, primeiro porque conheço os meus limites e quando me movo em terreno que desconheço, em segundo, porque aqui devem intervir apenas e somente os técnicos e especialistas na área.
Gostaria apenas de frisar algumas barbaridades como se tem dito que o toiro não sente nada, ou não sente dor e que até o toiro sente menos dor com a Sorte de Varas. Eu regendo-me apenas pelo censo comum pergunto: Se o toiro não sente nada, porque é que investe? Porque é que alguns fogem e outros deitam-se? Querem fazer-me crer que a Sorte de varas tem apenas impacto visual? Não me tomem por estúpido.
A sombra dos Toiros de Morte
Sinceramente, para mim qualquer tentativa de total separação do debate da Sorte de Varas dos Toiros de Morte é intelectualmente desonesta. Primeiro, porque já foram muitos os que já falaram na possibilidade de toiros de morte entrar também em debate. Outros, prevendo a dificuldade preferem por agora debater a Sorte de Varas e posteriormente os Toiros de Morte, tudo para não ser demasiado forte.
Verdade seja dita que os objectivos descritos pelo lado a favor da Sorte de Varas nunca irão acontecer sem Toiros de Morte. Quando se diz que se vai trazer melhores cartéis e mais turistas para verem toiros, isto não é inerente à Sorte de Varas única e simplesmente. Voltemos ao caso já referido anteriormente, irá um matador recusar uma tourada em Espanha para vir à Terceira? Trocará um aficionado Espanhol uma tourada integral em Espanha para vir à Terceira ver a Sorte de Varas? Refira-se que este tipo de turismo comporta grandes quantias e demasiados transtornos em viagens, só as elites dos aficionados terão dinheiro para vir cá e não vão gastar umas belas notas para ver apenas a Sorte de Varas. Mais uma vez, é desonesto falar-se destes objectivos apenas pela Sorte de Varas, até porque há implícita a vontade da prática de Toiros de Morte por algumas franjas de aficionados.
Sejam honestos e no debate da Sorte de Varas tornem público a posição sobre Toiros de Morte e se pretendem ou não a sua introdução.
Nota final
Neste sentido, a minha posição é irredutivelmente contrária à inclusão do primeiro tércio nas Touradas de Praça da Ilha Terceira e Açores. Concentrei-me nos micro aspectos da questão terceirense e açoriana, descurando os argumentos em sede de Direitos dos Animais, no entanto, as posições de associações da área tem realizado um excelente trabalho e em todo este debate. Senti apenas a necessidade de fazer transparecer argumentos de outra índole e característicos da Terceira e Açores, que devem imperativamente entrar em debate e que são desconhecidos de alguns que são alheios à Terceira e Açores.
Vila das Lajes, Ilha Terceira, 10 de Abril de 2009
Tibério Dinis
Fonte:http://inconcreto.blogspot.com/2009/04/sorte-de-varas.html
A possibilidade da ALRA legislar sobre touradas e tradições tauromáquicas em virtude do novo Estatuto Político Administrativo, desencadeou um interessante debate nos Açores e em especial na Ilha Terceira. Um debate que se quer saudável e que já conheceu pontos de vista extremamente cuidados e bem fundamentados do ponto de vista técnico. Também, já foram os momentos em que este debate foi menos produtivo, roçando o vulgar e o desinteressante. Tentarei que a minha humilde opinião não entre na rota da segunda vertente.
Como em todos os debates, há um lado melhor preparado, mais dinâmico e com maior prestígio, não tenhamos dúvidas, este lado é o favorável à sorte de varas. Principalmente, porque este tipo de movimento, mesmo antes de conhecer a luz do debate público é muito bem preparado nos bastidores para as circunstâncias futuras. Finalmente, o lado favorável à Sorte de Varas é composto por personalidades de destaque da sociedade terceirense e açoriana – muitas delas, tomo como exemplo -, pelo que a opinião de um simples jovem como eu poderá não ter o prestígio destas, assim, serão apenas umas modestas linhas de reflexão. Serão longas as minhas linhas, mas este debate merece toda a atenção e pormenor possível, aliás, seria necessária outra profundidade sobre o tema. Dividirei a minha opinião em áreas temáticas, pois a possível introdução da sorte de varas terá um impacto muito além da Praça de Toiros.
Espaço
Antes de mais, é necessário definir o espaço no qual a Sorte de Varas poderá a vir a ser praticada. Os discursos e argumentos dos prós, têm nesta área uma das suas maiores falhas. Alguns, sustentam que a prática deve acontecer apenas na Terceira, pelo que o debate será essencialmente na Ilha de Jesus Cristo, acrescentam ainda, que não faz qualquer sentido uma discussão regional e implementação regional. Outros acrescentam que a Sorte de Varas deve ser implementada em todas as ilhas do arquipélago que tenham manifestações tauromáquicas.
