sábado, 30 de abril de 2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Com os pés na terra... (3): Andar a pé



Nos primeiros anos da década de 70 do século passado, em companhia de um grupo de amigos, a maioria da Ribeira Grande, comecei a participar, durante as férias lectivas, em passeios pedestres que tinham como guia o Dr. George Hayes, explicador de inglês de alguns deles.

Em 1980, fui “obrigado” a residir na ilha Terceira durante três anos, em virtude de não haver vagas para professor de Física e Química no quadro das escolas de São Miguel. Aí, para ocupar os tempos livres, aos fins-de-semana, passei a integrar as caminhadas organizadas pelos Montanheiros, que eram muito concorridas, e a promover outras, em conjunto com outros colegas e alunos do então Liceu de Angra do Heroísmo.
Regressado a São Miguel, em 1983, como já era membro dos Amigos da Terra - Associação Portuguesa de Ecologistas, decidi criar um núcleo daquela associação que entrou em actividade, em Janeiro de 1984, e logo começou a promover passeios pedestres abertos a todos os interessados. Na altura, a participação era muito reduzida, sendo raro atingir-se uma dezena de pedestrianistas.

Alguns anos depois, a situação alterou-se um pouco, com a vinda de um alemão para a freguesia da Maia que em determinadas épocas do ano, sobretudo no Verão, conseguia mobilizar para os passeios alguns compatriotas que se encontravam de férias em São Miguel. Nestas circunstâncias, o número de estrangeiros era superior ao número de portugueses e a componente de continentais, sobretudo professores, na maioria dos passeios era superior à dos açorianos.

Com o decorrer dos anos, a participação nos percursos pedestres foi crescendo, tanto nos promovidos pelas associações como nos organizados por empresas turísticas, de tal modo que se tornou uma necessidade criar as condições para que o pedestrianismo, que é a actividade de percorrer distâncias a pé na natureza, usando caminhos bem definidos e sinalizados com marcas e códigos bem definidos e aceites internacionalmente, fosse praticado por quem o desejasse, em grupo ou individualmente. Nesse sentido, em Julho de 2000, os Amigos dos Açores promoveram a acção de formação “Pedestrianismo e Percursos Pedestres” que teve como actividade prática a marcação do percurso “Salto do Cabrito” e, em Setembro do mesmo ano, realizou-se a abertura simbólica do primeiro percurso pedestre sinalizado dos Açores, o da Serra Devassa.

O pedestrianismo, para além de ser uma forma sadia de ocupar os tempos livres em contacto com a natureza, é de vital importância para a manutenção da saúde. A propósito, Henry David Thoreau (1817-1862) escreveu:

“Acho que não posso conservar a saúde e o espírito sem passar no mínimo quatro horas por dia - e o comum é passar mais do que isso - sauntering pelas matas, colinas e campos absolutamente isento de todas as obrigações mundanas.
Quando às vezes me recordo de que os mecânicos e os caixeiros permanecem em seus postos não apenas toda a manhã, mas toda a tarde também, muitos dos quais de pernas cruzadas - como se as pernas tivessem sido feitas para sobre elas nos sentarmos e não para sobre elas, ficarmos de pé e caminharmos - julgo-os merecedores de louvor por não terem todos, de há muito, praticado o suicídio.”

As ONGA que promovem passeios pedestres correm o risco de se transformar em meras promotoras de actividades recreativas se não forem capazes de utilizar os passeios que organizam para despertar os participantes para novos conhecimentos, nomeadamente os relacionados com a diversidade geológica, a flora e a fauna, e para a compreensão das questões ambientais e aproveitar a presença de um número significativo de associados para, de viva voz, apelar à participação na vida associativa e incentivar a cidadania activa, nomeadamente no que diz respeito à denúncia de situações irregulares, como depósitos de lixos, abate de árvores, podas mal feitas, etc.

De igual modo, no início dos percursos, ou previamente, deverão ser divulgadas regras de conduta que deverão ser seguidas pelos pedestrianistas, com vista a evitar, na medida do possível, acidentes e causar o menor impacto possível no ambiente.

Autor: Teófilo Braga

Data: 27 de Abril de 2011

Fonte: Correio dos Açores

terça-feira, 26 de abril de 2011

No 25º Aniversário de Chernobil


Não à Energia Nuclear
O recente acidente nuclear ocorrido no Japão veio, uma vez mais, colocar na ordem do dia a necessidade do abandono da energia nuclear de fissão para a produção de electricidade.
Ao contrário do que diz a propaganda pro-nuclear, a energia nuclear para além de não ser a solução alternativa ao petróleo, também contribui para o aumento do efeito de estufa, é cara para os contribuintes porque em todo o mundo é fortemente subsidiada pelos Estados, cria poucos empregos quando comparada com algumas fontes renováveis e não é segura, quer face a catástrofes naturais quer a eventuais ataques terroristas.
Para além do mencionado, se o que se pretende é uma sociedade mais limpa, justa, pacífica e verdadeiramente democrática, não podemos aceitar a opção por esta fonte de energética pois a energia nuclear é anti-democrática. Com efeito, dados os riscos e os negócios envolvidos, a indústria nuclear é por natureza secreta e pouco transparente.
Esperando que os impactos negativos para as pessoas e para o ambiente do acidente ocorrido no Japão não atinjam os níveis dos de Chernobil, reafirmamos a nossa recusa à fissão nuclear e a nossa opção pelo uso racional da energia e pelas fontes de produção de electricidade renováveis e descentralizadas.

