Pela criação de um Colectivo Açoriano de Ecologistas que tenha por objectivo a reflexão-acção sobre os problemas ambientais, tendo presente que estes são problemas sociais e que a sua resolução não é uma simples questão de mudanças de comportamentos, mas sim uma questão de modelo de sociedade.
domingo, 18 de janeiro de 2009
O Metrosídero do Campo de S. Francisco
Assinado por Octávio do Couto Sousa, o jornal Correio dos Açores publicou, hoje, um interessante artigo intitulado "Coisas do nosso "meio ambiente": O Metrosídero do Campo de S. Francisco".
Deixo aqui um pequeno excerto:
"O metrosídero é uma espécie originária da Nova Zelândia, phoutukawwa, é o seu nome indígena, que quer dizer “salpicada pelo mar”. Os ocidentais utilizam os abundantes ramos floridos nas decorações do natal e até lhe chamam “Árvore de Natal da Nova Zelândia”
Quem o trouxe para S. Miguel, por mais que procuremos nas cartas de José do Canto, não o vemos mencionado. Deduzimos que tenha sido António Borges o seu introdutor, visto que o fazia sempre com muitos segredos, em competição com aquele seu amigo e José Jácome.
A realidade é que se adaptou muito bem aos terrenos de São Miguel onde ao longo de muitos anos tem vindo a provar a sua grande resistência aos ventos fortes, e em especial, ao salgado, tendo sido por isso muito utilizada em grandes sebes de abrigo da beira mar.
Trata-se porém duma espécie grande consumidora de água e nutrientes do solo, razão porque ao longo dos anos foi sendo substituída, nas sebes vivas das quintas, por outras menos esgotantes, tais como a banksia e o incenso.
Estas, com crescimentos mais rápidos e mais fáceis de moldar em sebe.
Era frequente observar-se, nas quintas antigas, que a uns poucos metros da sebe, nada medrava.
Também é chamada “árvore do fogo”, pelas abundantes e bonitas flores vermelho vivo, o que entre nós acontece nos meses de Maio ou Junho, mormente nas copas mais expostas ao sol.
...
É planta em que devemos continuar a apostar nas decorações da beira mar.
Ei-los, lindíssimos, nos quintais da Rua da Boa Nova, na Calheta, virados à Avenida Dr João Bosco Mota Amaral, onde a Câmara Municipal, em boa hora, mandou plantar uns tantos na zona verde que a ladeia.
Se algum reparo podemos fazer, limitar-nos-emos a sugerir que, nos lugares de solos pobres, pedregosos ou em passeios construídos sobre inertes, se tenha alguma preocupação com a alimentação das árvores.
É fácil a sua propagação por semente. Nos viveiros dos serviços florestais, em tempos idos, mais não se produzia por não haver solicitações que justificassem tal preocupação.
Predomina entre nós o “Metrosíderos robusta” A. Cunn., embora se possa encontrar, em alguns parques, o “Metrosíderos tomentosa”, de porte menos majestoso, mas também muito decorativo."
O texto completo pode ser lido aqui.
Nota- Como não há bela sem senão o metrosídero tem vindo a espalhar-se junto ao litoral, pelo que o seu controlo é uma medida que, mais tarde ou mais cedo, vai ter de ser equacionada.