Esta indefinição do espaço, não revela apenas descoordenação das reais intenções, mas também da ausência de um substrato social, histórico e cultural. Pois, se formos a ver a envolvência tauromáquica de cada ilha, é notório que a Ilha Terceira é aquela que tem maior tradição e culto ao toiro. O que é diferenciado, pois gostar de touradas é completamente diferente de aceitar a Sorte de Varas. Um debate regional e a ausência da cultura do toiro em muitas ilhas seria um entrave à legalização da Sorte de Varas, dai a facção que sustenta que o debate deve acontecer essencialmente na Terceira. No entanto, outro reparo, não havendo suporte histórico e assim tradicional da Sorte de Varas na Ilha Terceira e baseando o debate na arte do toureiro e da necessidade do primeiro tércio para a excelência de uma corrida – como tem vindo a acontecer -, esta extrapolação pode ser feita para todas as restantes ilhas do arquipélago. Caso estivéssemos a falar de uma tradição da Ilha Terceira, defenderia um debate essencialmente na ilha, não o sendo, entendo ser imperativo que o debate deve acontecer no panorama regional.
Direitos dos Animais
Os Açores são tidos no mundo não só como um paraíso ambiental e ecológico, mas também como um local de protecção dos direitos do animal. As referências positivas e elogiosas da Greenpeace e da National Geographic Travel são exemplo dessa projecção internacional, da qual se consegue retirar evidentes ganhos económicos e turísticos devido à atenção que os norte-europeus seguem estas referências – não será demais dizer que o segmento que mais tem contribuído para o turismo da região não é afecto às touradas.
Caricato ou paradoxal, a ilha que orgulha-se de ter uma cidade Património Mundial da Unesco e que cansa-se de referir a importância do título UNESCO, esqueça a Declaração dos Direitos dos Animais, aprovada em Outubro de 1978 pela UNESCO. Com todo o respeito, entendo como intelectualmente desonesto a cidade Património Mundial da UNESCO violar Declarações da UNESCO, assim como, esquecer todos os ganhos e projecção que a UNESCO deu a esta ilha, tentando-lhe dar literalmente uma facada nas costas.
No plano europeu, o Tratado de Amesterdão foi anexo um protocolo que garante o respeito pelas tradições tauromáquicas dos Estados Membros, ora, gostaria de perceber que enquadramento tem a inovação da Sorte de Varas nos Açores no prisma europeu, dado que não se trata de uma tradição.
Não gastarei linhas na posição do Direito nacional, dado que a posição do legislador nacional é a de proibição da Sorte de Varas, posição desde a Monarquia com D. Maria II, até à Terceira República.
História, Cultura e Sociedade
A Ilha Terceira sendo a ilha mais taurina do mundo, possui desde os seus primórdios uma forte ligação à tauromaquia. A paixão pelo toiro atinge o seu auge na Tourada à Corda. A afficion terceirense demarca-se mundialmente pelo respeito que tem pelos toiros, ainda quando aconteciam Sortes de Varas, na Praça de Toiros de Angra do Heroísmo era muito frequente ouvirem-se assobios e fortes protestos. Diria que sempre que a Praça de Toiros da ilha foi palco de Sorte de Varas houve protestos. Acrescente-se, que foram ainda muitos mais aqueles que deixaram de frequentar a Praça de Toiros devido à prática.
Os terceirenses vêem os toiros de forma diferente do que os espanhóis - de onde se tenta importar tradições e a Sorte de Varas e de outros pontos taurinos do mundo. Os terceirenses que correm para ver os toiros, sentem uma atracção natural, em alguns casos de verdadeiro amor e admiração, não suportam ver o toiro mal tratado. Mesmo em touradas à corda, quando sai da gaiola um toiro magoado ou com sangue à vista - mesmo pequenos cortes no focinho ou no lombo - o povo não gosta, da mesma forma que não gosta ver um toiro caído no arraial ou com dificuldades respiratórias ou de locomoção. Em termos sociais, os terceirenses preferem os toiros saudáveis, fortes e bonitos, não gostam do toiro fragilizado.
A Terceira, também, demarca-se pela forma como transformou uma tradição originalmente de elites numa festa popular e de família. Ir a uma tourada à corda ou ir a uma tourada de praça é um dos tempos livres de excelência das famílias terceirenses, ora a implementação da Sorte de Varas iria destruir este vínculo família/tourada, não serão muitos os país que levarão os filhos a uma tourada de praça, para os miúdos verem a picar o toiro – até porque posteriormente terá que acontecer interdições aos mais pequenos. Isto, poderá no futuro acarretar uma diminuição da afficion terceirense a médio prazo, os miúdos correm para verem toiros, brincam aos toiros em todas as ruas da Terceira, cortar esta ligação às gerações mais novas terá impacto no futuro.
A magia da tourada na Terceira tem o seu fundamento na não-violência para com o animal, colocando o Homem em pé de igualdade com o toiro. Retirar esta igualdade entre intervenientes é agredir a velha magia da tourada, o Homem a desafiar a besta.