Açores, 26 de Abril de 2011

Colectivo Açoriano de Ecologia Social

e

Teófilo José Soares de Braga, Nélia Maria Torres Melo, Maria João Bettencourt, Helena Maria Massa Flor Franco Carreiro, Paulo Alexandre Vieira Borges, Daniel da Silva Gonçalves, Mónica Azevedo, José Augusto Lima Bettencourt Correia, Lúcia Maria Oliveira Ventura, Maria do Carmo Barreto, Almerinda Ferraz Cabral Valente, Patrícia Fraga, Ana Teresa Simões, Miguel Fontes Cabral, Mário Furtado, Catia Benedetti, Marc-Ange Graff, Maria Antónia Guedes, Artur Gil, Paula Cristina Vieira Tavares, Marta Ardesi, Catarina Goulart Furtado, Emanuel Jorge Rocha Machado, António Humberto Serpa, José Andrade Melo, Joana Augusto Gil Morais Sarmento, Paula Alexandra Silva Costa, Mário Belo Maciel, Rosa Adanjo Correia, Amélia Tavares, Costanza Cambi, Manuel Jorge da Silva Gil Lobão, Fátima Maria Ferreira Pinho Botelho, David Martínez Santos, Luís Manuel Cordeiro Garcia, Luís Manuel Álvares Noronha Botelho, Maria João Guerreiro Oliveira, Rui Soares Alcântara, Ana Paula Cordeiro de Sousa, Eusébio Couto, António Ferreira Baptista, Luís Humberto da Câmara Serpa, João Carlos Pacheco, Lubélia de Fátima Travassos, Graça Silva, Armando B. Mendes, Sandrina Miranda, Julia Bentz, Joana Duarte Rodrigues Pereira, Jorge Manuel S Cardoso, Gilda Conceição M Pontes, Luís Gonzaga Furtado Paiva, Andrea Fernandes Simões Ribeiro, Rita Patrícia Magalhães Norberto, José Ricardo Gouveia e Freitas de Carvalho Vaz, George Hayes, Maria Gabriela Serra Medeiros Oliveira, Bruno Helder P Couto, Victor Medina, Zuraida Maria de Almeida Soares, Adriano Corvelo Pacheco, Carla Oliveira, Cláudia Margarida Barbosa, Sílvia Cabral, Orlando Guerreiro, Cassilda Pascoal, Álvaro A. Gancho Borralho, Laia Sanz Carbonell, Dário Fernando do Couto da Silva, José Bettencourt Costa e Silva, Diogo Caetano, Pedro Milhomens, Gabriela Clara Quental Mota Vieira, Paula Oliveira Almeida, Irene de Jesus Andrade, Paula Curi Garnett Melo, Irene Margarida Magalhães Andrade Melo, Deodato José Magalhães Andrade Melo, Mariana Sousa Carvalho, Alexandra Manes, João Manes, Emília Soares, Filipe de Chantal Borges Sancho, Maria Eugénia da Costa Lamas da Silveira, Maria Amélia Ferreira Torres Medeiros, António José Melo Pacheco, Maria José Vasconcelos, Lúcia C.C. Couto, Vitor Estrela,Tânia Vanessa Braga Lima, Maria Helena Câmara, Paulo Roberto de Medeiros Garcia, Cláudia Emanuela Vieira Tavares, Maria Amélia Torres Medeiros, Maria Filomena Alves Ramos, Raimundo Quintal, Simão Faria Wellenkamp de Carvalho Vaz, António Eduardo Soares de Sousa, Maria Margarida Soares de Sousa, Lúcia Arruda, Miguel Franco Wallenstein Teixeira, Rita Patuleia Pereira Bernardino, Gonçalo de Portugal, Bárbara Pereira Bernardino, Constança Quaresma, Leonor Quaresma, Judite Fernandes, José Manuel Rodrigues Barreto, Fátima Ramos, Raquel Ramos, Maria José Milheiro, Sofia Cassiano de Medeiros, Lara Kloosterboer de Vasconcelos e Sousa de Figueiredo, Ana Lúcia Faria Natividade, Maria Clara Almeida Barros Queiroz e Bruno Domingues da Ponte.



