Pela criação de um Colectivo Açoriano de Ecologistas que tenha por objectivo a reflexão-acção sobre os problemas ambientais, tendo presente que estes são problemas sociais e que a sua resolução não é uma simples questão de mudanças de comportamentos, mas sim uma questão de modelo de sociedade.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Lagoas do Congro e dos Nenúfares
No final do ano transacto os Amigos dos Açores editaram uma brochura intitulada "Lagoas do Congro e dos Nenúfares: Proposta de recuperação e gestã da cratera".
Aqui deixamos o seu prefácio:
Conheço as Lagoas do Congro e dos Nenúfares, há mais de quarenta anos, pois as mesmas eram pontos de referência para todos que nasceram e viveram em Vila Franca do Campo, sendo alvo de visitação anual, aquando dos festejos de São João. Com efeito, no dia 24 de Junho, muitos vila-franquenses deslocavam-se para as margens daquelas lagoas para comemorar aquele dia, organizando piqueniques e balhos.
Se na altura das primeiras visitas, encontrei toda a cratera limpa e bem tratada como se de um cuidado jardim se tratasse, fui assistindo, com o decorrer do tempo, à sua degradação, fruto do abandono a que foi votada pelos seus proprietários.
Mais tarde, no ano 2000, participei, no âmbito dos Amigos dos Açores, no grupo de trabalho que elaborou uma proposta de classificação das Lagoas do Congro e dos Nenúfares como Área Protegida, o que só viria a acontecer sete anos depois.
No ano de 2008, mais um passo foi dado no sentido da valorização das Lagoas do Congro e dos Nenúfares, através da aquisição de uma parte da Bacia Hidrográfica pela Secretaria Regional do Ambiente e do Mar. Naquele ano, foi apresentada à Secretária Regional, Dr.ª. Ana Paula Marques, por parte dos Amigos dos Açores, uma proposta de recuperação e gestão da cratera das duas lagoas referidas, da autoria de Malgorzata Pietrzak, jovem polaca que com muito entusiasmo e dedicação o elaborou.
Resta-me desejar que os anseios dos vila-franquenses, as diligências dos Amigos dos Açores e o trabalho da Malgorzata se traduzam em acção. O património natural dos Açores não pode continuar a ser alvo de danos, alguns dos quais irreparáveis, em nome do propalado desenvolvimento que se diz sustentável.
Ribeira Seca de Vila Franca do Campo, 23 de Julho de 2010
Teófilo José Soares de Braga