Voltando à excelência da Tourada à Corda, a inexistência de barreiras violentas neste espectáculo motivou durante décadas a sensibilização de toda uma população para com o toiro. O brio da Tourada à Corda é a singularidade de ser um espectáculo taurino para toda a família, não havendo constrangimentos do mais novo ao mais velho. Não só pelo carácter local, mas em muito pela simplicidade e respeito pelo animal. Veja-se o caso da exportação da Tourada à Corda para outros destinos, que tem acontecido nos últimos tempos em outras ilhas do arquipélago, na Europa e na América do Norte. Saliente-se que ao contrário da tourada de praça que ano após ano perde aficionados, a tourada à Corda ano após ano ganha aficionados. Prefiro ver a Terceira ligada à tourada à corda como exemplo do respeito e pelo culto ao toiro. Note-se também, que outra via de exportação tem sido os dvds e os vídeos on-line, note-se que os vídeos das famosas marradas terceirenses conseguem cativar o amante de toiros como destruir barreiras dos menos receptivos. Quem nunca conheceu um amigo que não gostava de touradas, mas que depois de ver umas marradas passou a gostar? Muitos são aqueles que colam touradas a violência, ora a Terceira tem trilhado pelo caminho oposto, o de afirmar-se pela tradição taurina sem violência, ou pelo menos, com o mínimo possível em virtude da sua raiz histórico-cultural.
A Sorte de Varas, não é tradição local, pouco mais de uma década se assistiu a esta prática na Terceira. Talvez, por não ser tradição local teve sempre grande contestação na ilha. Importa também, discutir a forma como a Sorte de Varas poderá influenciar a expansão da tradição terceirense a outras ilhas e até mesmo ao mercado turístico, creio que seja factor de mais pontos negativos do que positivos – veremos adiante.
Não creio que os terceirenses estejam receptivos à Sorte de Varas, em muito por toda a envolvente histórica e social, certamente, caso a Sorte de Varas se torne legal, o público de Toiros de Praça irá diminuir, como de resto aconteceu no passado. Se não diminuir, pelo menos os terceirenses deixarão de ir à Praça de Toiros da Cidade Património Mundial com o mesmo brilho nos olhos.
Extrapolando para o prisma regional, a argumentação é simples, se na Terceira não há substrato social e cultural de apoio à Sorte de Varas, ainda menos há nas restantes oito ilhas. Nota final, para um esclarecimento, o movimento que pede a introdução da Sorte de Varas, não é um movimento com substrato popular ou com larga abrangência, limita-se a uma elite a um pequeno grupo de aficionados. Diferente do que aconteceu em Barrancos onde havia um grande desejo de grande parte da população. Se formos a comparar os dois movimentos percebemos que em Barrancos havia o tal substrato histórico, social e cultural, toda a vila palpitava quando se falava no assunto, ora na Terceira isto não acontece.
Economia e Turismo
Sempre que se fala em touradas fala-se no seu impacto económico e turístico. No entanto, numa primeira análise, debruçar-me-ei sobre a economia interna da ilha e posteriormente à possibilidade de incrementos externos.
No plano interno, o dos terceirenses, em bom rigor, a introdução da Sorte de Varas não irá traduzir-se num aumento de procura de bilhetes para as touradas. Ou seja, a primeira questão é simples, com a introdução da Sorte de Varas passarão a ir mais terceirenses à Praça de Toiros? A resposta é negativa, não passarão a ir mais terceirenses. Isto porque, para acontecer o contrário teríamos que partir do pressuposto que há terceirenses que não vão a toiros de Praça porque não se pratica Sorte de Varas, ora este cenário é inexistente. Ao invés, serão menos os terceirenses a irem à Praça de Toiros, dado que não concordam com a prática. No entanto, há que entender duas externalidades, com a introdução da Sorte de Varas, diz-se que seria possível a vinda de melhores carteis e ai levar mais gente à Praça de Toiros, no entanto, as perdas relativas à introdução da prática serão sempre maiores que os novos espectadores. Em muito, devido ao pendor social referido anteriormente, também porque, mesmo em localidades com forte matriz tauromáquica, o exemplo de Espanha é paradigmático, houvesse cada vez mais vozes contra a Sorte de Varas. Outra externalidade, a Sorte de Varas iria impedir a ida de crianças à Praça de Toiros, ora, menos seriam os potenciais espectadores por evidentes motivos.
Passando para o plano externo, a viabilidade e os incrementos económicos da Sorte de Varas teriam que passar forçosamente pela vinda de aficionados exteriores à ilha. Ora, o mercado na região é pequeno, teria que ser o mercado nacional e internacional o nosso alvo. Ao mercado nacional, seria sempre muito mais apelativo e económico uma ida à vizinha Espanha, já o eixo da américa-latina pelos custos das viagens e transbordos nunca será um público-alvo. Restam os espanhóis como público-alvo, algo que seria difícil de ultrapassar pelos custos e transbordos até chegarem cá, ainda para mais quando têm no seu próprio território um périplo de praças nas quais se praticam Sorte de Varas. Coloquemo-nos na pele de um espanhol, viajarei até à Terceira para assistir a um espectáculo que posso assistir aqui?