25 Anos após o Acidente de Chernobil

Quercus exige o encerramento de Almaraz e a aposta na poupança e em novas alternativas energéticas

No dia 26 de Abril faz 25 anos que ocorreu o acidente na central nuclear de Chernobil, na Ucrânia, que em 1986 fazia parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, URSS. Já em 1979 tinha existido um acidente grave na central nuclear de Three Mile Island nos Estados Unidos da América, EUA, e neste momento ainda não se conhece a dimensão real do acidente da central nuclear de Fukoshima no Japão, sendo contudo já certo que este terá sido um dos mais graves da história. Temos assim os três maiores acidentes nucleares em três dos países mais avançados nas tecnologias da indústria nuclear e é importante pois, reflectir sobre os problemas de segurança inerentes a este tipo de centrais.

Energia nuclear contrária ao princípio da precaução

Em Portugal tem existido um consenso sobre a não construção de centrais nucleares - Há 35 anos atrás, a população de Ferrel marchou contra a construção da primeira central nuclear em Portugal e estabeleceu um marco na rejeição do nuclear. É importante que o nosso país continue a seguir o princípio da precaução. Este princípio, que está na base das estratégias e políticas do desenvolvimento sustentável, aconselha-nos a agir de maneira a evitar danos potencialmente catastróficos ou irreversíveis para o ambiente e para a saúde humana, ainda que não tenhamos todos os dados em cima da mesa para aferir a gravidade da situação. Em suma, o princípio da precaução leva-nos a agir antecipadamente quando existem sinais claros da possibilidade de ocorrência de um problema, ainda que não tenhamos toda a informação ou toda a certeza sobre o mesmo.

A opção pela fissão nuclear é contrária a este princípio e põe em causa a norma ética da equidade intra e inter-geracional, sendo que à luz dos actuais conhecimentos não é uma solução energética aceitável, quer do ponto de vista dos seus impactes no ambiente, quer na saúde humana.

Um ciclo pouco virtuoso

É fundamental olhar para o nuclear como um todo: os problemas estão no início do ciclo, nas explorações de urânio que causam problemas ambientais e de saúde graves em todo o mundo. Em Portugal várias décadas após o fim da exploração deste minério, sobretudo na zona centro do país, os problemas não foram completamente diagnosticados e por isso estão ainda longe de estar resolvidos. Existem mais de quarenta minas abandonadas que continuam a poluir a água e os solos e a afectar as populações vizinhas.

No final do ciclo também ainda não se conhece um destino estável e seguro a dar aos resíduos nucleares, que se mantêm potencialmente nocivos durante muitos anos, sendo que alguns elementos mantêm a sua radioactividade durante milhares de anos.

O fabrico de bombas atómicas e de armas contendo urânio está também intimamente associado à energia nuclear e é um perigo que continua a pairar sobre a humanidade e o planeta Terra, sendo urgente a eliminação de todo este tipo de armamento para um mundo de paz.

O marco dos 25 anos após Chernobil

Na semana dos 25 anos do acidente de Chernobil, a Quercus ANCN promove, em parceria com o MUNN, Movimento Urânio em Nisa Não (MUNN) e a AZU, Associação de Ambiente em Zonas Uraníferas, um debate sobre as alternativas ao nuclear, a exploração de urânio em Portugal e o encerramento das centrais nucleares em Espanha, especificamente a de Almaraz, junto ao Tejo, a 100km de Portugal, que já ultrapassou o período previsto de funcionamento e, não obstante, viu há alguns meses prolongado em 10 anos o seu período de actividade.

A iniciativa, que decorrerá no dia 29 de Abril, consistirá na exibição no cine-teatro de Nisa, pelas 21h00, do documentário “Energias sem fim”, sobre a situação das energias alternativas em Portugal, seguida de um debate. O debate contará com as presenças de:
- António Eloy, CEEETA, Centro de Estudos em Economia da Energia, dos Transportes e do Ambiente
- António Minhoto, Presidente da AZU;
- Gabriela Tsukamoto, Presidente Município de Nisa;
- Nuno Sequeira, Presidente da Direcção Nacional da Quercus;
- Paca Blanco Diaz, Plataforma Antinuclear Cerrar Almaraz;
- Paco Castejón, especialista em energia nuclear;
- Paulo Bagulho, Movimento Urânio em Nisa Não.

As propostas da Quercus

Há muitos anos que a Quercus defende que a aposta deve ser na poupança energética e no uso mais eficiente da energia. Esta é a estratégia mais barata e mais rápida para atingir os objectivos desejados – diminuir a importação de petróleo, gás natural e carvão e reduzir a emissão de gases com efeito de estufa.

Em complemento é ainda fundamental apostar nas energias renováveis, as únicas que são inesgotáveis e gratuitas, bastando apenas desenvolver as tecnologias para as podermos aproveitar, com a vantagem de o podermos fazer de forma descentralizada.

