terça-feira, 5 de maio de 2009

Touradas Picadas e a Democracia Para Lamentar


Se os açorianos tivessem paciência para consultar os manifestos e os programas eleitorais dos diversos partidos que se candidataram às últimas eleições facilmente chegariam à conclusão de que o tema legalização da sorte de varas não fazia parte dos mesmos.

Tratando-se de uma questão de vital importância para a região, no dizer dos seus defensores, e que divide a sociedade açoriana que é maioritariamente contra, pelo menos é o que dizem todas as sondagens de opinião realizadas até aqui, o mínimo que se exigia aos deputados seria uma consulta aos seus eleitores.

Mas, os nossos deputados, embevecidos com a democracia parlamentar, achando-se donos da vontade dos eleitores, aprovam nas costas destes o que nunca disseram que iriam fazer. Seria injusto não registar, aqui, que de 4 em 4 anos há um momento em que os nossos deputados calcorreiam as ruas dos Açores, prometem ao povo o que sabem de antemão que não vão cumprir, para além de distribuírem camisolas, esferográficas, abraços e beijos.

Hoje, infelizmente não só nos Açores, a falta de dignidade da chamada classe política, associada à incultura e alheamento dos cidadãos eleitores, faz com que em diversos cargos se perpetuem pessoas que, ao contrário de viverem para a política, vivem dela.

Mas o que terá levado a que 26 “magníficos” deputados apresentassem uma proposta legislativa no sentido de legalizar a sorte de varas, prática não tradicional, bárbara, aspiração de uma minoria e vergonhosa para a região, caso seja aprovada?

Cremos que em alguns casos, não falamos aqui nos que são sádicos, a apresentação da proposta foi uma atitude impensada de desrespeito pelo bem-estar animal e pelo querer das pessoas de bom senso, confiantes que sairiam impunes perante a opinião pública açoriana, nacional e internacional.

Senhores deputados, ainda estão a tempo de arrepiar caminho.

Não manchem o bom nome dos Açores.

Os animais não votam, nós podemos votar (votamos)!

TB