Pela criação de um Colectivo Açoriano de Ecologistas que tenha por objectivo a reflexão-acção sobre os problemas ambientais, tendo presente que estes são problemas sociais e que a sua resolução não é uma simples questão de mudanças de comportamentos, mas sim uma questão de modelo de sociedade.
domingo, 31 de maio de 2009
Madeira: Lixeira vira Jardim
Maio de 2009
Janeiro de 1994
A lixeira da Ribeira das Cales foi durante vários anos um dos pontos negros do concelho do Funchal e um péssimo cartaz da Madeira, atendendo à sua localização junto à estrada por onde diariamente passam milhares de turistas a caminho do Pico do Areeiro e do Norte da Ilha.
Em Março de 1994 foi criado o Parque Ecológico e logo foram tomadas medidas visando o encerramento do vazadouro, que era claramente incompatível com os objectivos de recuperação dos ecossistemas e conservação da Natureza da nova estrutura de educação ambiental.
Em Maio de 1994 terminaram as descargas de resíduos sólidos e seguiu-se o depósito das terras necessárias à recuperação da paisagem.
No dia 21 de Março 1995 começaram as acções de plantação de espécies indígenas com a participação de alunos de várias escolas do concelho e dum grupo de guias intérpretes, que voluntariamente fizeram questão de colaborar no nascimento dum recanto atractivo onde outrora havia algo que denegria a imagem da Madeira.
Quinze anos após a criação do Parque Ecológico do Funchal, a área da lixeira é agora um campo florido onde predominam os extraordinários massarocos (Echium candicans), arbustos endémicos da Madeira.
Ao passar pela Ribeira das Cales as minhas amigas guias já não contam histórias para desviar a atenção dos turistas do monstro fumegante. Agora passam devagar e explicam aos visitantes que aquelas flores azuis e lilases são ‘Pride of Madeira’.
Texto (adaptado) e fotos: Raimundo Quintal