Pela criação de um Colectivo Açoriano de Ecologistas que tenha por objectivo a reflexão-acção sobre os problemas ambientais, tendo presente que estes são problemas sociais e que a sua resolução não é uma simples questão de mudanças de comportamentos, mas sim uma questão de modelo de sociedade.
domingo, 25 de abril de 2010
POR UMA TERRA LIVRE - TRAZ OUTRO AMIGO TAMBÉM
Cantilena
"Cortaram as asas
ao rouxinol
Rouxinol sem asas
não pode voar.
Quebraram-te o bico,
rouxinol!
Rouxinol sem bico
não pode cantar.
Que ao menos a Noite
ninguém, rouxinol!,
ta queira roubar.
Rouxinol sem Noite
não pode viver. "
Sebastião da Gama
Manifesto
O 25 de Abril está Morto!
Está morto porque deixamos os seus sonhos e esperanças por uma sociedade mais LIVRE, MAIS SOLIDÁRIA, MAIS JUSTA E FRATERNA morrerem ao escolher a via do consumo, do imediato e individualismo.
A Liberdade não existe para quem não faz um esforço para se tornar consciente, a liberdade está defunta porque não pagamos o seu verdadeiro preço, porque não nos tornamos vigilantes eternos e a vendemos em troca de entretenimento imediato, a liberdade morreu no momento em que a demos como garantida. Não existe liberdade numa sociedade vigiada só por alguns, apenas existe liberdade numa sociedade vigiada pela própria sociedade.
A Solidariedade é residual porque nos alienamos da realidade local para nos concertarmos nas noticias do distante mundo, não agimos no local e pensamos que podemos valer pelo estrangeiro, uma sociedade em que não conhecemos os vizinhos e os seus problemas, uma sociedade em que competimos com o próximo em vez de construir e interagir com este, não é uma sociedade solidária.
A Fraternidade está morta porque, não agimos, não nos manifestamos, não nos preocupamos com os nossos destinos. Para haver fraternidade tem de existir acção política colectiva, o esforço politico tem de estar na mão de todos e não só de alguns. Não existe fraternidade numa sociedade em que se entregou a política aos partidos, e se vendeu o direito de reivindicar uma sociedade melhor.
A Justiça é cega para os influentes e poderosos e é cruel e ríspida para os desprotegidos. Deixamo-nos viver numa sociedade com dois pesos e duas medidas em que julgamos rapidamente os outros pelo que nos parece e não pelo que é, não nos esforçamos por compreender, mas somos rápidos a julgar. Da justiça nem vale a pena falar, porque já não existe nem no estado nem em nós.
O 25 de Abril está morto, acima de tudo porque perdemos a esperança.
O regime "democrático" em que vivemos tirou-nos aquilo que o Estado Novo nunca conseguiu tirar, a esperança de que um amanhã melhor é possível.
Damos as injustiças como certas e justificamos porque achamos que tudo sempre foi assim e sempre será. Não acreditamos na mudança, nem aceitamos a mudança porque fomos convencidos que a mudança não é possível.
Vivemos numa sociedade apática que esqueceu o passado e não pensa no futuro, apenas se arrasta no presente .
A sociedade é mais desigual que nunca, podemos ter mais consumo, mas vendemos os valores e ideais, somos agora mais pobres de espírito do que nunca antes.
A contra revolução iniciada ao mesmo tempo que o 25 de Abril,está quase consumada e em breve seremos meramente escravos do sistema uma vez mais.
Porque o 25 de Abril não pode ser uma celebração de um dia,
Porque o 25 de Abril tem de ser uma atitude de vida,
Porque o 25 de Abril tem de estar presente em cada um de nós, antes de estar presente em toda a sociedade,
Homenageamos o 25 de Abril enterrando o seu corpo com a dignidade que merece, pois por tudo o que representa merece um funeral digno, e não ficar a feder nas ruas.
Novo 25 de Abril precisa-se, não um 25 de Abril de massas na rua, mas uma revolução interna, uma revolução da consciência e valores, através dos ideais de Abril.
Viva a Liberdade,
Viva a Justiça,
Viva a Solidariedade,
Viva a Fraternidade...
Viva o 25 de Abril!
Não deixe o 25 de Abril morrer....
Que o 25 de Abril se torne uma FENIX, e renasça das cinzas.
GAIA - Grupo de Acção e Intervenção Ambiental
http://gaia.org.pt/node/15461