Ora, esta definição do público-alvo, lança-nos para outra questão ainda mais polémica, os toiros de morte. Alguns, apoiantes da Sorte de Varas já demonstraram intenção de também ser possíveis os toiros de morte na Terceira. Quando se fala em turismo e em público alvo, é desonesto separar as coisas, ou seja, os aficionados espanhóis passariam a vir à Terceira se praticasse-mos a Sorte de Varas, quando têm lá corrida integral – Sorte de Varas e morte do toiro na arena? Obviamente que não. Isto lança-nos para outro ponto – a sombra dos Toiros de Morte.
Ainda no prisma turístico, importa salientar que a imagem dos Açores e da Ilha Terceira em termos internacionais tem sido a de paraíso ambiental, de respeito pela fauna e flora, algo que contrasta com a Sorte de Varas, estaríamos a colocar em causa toda uma imagem que tem dado frutos. Também, o público-alvo do actual turismo açoriano e terceirense são os nórdicos, povo que não é afecto a touradas e que poderá resultar em quebras neste nicho de mercado.
Nota final para os galardoes que os Açores e a Terceira têm recebido recentemente de prestigiados organismos e associações internacionais, prémios estes que permitem uma visibilidade que nenhuma campanha realizada por nós consegue. Não será demais dizer que muitos destes prémios não pactuam com a Sorte de Varas.
Ciências Veterinárias
Não debruçar-me-ei sobre esta temática, primeiro porque conheço os meus limites e quando me movo em terreno que desconheço, em segundo, porque aqui devem intervir apenas e somente os técnicos e especialistas na área.
Gostaria apenas de frisar algumas barbaridades como se tem dito que o toiro não sente nada, ou não sente dor e que até o toiro sente menos dor com a Sorte de Varas. Eu regendo-me apenas pelo censo comum pergunto: Se o toiro não sente nada, porque é que investe? Porque é que alguns fogem e outros deitam-se? Querem fazer-me crer que a Sorte de varas tem apenas impacto visual? Não me tomem por estúpido.
A sombra dos Toiros de Morte
Sinceramente, para mim qualquer tentativa de total separação do debate da Sorte de Varas dos Toiros de Morte é intelectualmente desonesta. Primeiro, porque já foram muitos os que já falaram na possibilidade de toiros de morte entrar também em debate. Outros, prevendo a dificuldade preferem por agora debater a Sorte de Varas e posteriormente os Toiros de Morte, tudo para não ser demasiado forte.
Verdade seja dita que os objectivos descritos pelo lado a favor da Sorte de Varas nunca irão acontecer sem Toiros de Morte. Quando se diz que se vai trazer melhores cartéis e mais turistas para verem toiros, isto não é inerente à Sorte de Varas única e simplesmente. Voltemos ao caso já referido anteriormente, irá um matador recusar uma tourada em Espanha para vir à Terceira? Trocará um aficionado Espanhol uma tourada integral em Espanha para vir à Terceira ver a Sorte de Varas? Refira-se que este tipo de turismo comporta grandes quantias e demasiados transtornos em viagens, só as elites dos aficionados terão dinheiro para vir cá e não vão gastar umas belas notas para ver apenas a Sorte de Varas. Mais uma vez, é desonesto falar-se destes objectivos apenas pela Sorte de Varas, até porque há implícita a vontade da prática de Toiros de Morte por algumas franjas de aficionados.
Sejam honestos e no debate da Sorte de Varas tornem público a posição sobre Toiros de Morte e se pretendem ou não a sua introdução.
Nota final
Neste sentido, a minha posição é irredutivelmente contrária à inclusão do primeiro tércio nas Touradas de Praça da Ilha Terceira e Açores. Concentrei-me nos micro aspectos da questão terceirense e açoriana, descurando os argumentos em sede de Direitos dos Animais, no entanto, as posições de associações da área tem realizado um excelente trabalho e em todo este debate. Senti apenas a necessidade de fazer transparecer argumentos de outra índole e característicos da Terceira e Açores, que devem imperativamente entrar em debate e que são desconhecidos de alguns que são alheios à Terceira e Açores.
Vila das Lajes, Ilha Terceira, 10 de Abril de 2009
Tibério Dinis
Fonte:http://inconcreto.blogspot.com/2009/04/sorte-de-varas.html
Picar ou não Picar, eis a Questão
Marcha atrás
Não me apetece falar de novo no assalto do betão a S. Miguel até porque as minhas tropas estão em desvantagem numérica em relação às forças do inimigo e não estou disposto a submeter os meus efectivos a uma chacina. Não me sinto, porém, cobarde. Vou apenas bater em retirada para, com os meus generais, esboçar nova táctica de ataque.