Lisboa, 25 de Abril de 2011

A Direcção Nacional da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza

segunda-feira, 25 de abril de 2011

domingo, 24 de abril de 2011

Com os pés na terra... (2): Sementes


1 - 1º de Maio

O 1º de Maio é uma data celebrada, em todo o mundo, como dia do trabalhador. A escolha está relacionada com uma greve realizada, a 1 de Maio de 1886, em Chicago, Estados Unidos da América, que contou com a presença de 350 mil trabalhadores, com o objectivo de reivindicar a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias. Na sequência de um confronto entre a polícia e os grevistas foi convocada uma manifestação para o dia 4, tendo no decorrer desta morrido um polícia, resultado de uma explosão, e sido assassinados 80 operários. Foram presos alguns dos líderes, dos quais depois de encerrado o processo em Outubro de 1887: 4 foram enforcados, 5 condenados à morte, 3 condenados a prisão perpétua e 1 foi morto, em circunstâncias estranhas, na prisão.
Por todo o país, mesmo durante o Estado Novo, o 1º de Maio nunca deixou de ser comemorado muitas vezes não por razões laborais ou políticas, mas porque entre as populações estava enraizada a tradição das Maias.
Entre nós, o primeiro dia de Maio também tem tradições e com mais ou menos entusiasmo continua a ser lembrado. No início do século passado, o padre Ernesto Ferreira referia-se aos Maios como uma “simples manifestação da poesia com que a alma popular celebra a sua comunhão com o renovamento da natureza” e manifestava o seu desejo de que os mesmos não desaparecessem “da rica mina dos costumes micaelenses”. De acordo com aquele sacerdote, era usual muitas famílias confeccionarem no primeiro dia de Maio papas de carolo (farinha grossa de milho) “para significar que Abril vendeu um dia a Maio por um prato de papas, alusão ao facto de Abril ter menos um dia do que Maio”.
O primeiro de Maio foi também o dia escolhido, em 2006, para os cidadãos, individualmente ou em grupos contribuírem para o embelezamento dos espaços verdes, nomeadamente os que se encontram abandonados pelas instituições responsáveis pela sua manutenção.
No primeiro de Maio deste ano, o quinto “Dia Internacional da Guerrilha Girassol” todos os que queiram participar deverão adquirir sementes de girassol e semeá-las num jardim degradado, num canteiro abandonado ou em qualquer espaço livre, de preferência num local onde passem muitas vezes para irem seguindo o crescimento das plantas e em caso de necessidade retirar alguma infestante ou fazer a rega, o que nos Açores poderá não ser necessário.

2 - Sementes Livres

Hoje, dez empresas, entre as quais a Bayer, a Monsanto, a Syngenta e a Limagrain, controlam 67% do mercado mundial de sementes e é sua intenção aumentar aquela percentagem, impondo, em todo o mundo, as suas variedades registadas.
A Comissão Europeia está a preparar a chamada “Lei das Sementes” que irá alterar as leis anteriores, retirando ao agricultor o seu papel de curador de sementes, que vem desempenhando desde o nascimento da agricultura há cerca de 10 000 anos.
Para contrariar, entre outras, a pretensão de restringir a livre reprodução e circulação de sementes, patentear as diferentes variedades de plantas agrícolas e ilegalizar as variedades não registadas, em toda a Europa grupos de cidadãos, agricultores e diversas associações sem fins lucrativos lançaram uma petição (http://gaia.org.pt/civicrm/petition/sign?sid=1) onde reclamam:
“- O direito a produzir livremente, sem necessidade de licenças, as nossas próprias sementes a partir das nossas colheitas, a voltar a semeá-las e a dá-las a outros;
- A promoção das variedades regionais de sementes, através do apoio aos homens e às mulheres que conservam e melhoram variedades de agricultura biológica;
- A proibição de tecnologias genéticas na agricultura;
- A proibição de patentes sobre as plantas;
- Uma nova lei para a introdução de novas variedades de sementes, que exclua as sementes geneticamente modificadas e as que exijam utilização intensiva de químicos;
- Acabar com os “insumos” de elevado teor energético na produção agrícola, que são a consequência das monoculturas, do transporte a longas distâncias, bem como do cultivo de plantas que requerem fertilizantes químicos e pesticidas.”

Autor: Teófilo Braga

Data: 20 Abril 2011

Fonte: Correio dos Açores

sexta-feira, 22 de abril de 2011

22 de Abril - Dia da Terra

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A Propósito do 1º de Maio


Com o objectivo de reivindicar a redução da jornada de trabalho para 8 horas de trabalho diário realizou-se, a 1 de Maio de 1886, em Chicago, nos Estados Unidos da América uma greve que contou com a participação de 350 mil trabalhadores. Na sequência de um confronto entre a polícia e os grevistas foi convocada uma manifestação para o dia 4, tendo no decorrer desta morrido um polícia, resultado de uma explosão, e sido assassinados 80 operários. Foram presos alguns dos líderes, dos quais depois de encerrado o processo, em Outubro de 1887: 4 foram enforcados, 5 condenados à morte, 3 condenados a prisão perpétua e 1 foi morto, em circunstâncias estranhas, na prisão.

