Pela criação de um Colectivo Açoriano de Ecologistas que tenha por objectivo a reflexão-acção sobre os problemas ambientais, tendo presente que estes são problemas sociais e que a sua resolução não é uma simples questão de mudanças de comportamentos, mas sim uma questão de modelo de sociedade.
domingo, 28 de junho de 2009
Ambientalistas aprovam passadiço na Lagoa do Fogo
O ambientalista açoriano Teófilo Braga disse ao ‘Correio dos Açores’ que concorda com a construção de um passadiço em madeira, numa extensão de 250 metros ligando a praia da Lagoa do Fogo a uma mata de criptomérias no início do trilho pedestre Lagoa do Fogo-Lombadas a partir do momento em que a área protegida tiver um plano de gestão e uma fiscalização adequada.
O tema foi levantado pelo ‘Correio dos Açores’ e, no dia seguinte, fez ‘Primeira Página’ nos outros diários matutinos que se publicam em Ponta Delgada.
Teófilo Braga, autor do blogue ‘Terra Livre’ e líder do colectivo de ecologistas açorianos, explicou ao jornalista que “vai haver problemas” na Lagoa do Fogo se o passadiço for construído e “deixado ao abandono”.
Entende que as visitas às margens da Lagoa do Fogo e o percurso do próprio trilho se devem fazer com carácter de estudo e sempre seguidas por um guia.
A Lagoa do Fogo é uma Reserva Natural desde 1974 e desde então que não tem órgãos de gestão nem fiscalização. Agora, “pôr lá um passadiço poderá levar a que muitas mais pessoas queiram fazer o trilho que, ainda por cima, tem zonas perigosas”, afirmou.
Disse ter “muito medo da fase de construção do passadiço” porque, se não houver cuidado, poderá causar-se uma destruição tal que seria melhor deixar tudo como está.
Teófilo Braga manifesta estes receios sobretudo porque, como refere, “o histórico de obras do governo açoriano na natureza leva a ter muitas dúvidas sobre o real impacto da fase de construção do passadiço na Lagoa do Fogo”.
A polémica da construção de um passadiço junto ao leito da Lagoa do Fogo foi levantada em texto assinado por Carlos César no “SOS Costa Norte”, onde se manifesta em total oposição à construção do passadiço.
Esta opinião, considerada “extremista”, não encontra eco junto da Associação ‘Amigos dos Açores’ que aceita o passadiço desde que seja uma solução minimalista e se passe a fiscalizar as pessoas que se aproximem da margem da Lagoa do Fogo.
Já a direcção regional do Ambiente tinha dado um parecer favorável à construção do passadiço alegando que o seu impacto ambiental será sempre menor que uma situação em que as pessoas pisem a flora local.
Está a causar alguma surpresa em fontes da secretaria regional da Economia a declaração da câmara da Ribeira Grande de que desconhecia a intenção do governo de construir um passadiço em madeira sem corrimão junto ao leito da Lagoa do Fogo até porque foi a autarquia que propôs o trilho, definição em que participou o ambientalista Teófilo Braga.
A Lagoa do Fogo é uma das maiores lagoas dos Açores e a segunda maior da Ilha de São Miguel, e é classificada desde 1974 como reserva natural.
Faz parte integrante da Rede Natura 2000, pelo facto de ter sido classificada como Sítios de Importância Comunitária. SIC (Açores), aprovado por Decisão da Comissão Europeia no dia 28 de Dezembro de 2001, nos termos da Directiva Habitats 92/43/CEE do Conselho. Esta lagoa de águas muito azuis ocupa uma área de 1 360 ha, que é bastante tendo em atenção as dimensões da própria ilha.
Copua a grande caldeira de vulcão adormecido do fogo. Este vulcão dá forma ao grande maciço vulcânico da Serra de Água de Pau, localizado no centro da Ilha de São Miguel. Todas esta zona é rodeado por uma densa e exuberante vegetação endémica.
Esta caldeira vulcânica, tal como o vulcão que lhe deu forma é a mais jovem da Ilha de São Miguel e ter-se-á formado há cerca de 15 000 anos. A sua configuração actual é resultado do último colapso, tido como importante e que ocorreu no topo do vulcão, há aproximadamente 5 mil anos. A última erupção data de 1563.
Fonte: Correio dos Açores, 26 Junho 2009
NOTA- Embora tenha sido o criador deste blogue, neste momento ele é aberto a outras colaborações,sendo, podemos dizer, a "voz" do CAES. Convém também ficar registado que o CAES não tem qualquer líder,representante ou porta-voz, sendo a opinião relativamente ao passadiço ou a outras questões de carácter pessoal. Qualquer tomada de posição colectiva será sempre assinada por quem com ela concordar.
A grande "novidade" do CAES é a defesa da democracia directa e da participação activa.
(Teófilo Braga)