O sr. Paulo Estevão, deputado do Partido Popular Monárquico é um camelo ou, mais polidamente, um mamífero que vive em zonas desérticas. Não digo isso com qualquer animosidade. Eu explico: o sr. PE defende a introdução(ou reintrodução) da sorte de varas nas corridas tauromáquicas. E está disposto a viver no deserto de gente que partilha a mesma opinião (meia dúzia de pessoas com motivações que vão desde o saudosismo até à ambição económica) com pouca água para levar ao seu moinho, mesmo assim água suficiente com que acredita matar a sua sede e ainda criar um oásis onde andam todos de varinha pontiaguda a picar alegremente uns quantos touros.
Tem todo o direito em defender como pessoa, a sorte de varas. Pode igualmente defender os seus ideais e o seu partido… ah, sobretudo o seu partido. Como deputado, representante da ilha do Corvo é que não me parece que essa seja uma questão importante. Compreendo que na sua ânsia de notoriedade, lhe interesse mostrar trabalho. É realmente uma trabalheira andar em marcha atrás. Retomar a monarquia, revitalizar as touradas… Pode haver um problema na transmissão do seu carrinho que o leve a engrenar apenas em recuo. Eu ajudava-o mas não sou a pessoa mais indicada. Dava-lhe cabo do pópó enquanto o diabo esfregava um olho.
Mário Roberto
Crónicas do Aquém
Açoriano Oriental
(Extraído do Blogue Entramula)
Imagem extraída daqui.
quinta-feira, 9 de abril de 2009
O touro picado não sente dor- As lérias do prof.Juan Carlos Illera
A Tertúlia Tauromáquica Terceirense afirmou recentemente que o touro picado não sente dor. Enorme disparate que é baseado nuns pretensos estudos de um tal prof. Juan Carlos Illera.
Abaixo se transcreve um texto(extraído daqui)que desmonta a pretensa ciência de Illera:
Ningún medio de carácter científico ha publicado el estudio que afirma que el toro no sufre durante la lidia. Resulta curioso que no se haya hecho, dado lo importante y novedoso que resultaría para la ciencia, la existencia de un mamífero capaz de controlar el dolor que se le provoca con utensilios como puyas, banderillas, estoques, y descabello, por un extraño fenómeno del que le ha dotado la naturaleza: La descarga de grandes cantidades de unas hormonas que se conocen con el nombre de endorfinas. Negar la evidencia no es científicamente aceptable: si hay descarga de determinadas endorfinas es que hay dolor, y cuanto mayores son los niveles de estas sustancias detectadas en sangre, el dolor sufrido y por tanto sentido es mayor. Esto último es una afirmación científica expuesta en numerosos estudios que sí han sido publicados en muchas revistas de la ciencia médica.
Otro hecho más importante aún, si cabe,es que se afirme que el toro de lidia es capaz de controlar el estrés mostrando niveles de cortisol después de las diferentes suertes, inferiores a los que presenta un toro que es transportado en un camión. Con ello se nos intenta convencer de que la lidia, estresa al toro menos que un trayecto en un vehículo por carretera. La ciencia también tiene explicación para este extraño fenómeno.
Desde nuestra asociación, AVAT, manifestamos que las endorfinas no pueden ser dotadas de propiedades que no tienen, es decir, de ser capaces de neutralizar el dolor, haciéndonos creer que, tras los tercios de varas y banderillas, la estocada y el descabello, el toro puede hasta sentir placer.
¿En qué cabeza pueden tener cabida afirmaciones semejantes?
Del mismo modo hemos explicado que esos casi “normales” niveles de cortisol medidos en el toro tras su muerte, se deberían a una respuesta patológica provocada por las lesiones que las puyas, las banderillas, el estoque y el descabello provocan en su sistema nervioso, y que impiden la respuesta normal esperada ante el estrés, es decir, la producción de grandes cantidades de cortisol.
Curiosamente, en una tesis doctoral que el mismo profesor Illera dirigió en el año 2002, se mantenía todo lo contrario, es decir, que la lidia suponía un enorme estrés para estos animales. Dicha afirmación se basaba en los altos niveles de cortisol detectados en los toros analizados. Quizás ha sucedido algo en los últimos siete años en el funcionamiento del eje hipotálamo-hipófisis-adrenales del toro de lidia que no nos ha sido explicado. El resumen de dicha tesis aparece recogido en la página del Centro Etnográfico y Bibliográfico Virtual del Toro de Lidia, Suponemos que también se encuentra en el archivo de la facultad de veterinaria de Madrid.
Afirma el profesor Illera que los toros de lidia tienen unas
glándulas adrenales de gran tamaño, lo que les dotaría de esta respuesta tan especial. Por lo que se ve, el tamaño natural, que no patológico de un órgano, es muy mportante para calibrar y explicar un comportamiento fisiológico especial. Podemos decir que los terrier de Escocia tienen una próstata 3 veces mayor que la del resto de las razas caninas, y no por ello demuestran tener algún comportamiento especial en la fisiología en que dicha glándula está implicada.