Três anos mais tarde, em 1889, em homenagem aos mortos de Chicago, a Segunda Internacional Socialista, reunida em Paris, decidiu convocar anualmente uma manifestação com o objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário.

Hoje, a crise económica, social e ambiental que aflige todo o planeta, está associada ao aumento de dificuldades por que estão a passar os mais débeis, os idosos, as mulheres, os imigrantes, os trabalhadores e ao contrário do que seria de esperar poucos são os que vêm para a rua lutar ou os que o fazem nos seus lugares de trabalho ou de residência. Com efeito, intoxicados pela comunicação social, nomeadamente pela televisão, pelas distracções criadas por governantes e capitalistas ou com as dificuldades amenizadas pelas instituições de caridade dirigidas pela igreja, por familiares ou por “homens/mulheres de mão” dos responsáveis pela situação em que vivemos, as pessoas preferem ficar em casa, de braços cruzados, à espera que sejam os seus sindicatos, os partidos políticos ou algum D. Sebastião a encontrar uma solução para os problemas.

O recurso a políticas laborais que nos fazem lembrar as do século XIX (precariedade no trabalho, batalhões de desempregados, trabalho mal remunerado, etc.) e a politicas ambientais que desrespeitam o património natural e que fomentam o uso indevido dos recursos naturais exige por parte dos cidadãos uma resposta que passa pela auto-organização nos seus locais de trabalho ou de residência.

No primeiro de Maio, não há razões para festas e patuscadas nem motivos para a participação apática em procissões, seguidas de sermões por parte dos dirigentes que se perpetuam nos sindicatos e muitas das vezes estão ao serviço de agendas que não são as dos trabalhadores que dizem representar.

Pelo contrário, para além de rendermos a nossa homenagem aos Mártires de Chicago e a todos os que têm lutado por um mundo mais justo, limpo e pacífico, devemos estar unidos em defesa de um novo modelo económico e de outras políticas e dar o nosso contributo, por mais modesto que seja, para que tal se torne uma realidade.

T. B.




domingo, 17 de abril de 2011

MANIFESTO EM PROL DA SEMENTE E DA SOBERANIA ALIMENTAR


Não se sabe bem ao certo, mas terá sido há dez ou onze mil anos que a humanidade lançou à terra as primeiras sementes com o intuito de colher algo para seu sustento. Dessa colheita terão resultado, por certo, não apenas alimentos imediatos, mas também novas sementes, que tornariam a ser semeadas no ano seguinte. Ficou assim traçada a orientação que viria a assegurar, até há algumas dezenas de anos atrás, a capacidade de todos nós, homens e mulheres, conseguirmos ultrapassar as contingências da natureza, deixando de estar sujeitos à sua aleatória generosidade no tocante à oferta de alimentos colectáveis, passando a cultivá-los para assegurar a soberania alimentar.


Passados alguns milhares de anos de evolução desta orientação de vida, foram sendo domesticadas pelo homem milhares de variedades de plantas e animais, ampliando muito as espécies disponíveis. Esta diversidade de espécimes de cultivares e de animais, fomentada pelo homem, muitas vezes como resultado do seu engenho, permitiu-lhe transpor as mais diversas barreiras, físicas e temporais, para conquistar os mais recônditos lugares do planeta. Hoje sabemos, pelos muitos factos históricos conhecidos, que em cada novo contacto do homem com diferentes plantas e animais ocorre não apenas um enriquecimento do indivíduo enquanto ser cultural, mas também uma melhoria no seu ser físico, graças ao acesso a acrescidas fontes de alimentos.

Estas longas conquistas da humanidade estão agora prestes a ser eliminadas ou, pelo menos, restringidas, pois outros interesses se levantam. A pretexto de questões como a necessidade de rastrear o percurso dos alimentos e a segurança alimentar, a Comunidade Europeia prepara-se para estabelecer uma directiva legal no sentido de impedir que as pessoas que sempre semearam e recolheram, assegurando a sua soberania alimentar, possam continuar a agir dessa maneira. Esta lei põe em causa um direito ancestral conquistado para todos nós, o de utilizarmos e guardarmos as sementes resultantes do trabalho e engenho dos nossos antepassados, direito esse que devemos continuar a legar às gerações futuras. Esta lei pretende atribuir estatuto museológico às variedades tradicionais que nos foram legadas por incontáveis gerações, enraizando-as no seu suposto lugar de origem e impondo que a sua comercialização e cultura, bem como o aproveitamento das suas sementes, se faça apenas nesse local e somente por alguns. Esta lei europeia, a ser aprovada, limita as áreas de cultivo e o número de pessoas que podem aceder às variedades tradicionais, as quais só terão direito a existir depois de submetidas a certificação. Não se entende como uma Europa que defende os valores da democracia, do livre acesso a bens e da sua livre circulação, pretende assim limitar o acesso de todos nós a este legado das sementes ancestrais.

