quarta-feira, 24 de junho de 2009

Detenção de activista no aeroporto foi único incidente de segurança


A retenção do fundador da organização Sea Shepherd Conservation Society (SSCS) no Aeroporto da Madeira foi o único incidente de segurança no âmbito da 61/a reunião da Comissão Baleeira Internacional (CBI) que decorre no Funchal, disse esta quarta-feira da PSP.
Em declarações à agência Lusa, o fundador da SSCS, Paul Watson, confirmou que quando chegou ao controle de passaportes no Aeroporto da Madeira foi retido durante quatro horas por existir um mandado de detenção devido a incidentes ocorridos em 1979 na zona do porto de Leixões.

“As autoridades do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras contactaram a polícia do Norte de Portugal e deixaram-me sair depois de ver que o mandado tinha expirado em 2008, sendo um caso de há trinta anos”, disse.

Paul Watson acrescentou que este incidente foi “uma surpresa”, porque já esteve em Portugal muitas vezes, nos Açores e em Lisboa, desde 1979 e “nunca ninguém mencionou o assunto, sendo a primeira vez que a questão foi suscitada”.

“Mas não me interrogaram e as autoridades da imigração foram muito simpáticas, só disseram que havia uma alerta e tinham de contactar as autoridades no norte de Portugal. Realmente não estava à espera”, acrescentou.

Referiu que em 2008, na reunião plenária da CBI em Santiago do Chile, foi interrogado, sobretudo porque o Japão o acusa de terrorista.

A SSCS é uma organização internacional sem fins lucrativos que se dedica à preservação da fauna marinha, com o objectivo de acabar com a destruição de habitats e abate de animais selvagens em oceanos do mundo, lutando pela conservação e protecção dos ecossistemas e espécies.

A Sea Shepherd é conhecida por recorrer a tácticas inovadoras de acção, investigação e documentação e agindo para expor e confrontar as actividades ilegais no mar alto.

Fora o caso de Paul Watson, o porta-voz da PSP, Roberto Fernandes, garantiu à Lusa que “não há qualquer incidente a registar”.

Apesar de algumas organizações internacionais com posições contrárias à caça à baleia terem desenvolvido acções de protesto no Funchal, estas “têm decorrido pacificamente e sem gerar qualquer situação de pânico”, disse.

Recusando adiantar números, o comissário da PSP salientou que houve um reforço extraordinário de segurança interna e externa na zona onde decorre esta reunião no Funchal, envolvendo elementos do Corpo de Segurança Pessoal, um grupo diário de agentes uniformizados, pessoal do departamento de Investigação Criminal e grupo de Intervenção Rápida.

Lusa/AO Online, 24 de Junho de 2009