Por último, aunque sea un hecho de escasa importancia, ya que los títulos no tienen por qué conceder mayor sapiencia al que los ostenta, queremos aclarar que el profesor Illera no es catedrático de fisiología de la facultad de veterinaria de Madrid como figura en la noticia que su diario ha publicado.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Que Educação Para Resolver os Problemas Ambientais?
Um dos mais “respeitados” pensadores americanos, David Orr, numa das suas obras diz-nos que a crise ambiental e social com que se debate o mundo de hoje “não pode ser resolvida com o mesmo tipo de educação que ajudou a criar os problemas” e acrescenta que,"face ao teste da sustentabilidade, as nossas ideias, teorias, ciências, humanidades, ciências sociais, pedagogia e instituições educativas não estiveram à altura. As escolas, as faculdades e as universidades são parte do problema”.
Já Einstein dizia “nenhum problema pode ser resolvido pela mesma consciência que o criou”.
terça-feira, 7 de abril de 2009
Cooperação Macaronésica
Um grupo de sócios do Colectivo Ecologista Turcón, de Grã Canária, está a realizar uma visita à Madeira.
No Domingo (05.04.09) fizeram o primeiro percurso a pé, entre o Pico do Areeiro e o Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha, com passagem pelo Pico Escalvado, Pico do Cedro e Poço da Neve.
Para além de terem desfrutado da extraordinária paisagem da cordilheira central e da depressão do Curral das Freiras, puderam observar a evolução da plantação de espécies indígenas, que a Associação dos Amigos do Parque Ecológico tem vindo a realizar desde Outubro de 2001 no Pico do Areeiro, e o repovoamento florestal das Serras de São Roque e Santo António, iniciado pela Direcção Regional de Florestas após a retirada do gado em 2003.
A jornada de cooperação entre as duas associações macaronésicas terminou com uma plantação de barbusanos no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha. A selecção da espécie foi determinada pelo facto do barbusano (Apollonias barbujana) ser indígena da Madeira e das Canárias, onde é conhecido como "ébano das Canárias".
Até a próxima Sexta-feira, os nossos amigos de Grã Canária percorrerão levadas e veredas à descoberta da Laurissilva da Madeira.
Texto e Fotos: Raimundo Quintal
Quercus em risco de desaparecer nos Açores
A Quercus atravessa um período difícil nos Açores. A direcção demitiu-se porque à luz dos seus estatutos é impossível os seus elementos conciliarem a defesa do ambiente com cargos políticos. Falámos com Luís Rodrigues, ex-presidente da direcção.
Qual a situação actual da Quercus no arquipélago dos Açores?
Antes de responder a essa pergunta tenho que sublinhar que é a primeira vez que depois de toda esta novela um meio de comunicação social nos convida a prestar declarações. E muita gente opinou sobre a matéria...
Respondendo em concreto à sua questão, posso dizer-lhe que a Quercus nos Açores de momento não existe. Há sim uma comissão de gestão, da qual faço parte, a par de dois elementos da direcção nacional da Quercus. Todos esperamos que outras pessoas se aproximem para apresentarem uma lista.
Como se chegou a este ponto?
Depois da morte do anterior presidente da Quercus nos Açores, Veríssimo Borges, houve uma grande preocupação e um esforço incrível da anterior direcção em contagiar outras pessoas para formarem uma nova lista.
Mas, volvidas várias assembleias de sócios e outros tantos telefonemas, não apareceu ninguém. Portanto, no dia 4 de Fevereiro, a Quercus iria fechar nos Açores.
Foi aí que eu e dois amigos, o PauloPascoal e o Pedro Arruda, demos um passo em frente para colaborar no que fosse possível -uma direcção colegial, um grupo de pessoas que não deixaria a Quercus morrer na ilha de São Miguel até que surgisse alguém para assumir essa responsabilidade.
É óbvio que conhecíamos os estatutos da Quercus - incluindo o artº 29º , 1º ponto, que aponta um conjunto de incompatibilidades que devem ser avaliadas por uma comissão arbitral - mas o facto de não existir mais ninguém que agarrasse o desafio levou-nos a avançar.
Mas então, conheciam os estatutos?
Sim, tínhamos plena consciência de que nos estatutos havia situações de incompatibilidade que deveriam ser apreciadas por uma comissão arbitral. Mas repare: o anterior responsável da Quercus nos Açores tinha estado há pouco tempo numa lista à Assembleia Legislativa Regional e também não havia mais ninguém. Mas assumimos o risco para que o núcleo da Quercus não fechasse. Depois foi esta campanha absurda de alguns jornalistas, políticos e de pessoas que se dizem ambientalistas.
O facto é que se demitiram!
Sim. Em fim de Janeiro há um conjunto de deliberações da comissão arbitral que aponta para incompatibilidades reais impeditivas da nossa direcção, muito embora os estatutos, a título não vinculativo, já as apontassem.
Só que pelos circuitos normais de disseminação de informação da Quercus ainda não tinham chegado essas deliberações à direcção nacional, muito menos aos núcleos, e quanto mais aos Açores, onde estávamos a recuperar o núcleo.