No caso em apreço, podemos estar mais uma vez perante uma mentira. Quais são os verdadeiros interesses que estão por trás destas leis restritivas da Comunidade Europeia? Na verdade, por trás de palavras como «certificação», cujo sinónimo deveria ser autenticidade ou segurança, esconde-se muitas vezes a restrição no acesso a um direito, que fica, a partir daí, apenas ao alcance de quem pode pagar ou tem mais meios. A certificação significa, para uma Europa ávida de dinheiro e com uma economia em ruínas, a entrada de mais dividendos nos seus cofres.

Com efeito, se a semente não fosse «a origem», não seria tão aliciante querer controlar os seus destinos. A pressão que nos últimos anos vem sendo exercida por algumas multinacionais do sector da agro-indústria, as quais, não satisfeitas com o domínio que já exercem através das patentes das suas «criações», procuram também apropriar-se das plantas que são património comum da humanidade estabelecendo patentes sobre as variedades ancestrais, revela a urgência imperativa de controlarem a distribuição dos alimentos desde a origem até à nossa mesa.

Na verdade, não se percebe como é possível permitir que alguém, pessoa ou empresa, registe em seu nome algo que não criou e se torne seu «legítimo» proprietário. Não se percebem estas leis europeias com dois pesos e duas medidas, a não ser, repetimos, porque o registo de patentes constitui mais uma fonte de receitas para os cofres das instituições que as pretendem impor. Mas é evidente que corremos sérios riscos quando as sementes das variedades tradicionais, que são património da humanidade e como tal devem estar livremente acessíveis a todos, passam a ser objecto de controlo estatal para ficarem nas mãos de entidades exclusivas.

Poderemos estar prestes a assistir à consumação do maior atentado cometido na história das civilizações humanas, em que alguns homens, com as suas leis, põem em causa a sobrevivência da maioria. Porque é disso que se trata quando se pretende reduzir drasticamente o número de variedades e obrigá-las a permanecer imóveis nos seus supostos locais de origem, parando assim a sua e a nossa evolução.

Perante a possibilidade de ser aprovada a nova Lei das Sementes na Europa, declaramos ser nossa intenção continuar a fazer o que sempre fizemos: lançar as sementes à terra, recolhê-las no fim da estação, guardar algumas para o ano seguinte e partilhar outras com amigos, vizinhos e interessados. Achamos que esta será a melhor forma de resistir, pois foi a postura que os nossos antepassados mantiveram ao longo de milénios e que, apesar das muitas hecatombes a que a humanidade se viu sujeita ao longo da sua existência, não impediu que chegasse até nós um sem número de espécies e variedades. É certo que muitas se perderam ao longo desse percurso, mas isso aconteceu mais por desinteresse ou por abandono da actividade agrícola do que por qualquer lei impeditiva. Esta será sempre a nossa principal linha de acção. Se não assumirmos esta postura, será difícil reclamarmos o direito a usar e guardar as sementes, pois só isso permite que elas continuem a existir.

Instigamos todas as pessoas favoráveis à permanência das variedades tradicionais que nos sigam no exemplo e resistam, mesmo que a referida lei venha a ser aprovada. Por ser também da máxima importância usá-las no nosso dia-a-dia, instigamos todos os interessados a conhecer melhor este espólio, solicitando-o nos pontos de venda, estimulando a sua oferta e consumo.

A Colher para Semear vai levar a cabo uma iniciativa de âmbito nacional, no dia 17 de Abril, em Lisboa, no Jardim da Estrela, pedindo a todos os interessados que se desloquem à capital para trocar as suas sementes e manifestar o seu apreço pelo direito à existência das variedades tradicionais como um legado da humanidade.
Colher para Semear (recebido por e-mail)

sábado, 16 de abril de 2011

Hoje, Rua Capitão Manuel Cordeiro, Pico da Pedra (S. Miguel, Açores)




Se é estranha a presença deste contentor na via pública sem estar associado a qualquer obra no local, mais estranha 8ou não)é a falta de cuidado, para não dizer desleixo, por parte do dono e/ou fornecedores.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

A propósito da Energia Nuclear



Com os pés na terra... (1): A Propósito da Energia Nuclear
“Quando você ouvir ‘não há perigo imediato’ [de radiação nuclear] então é hora de correr para o mais longe e o mais rápido que você puder” (Alexey Yablokov)

1- Reencontro
No final da década de oitenta do século passado, era professor do quadro de nomeação definitiva da Escola Secundária Antero de Quental, em Ponta Delgada, quando na primeira aula da disciplina de Ciências Físico-Químicas, aula de apresentação, verifico que tenho, entre os meus alunos, uma jovem japonesa.
Ávida por conhecer São Miguel, a Nao Makino calcorreou comigo alguns dos recantos mais belos da nossa ilha, participando no projecto “Conhecer para Proteger”, iniciativa do então Núcleo dos Açores dos Amigos da Terra - Associação Portuguesa de Ecologistas, do qual era um dos dinamizadores.
Perdido o contacto, durante cerca de três décadas, através de uma conhecida rede social da Internet, voltei a ter notícias da Nao Makino por ocasião do sismo e do tsunami a ele associado, ocorridos no passado dia 11 de Março, no Japão, e do acidente nuclear com as centrais nucleares japonesas.

