Pela criação de um Colectivo Açoriano de Ecologistas que tenha por objectivo a reflexão-acção sobre os problemas ambientais, tendo presente que estes são problemas sociais e que a sua resolução não é uma simples questão de mudanças de comportamentos, mas sim uma questão de modelo de sociedade.
sábado, 10 de julho de 2010
FERNANDO PEREIRA MORTO À BOMBA PELO ESTADO FRANCÊS HÁ 25 ANOS
Fernando Pereira, natural de Chaves, onde nasceu a 10 de Maio de 1950, vivia na Holanda para onde havia emigrado para fugir à Guerra Colonial foi morto a 10 de Julho de 1985 a bordo do navio, do Greenpeace, Raibow Warrior, no porto de Auckland, na Nova Zelândia, onde se preparava para viajar para o atol de Moruroa, no Pacífico Sul, onde a França realizava testes nucleares.
No referido porto, pouco antes da meia-noite, com um pequeno intervalo, rebentaram duas bombas, colocadas por agentes da DGSE (serviços secretos franceses). Depois de ter sido dada ordem para abandono do barco aquando da primeira explosão, Fernando Pereira voltou atrás para tentar recuperar o seu material fotográfico e foi apanhado pela segunda bomba que abriu um novo buraco e terá morrido afogado, deixando a mulher e dois filhos, Marelle e Paul.
Depois de ter negado a autoria do atentado bombista, o primeiro-ministro francês foi obrigado a reconhecer que os agentes tinham agido em “cumprimento de ordens”, emanadas dos serviços secretos franceses, então chefiadas pelo coronel Jean-Claude Lesquer. Os dois agentes secretos envolvidos directamente no afundamento do Rainbow Warrior, Dominique Prieur e Alain Mafart, foram condenados a uma pena de dez e sete anos, respectivamnete, tendo saído da prisão ao fim de menos de dois anos.
Aos responsáveis políticos, o primeiro-ministro, Laurent Fabius, e o presidente da República, Francois Miterrant, nada aconteceu e os autores do atentado bombista continuaram a fazer as suas carreiras como nada se tivesse passado, de tal modo que, em 1993, Alain Mafart foi promovido a coronel e Dominique Prieur é, hoje, também coronel na reserva.
É caso para dizer: o crime, dependendo do mandante, por vezes compensa.
Fontes: http://aosabordamare.blogs.sapo.pt/30912.html
PAÇO, A. (2010). Há 25 anos: o afundamento do Rainbow Warrior pelo estado francês. Rubra, nº 8, p.30.