Qual o motivo para a informação não vos chegar atempadamente?
A Quercus nacional estava em período de eleições.
Só agora vem a público divulgar esta versão. Porquê ?
Só agora é que nos perguntaram (comunicação social).
Não teme que essa explicação, que peca um pouco por ser "tardia", possa ser encarada apenas como uma versão tendente a reparar a imagem?
Não! Isto pode ser facilmente confirmado junto do presidente da Quercus nacional.
Repito: o facto do Veríssimo Borges ter estado numa lista à Assembleia Legislativa Regional deu-nos indicações de que, não obstante existir uma incompatibilidade, essa seria sujeita a uma avaliação da comissão arbitral.
Ma, o tempo corria contra nós e ou avançávamos ou a Quercus fechava nos Açores.
Deixemos os estatutos e vamos falar de bom senso: considera ser plausível uma associação de defesa do ambiente, que normalmente funciona numa lógica de contrapoder, ser encabeçada por membros politicamente activos, um dos quais deputado regional e pelo partido que serve de sustentáculo ao poder (PS)?
Sabíamos que seríamos avaliados de forma contínua. Seria inevitável. Mas repare, nós tínhamos um projecto simples que consistia em três pontos: disseminar o nome da Quercus ao lançar uma campanha ambiental que abrangesse o arquipélago; criar pontos de ligação com as outras associações de ambiente; no que diz respeito às pastas mais complicadas iríamos recrutar "know-how" aos colegas da Quercus nacional, ou seja, nos assuntos que poderiam criar fricções seriam os colegas da Quercus nacional que se deslocariam aos Açores para tomar as rédeas nesses dossiers . Falo, por exemplo, da construção de auto-estradas, do problema da Rocha da Relva (na ilha de São Miguel) , entre outras questões.
Está a dizer que nos assuntos delicados o núcleo da Quercus nos Açores iria pedir "socorro" à Quercus nacional para evitar problemas?
Não era pedir socorro: a Quercus é uma grande organização que se descentraliza por vários núcleos e não podemos ter a veleidade de pensar que poderíamos opinar sobre tudo.
Deveríamos recrutar especialistas em dadas matérias, sobretudo naquelas que não dominávamos ou noutras que pudessem suscitar alguma fricção.
Preferia ter uma organização sob suspeita do que não ter nada?
Sabíamos quer iríamos estar sob avaliação, um olhar atento. Mas repare, a Quercus é uma organização não governamental ambientalista. Quantos jornalistas, associações de empresários e desportistas possuem hoje elementos que tiveram papel político activo? Deixaram de ter convicções?
Tiveram é pretérito, têm é presente. No vosso caso tratava-se de dois políticos no activo, um deputado regional e outro vereador (ambos pelo PS). Mas vamos falar do futuro: se não surgir uma nova via, apolítica portanto, que não choque com os estatutos, a Quercus desaparece nos Açores?
Sim, deixa de haver Quercus.
Como se sente? Está motivado para apresentar nova lista?
Não. Nada. Sinto-me tão enxovalhado com este processo... Digo outra vez: nunca ninguém teve a humildade para me ligar a pedir a minha versão. Nem aos meus colegas.
Só espero que com esta experiência o nome da Quercus tenha sido tão badalado ao ponto de surgir alguém que queira criar uma equipa para liderar a associação que tem já vinte e cinco anos e um grande nome a nível nacional.
Em suma, não se recandidatará à liderança da Quercus?
(cabeça baixa, período de silêncio) Preciso de ponderar.
Pedro Lagarto, Açoriano Oriental,7 de Abril de 2009
Nota- Há uma afirmação do Luís Rodrigues que não sei se corresponde totalmente à verdade. Veríssimo Borges foi canditado independente do Bloco de Esquerda às eleições legislativas regionais, mas em conversa comigo disse-me que iria pedir a suspensão de dirigente da Quercus- São Miguel. Não o fez? (TB)
domingo, 5 de abril de 2009
Emigrante Terceirense Contra a Sorte de Varas
Ainda não consegui descortinar o que se esta a passar na ilha Terceira dos Açores, não consigo perceber que se tente implementar uma tradição que em nada tem a ver com o Povo Português e muito memos com os Terceirenses, quando até na "terra natal" de origem Espanha estas praticas estão a ser abolidas e os recintos transformados em algo bem mais útil para uma sociedade que se quer e deseja mais equilibrada e justa.
Apenas consegui "desbulhar" que tais práticas para Monumental de Angra estejam relacionadas com os "novos-ricos" aqueles que andam de algibeiras vazias, de fato e gravato e utilizam palavras "caras" algumas difíceis de se encontrar no dicionário, interiormente são pessoas com sentimentos inexistentes relativamente a esta materia.
Na apreciação a este também ele deprimente espectáculo, o mais grave não é o gostar dele mas quererem-no impor numa Região, numa ilha em que suas tradições nada condizem com tais actos e recuando no tempo que nunca o fora, não posso admitir que este tipo de gente desvalorize a "minha terra, minhas gentes, minhas culturas".