2- O Lixo Nuclear
Uma solução segura para o depósito final dos resíduos radioactivos gerados pelas centrais nucleares continua à espera de ser encontrado por mais engenhosas que sejam as alternativas propostas.
Sobre este assunto, vale a pena recordar que antes da Convenção Internacional de Londres ter aprovado, em finais de 1993, uma interdição total da imersão de resíduos radioactivos nos mares, a 600 milhas do nosso arquipélago existiam sete “cemitérios” onde eram lançados os resíduos radioactivos da laboração de 40 centrais nucleares europeias.
Em 1982, o Governo Regional dos Açores e a maioria dos partidos políticos com actividade na Região tomaram posição contra os lançamentos de resíduos no Oceano Atlântico, a 600 milhas do nosso arquipélago, posição que não foi seguida pelo governo central que não tomou qualquer posição sobre o assunto.
Em 1983, face ao previsto lançamento de resíduos nucleares na “Fossa do Atlântico”, por parte de Grã-Bretanha, como forma de protesto, na Terceira, foi lançado lixo no cemitério dos ingleses. Curiosamente o anunciado lançamento foi adiado devido ao boicote ao carregamento dos contentores feito pelos estivadores filiados em diversos sindicatos britânicos.

3- A Segurança
A 26 de Abril de 1986, na Ucrânia, então integrada na ex- União Soviética, terá ocorrido o maior acidente da história da energia nuclear cujas consequências nunca serão conhecidas do público pois são muito poderosos os defensores e quem beneficia com os lucros gerados pelas centrais nucleares. A título de exemplo, a que devia ser neutra ONU aponta como consequência do acidente 57 mortes directas e 4 mil casos de cancro, enquanto os Físicos Internacionais para a prevenção da guerra nuclear estimam que mais de 10 mil pessoas sofreram cancro da tiróide e mais outros 50 mil poderão vir a sofrer do mesmo problema (John Vidal, The Guardian).
Um acidente como o de Chernobil poderia ter acontecido?
Claro que não, na Pátria do Comunismo, ou melhor dizendo na do Capitalismo de Estado, tudo estava sob controlo. Leiam, o que escrevia Nikolai Tikhonov, chefe do governo soviético, em 1983: “As modernas centrais eléctricas atómicas soviéticas são as mais inofensivas do ponto de vista ecológico: o problema da defesa contra a radiação, na URSS já foi resolvido…. Graças aos sistemas de protecção de várias etapas, mesmo no caso de um desastre na central, não haverá fuga de radiações”.
No site da energia nuclear - um bem para todos -(http://energianuclear.comli.com/Home.html), lemos muito recentemente que depois de Chernobil, já não havia razões para não se apostar naquela forma de produzir electricidade “pois se as medidas de segurança forem seguidas o risco de acidente é nulo”. Como se pode constatar através do ocorrido com as centrais nucleares do Japão, tal facto continua a ser uma miragem.

Autor: Teófilo Braga
13 Abril 2011
Fonte: Correio dos Açores

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Primavera

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Em pleno Domínio Público Marítimo: Ex- autarca constrói casa de três pisos na rocha junto ao porto da Caloura


Noticia publicada no Correio dos Açores de 05 Abril de 2011 da autoria da Associação dos Amigos da Caloura


A Associação Amigos da Caloura considerou ontem “um atentado ao ambiente, com a complacência dos poderes públicos” a construção por um ex- autarca da câmara da Lagoa de uma “moradia com três andares” na rocha, em pleno Domínio Público Marítimo, junto ao porto da Caloura, contrariando as “regras e regulamentos que se aplicam aos restantes cidadãos”.

“Em plena zona do Domínio Público Marítimo, está a construir-se uma casa no Porto da Caloura, que é um atentado ao ambiente, com a complacência dos poderes constituídos, projecto que tem um alvará baseado num histórico que é falso, como a seguir se demonstra.

Diz o alvará da obra que se trata da recuperação de um edifício de apoio a actividades náuticas. Na verdade, a única construção que existia no terreno era apenas um alpendre. A existência de uma casinha é mentira. O alpendre tinha uma única porta que servia de entrada para o terreno, sem mais nenhuma porta, e sem janelas, sem sequer um quarto, sem cozinha nem chaminé, sem qualquer tipo de instalações sanitárias, nem ao menos uma simples sanita; sem luz e sem água canalizada. Felizmente sem instalações sanitárias, porque já existem dois esgotos a drenar directamente para a zona balnear. Um esgoto, das instalações sanitárias da área do bar, no forte de Nossa Senhora da Conceição, e o outro a dez metros acima do terreno do alpendre, de onde são também lançados na zona balnear, águas pluviais. Pela cor preta do líquido que sai do tubo, fácil é adivinhar que se trata de uma escorrência conspurcada por poluentes orgânicos, como por exemplo fezes com os respectivos coliformes, e restos de cadáveres em decomposição, de animais que morrem e jazem nos veios de água que alimentam o esgoto. E como se isso já não bastasse associam-se em nefasta combinação, químicos, como adubos, pesticidas, herbicidas, etc.