Lamentável, inadmissível e inqualificável alguma imprensa dar tanto destaque aos do "movimento a favor" deste espectáculo taurino, que se por ventura vier a concretizar será um forte golpe na divulgação dos Açores., Povos civilizados e de sociedades desenvolvidas não vão querer conhecer e visitar ilhas onde se pratica "escravidão animal".
Até já veio um desses ignorantes a público defender que os touros ao serem picados libertavam uma substância que lhes atenuava ou ate mesmo eliminava a dor.
Caros intelectuais e defensores da sorte de varas, Eu Paulo Almeida vos pergunta!
Será que no tempo da escravidão provavelmente o escravo ao ser espancado com chicotadas dava-lhe estímulo para um trabalho mais eficaz e rentável?
Para continuara a ler a opinião deste emigrande açoriano consultar o seu blogue aqui
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Os Cagarros Estão Aí
Tão importante (ou mais?) como salvar cagarros é a participação de voluntários na campanha que se realiza anualmente.
Esta campanha e talvez em menor escala a campanha Coastwatch Europe deviam ser agarradas pelas associações de defesa do ambiente da região como forma de envolverem os seus associados na procura de soluções para os problemas ambientais.
Pena é que algumas delas estejam tão debilitadas, tão pressionadas pelos poderes instituídos, que dificilmente poderíamos dizer que são manifestação da cidadania.
Sem associações fortes, não instrumentalizadas ou postas ao serviço da administração pública, o palco fica apenas com dois actores: o sacrosanto mercado e o Estado que está ao serviço daquele.
TB
Comentário- Apesar de tudo o que nos separava e da discordância que tinhamos com métodos e princípios, a Quercus- São Miguel está a fazer muita falta. Esperamos que volte a surgir como espaço de participação pública e não como trampolim para outros voos ou arena usada por alguns "cientistas" para tornarem públicos os seus pareceres.
Universidade Fomenta Tortura?
A Tertúlia Tauromáquica Terceirense (TTT) vai realizar no próximo sábado uma “tenta comentada” e uma conferência sobre a importância da Sorte de Varas na lide.
A Tertúlia espera, com estas iniciativas, promover um debate “esclarecedor e didáctico” sobre a necessidade da reintrodução da Sorte de Varas nos espectáculos de toureio a pé regionais.
Arlindo Teles, presidente da Tertúlia, disse ao nosso jornal que as iniciativas anunciadas são abertas à população e que esta é uma tentativa de dotar os menos esclarecidos sobre o assunto de argumentos. “Mesmo quem não gosta de toiros ou as pessoas que se manifestam contra esta Sorte devem participar para poderem ajuizar sobre o tema”.
A Tertúlia continua a defender que o regresso desta sorte aos espectáculos taurinos realizados nas ilhas “beneficiaria em muito a excelência qualitativa” e permitiria que a tauromaquia açoriana se situasse ao nível dos grandes centros taurinos.
A Tenta Comentada realiza-se na Praça de Toiros Ilha Terceira (pelas 18H00) e de seguida (pelas 21H00), no auditório da Universidade dos Açores, no Pico da Urze, será a conferência sobre a “Importância da Sorte de Varas”.
A Tertúlia conta com a presença de José Carlos Arévalo, director da revista 6toros6; João Folque de Mendonça, ganadeiro Português (da Casa Palha); Rafael Trancas, o mais conceituado Picador português; António Castañares, autor de uma obra sobre a Sorte de Varas e Gomez Escorial, matador de toiros.
Nos últimos tempos tem sido amplamente discutida a hipótese da reintrodução da Sorte de Varas na região. O tema já chegou ao parlamento regional onde os autores do projecto favorável às lides picadas exigem “o direito constitucional à diferença, mesmo que seja de uma minoria”, e garantem que os Açores ganhariam, em termos turísticos, com um espectáculo como este, que faria atrair às ilhas aficionados de todo o mundo.
Todavia, o órgão máximo da autonomia dos Açores tem recebido igualmente várias manifestações contra a implementação desta sorte.
No Fórum Mundial Taurino, que se realizou na ilha Terceira, no início de Fevereiro, o investigador e jurista açoriano Álvaro Monjardino abordou o tema e disse, na ocasião, que "só é preciso vontade política para que a Assembleia Legislativa Regional dos Açores legisle sobre touradas picadas.
Álvaro Monjardino sustentou que "desde que desapareceu da Constituição o interesse específico o caminho está aberto".
Admitiu, porém, que "até talvez nem falte vontade política mas não tenha existido, até ao momento, oportunidade para os políticos se manifestarem sobre esta matéria".
(In A União)
Fonte: Desertos e Desertificação
PS- Gostaríamos de saber quanto custa a cedência das instalações e se a "colagem" à Universidade foi mera obra do acaso já que em Angra do Heroímo existem vários espaços adequados para a realização daquele evento.
Enviemos mails de protesto ao reitor da Universidade dos Açores.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
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