Antigamente existiam, de onde em onde, umas covas de decantação de águas pluviais, que não chegavam ao mar. Devem ter sido consideradas uma coisa retrógrada e arcaica e então avançaram com o “saneamento”.

Existe uma patologia em Psiquiatria, que é a paranóia, em que o doente faz um raciocínio lógico e até brilhante a partir de um facto que não corresponde à verdade. É afinal o que está a acontecer com a recuperação de um edifício, que nunca existiu.

Outro aspecto que a Associação dos Amigos da Caloura não compreende é o facto de não serem aplicadas a ex- autarcas da Câmara da Lagoa, e seus parentes próximos, as mesmas regras e regulamentos que se aplicam aos restantes cidadãos. Assim, um ex presidente comprou um terreno a um homem pobre de Água de Pau, por tuta e meia, dizendo-lhe que não se podia construir nada no terreno, por causa do Domínio Público Marítimo, o que tudo leva a crer que fosse verdade. Feito o negócio, passado algum tempo, iniciou-se a construção de uma moradia com três andares, baptizados por cave, rés-do-chão e sótão, numa altura em que só era permitido construir uma casa com um piso, segundo o Plano de Salvaguarda da Caloura, em vigor.

Outro exemplo que assistimos, foi à construção de um condomínio com imensas vivendas, com boa qualidade arquitectónica, mas encavalitadas umas encima das outras, quando o Plano de Salvaguarda da Caloura só permitia construir uma casa por cada mil e quatrocentos metros quadrados de terreno. Adivinhem quem é que obteve a licença para estas construções? O irmão do Presidente referido acima.

Por coincidência, também, o actual dono do terreno do alpendre e da construção da casa com dois pisos, no Porto da Caloura, é um grande amigo, e foi anos a fio, o braço direito do referido Presidente, de quem foi cronicamente, “vice mayor” na Câmara da Lagoa, até ser dispensado das listas eleitorais, das últimas eleições autárquicas.

Como podem ver os Amigos do Calhau, o Plano de Salvaguarda da Caloura só se tem aplicado ao comum dos cidadãos.

Como os Amigos do Calhau, não estão a par da realidade, a Associação dos Amigos da Caloura, acha por bem prestar-lhes mais alguns esclarecimentos para que não subsistem dúvidas sobre a justa posição que têm quanto ao projecto que se desenvolve no porto da Caloura:

1) À Associação dos Amigos da Caloura, não lhe compete apreciar a qualidade do projecto de arquitectura do edifício a construir no local onde existia o alpendre, contudo o mamarracho que está lá, ou terá de ser muito diferente, quando estiver acabado, ou simplesmente demolido. Olhar para aquilo que já está construído, causa mais repulsa do que quando puseram o mausoléu enfiado num dos olhos do peixe da rotunda do Porto. Em boa hora foi retirado. Jaz agora junto ao Pisão, disfarçado por entre canas e silvados.

2) O terreno onde se desenvolve a construção não tem acesso directo ao mar. Só se for de pára-quedas, ou de guindaste.

3) A antiga dona do prédio, Drª Iria Medeiros, nunca o pôs à venda, nem nunca conseguiu licença para qualquer obra, nem que fosse uma pequena casinha. Vivia no Canadá e vinha todos os anos passar férias a Água de Pau. Todos os dias ia tomar banho de mar à Caloura. Conservava o telheiro, que lhe servia para mudar de roupa para ir ao banho.

4) Entretanto a Drª Iria faleceu no Canadá e deixou vinte e tal herdeiros, seus parentes, que tinham dois procuradores.

5) Puseram o terreno à venda numa imobiliária, com um anúncio no muro do terreno. Aconteceu uma coisa estranha; aos vários interessados que apareceram na imobiliária a perguntar o preço, diziam que não sabiam e que fizessem uma oferta. Apareceram várias e uma delas irrecusável, mas mais uma vez a imobiliária meteu os pés pelas mãos e depois de alguma insistência, acabaram por confessar que Roberto Medeiros, procurador de apenas um dos herdeiros, queria ficar com o prédio e que dizia, em relação a qualquer interessado: para esse gajo eu não assino. Acabou então por comprar o terreno, não se sabe por quanto”.

Fonte: http://amigoscalhau.blogspot.com/

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Santa Catarina dai-lhes juizo




Dada a localização desta árvore na Rua de Santa Catarina, em Ponta Delgada, somos levados a concluir que Santa Catarina tem ignorado as preces da Câmara Municipal de Ponta Delgada.