domingo, 28 de junho de 2009

Ambientalistas aprovam passadiço na Lagoa do Fogo



O ambientalista açoriano Teófilo Braga disse ao ‘Correio dos Açores’ que concorda com a construção de um passadiço em madeira, numa extensão de 250 metros ligando a praia da Lagoa do Fogo a uma mata de criptomérias no início do trilho pedestre Lagoa do Fogo-Lombadas a partir do momento em que a área protegida tiver um plano de gestão e uma fiscalização adequada.

O tema foi levantado pelo ‘Correio dos Açores’ e, no dia seguinte, fez ‘Primeira Página’ nos outros diários matutinos que se publicam em Ponta Delgada.

Teófilo Braga, autor do blogue ‘Terra Livre’ e líder do colectivo de ecologistas açorianos, explicou ao jornalista que “vai haver problemas” na Lagoa do Fogo se o passadiço for construído e “deixado ao abandono”.

Entende que as visitas às margens da Lagoa do Fogo e o percurso do próprio trilho se devem fazer com carácter de estudo e sempre seguidas por um guia.

A Lagoa do Fogo é uma Reserva Natural desde 1974 e desde então que não tem órgãos de gestão nem fiscalização. Agora, “pôr lá um passadiço poderá levar a que muitas mais pessoas queiram fazer o trilho que, ainda por cima, tem zonas perigosas”, afirmou.
Disse ter “muito medo da fase de construção do passadiço” porque, se não houver cuidado, poderá causar-se uma destruição tal que seria melhor deixar tudo como está.
Teófilo Braga manifesta estes receios sobretudo porque, como refere, “o histórico de obras do governo açoriano na natureza leva a ter muitas dúvidas sobre o real impacto da fase de construção do passadiço na Lagoa do Fogo”.

A polémica da construção de um passadiço junto ao leito da Lagoa do Fogo foi levantada em texto assinado por Carlos César no “SOS Costa Norte”, onde se manifesta em total oposição à construção do passadiço.

Esta opinião, considerada “extremista”, não encontra eco junto da Associação ‘Amigos dos Açores’ que aceita o passadiço desde que seja uma solução minimalista e se passe a fiscalizar as pessoas que se aproximem da margem da Lagoa do Fogo.

Já a direcção regional do Ambiente tinha dado um parecer favorável à construção do passadiço alegando que o seu impacto ambiental será sempre menor que uma situação em que as pessoas pisem a flora local.

Está a causar alguma surpresa em fontes da secretaria regional da Economia a declaração da câmara da Ribeira Grande de que desconhecia a intenção do governo de construir um passadiço em madeira sem corrimão junto ao leito da Lagoa do Fogo até porque foi a autarquia que propôs o trilho, definição em que participou o ambientalista Teófilo Braga.

A Lagoa do Fogo é uma das maiores lagoas dos Açores e a segunda maior da Ilha de São Miguel, e é classificada desde 1974 como reserva natural.

Faz parte integrante da Rede Natura 2000, pelo facto de ter sido classificada como Sítios de Importância Comunitária. SIC (Açores), aprovado por Decisão da Comissão Europeia no dia 28 de Dezembro de 2001, nos termos da Directiva Habitats 92/43/CEE do Conselho. Esta lagoa de águas muito azuis ocupa uma área de 1 360 ha, que é bastante tendo em atenção as dimensões da própria ilha.

Copua a grande caldeira de vulcão adormecido do fogo. Este vulcão dá forma ao grande maciço vulcânico da Serra de Água de Pau, localizado no centro da Ilha de São Miguel. Todas esta zona é rodeado por uma densa e exuberante vegetação endémica.

Esta caldeira vulcânica, tal como o vulcão que lhe deu forma é a mais jovem da Ilha de São Miguel e ter-se-á formado há cerca de 15 000 anos. A sua configuração actual é resultado do último colapso, tido como importante e que ocorreu no topo do vulcão, há aproximadamente 5 mil anos. A última erupção data de 1563.

Fonte: Correio dos Açores, 26 Junho 2009

NOTA- Embora tenha sido o criador deste blogue, neste momento ele é aberto a outras colaborações,sendo, podemos dizer, a "voz" do CAES. Convém também ficar registado que o CAES não tem qualquer líder,representante ou porta-voz, sendo a opinião relativamente ao passadiço ou a outras questões de carácter pessoal. Qualquer tomada de posição colectiva será sempre assinada por quem com ela concordar.

A grande "novidade" do CAES é a defesa da democracia directa e da participação activa.

(Teófilo Braga)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Voltar à Caça à Baleia nos Açores?


Regresso da caça à baleia não faz qualquer sentido diz biólogo marinho


Um eventual regresso da caça à baleia nos Açores “não faz qualquer sentido”, disse à Lusa o biólogo-marinho Rui Prieto, investigador da Universidade dos Açores, ao comentar uma posição nesse sentido de um vulcanólogo açoriano.
No entender de Rui Prieto, as recentes declarações do vulcanólogo Victor Hugo Forjaz, que defende a suspensão da moratória internacional que proíbe a caça à baleia, para permitir a manutenção da actividade como forma de tradição nas ilhas, não passam de um “equívoco”.

“Tenho muito respeito pelo Dr. Victor Hugo Forjaz, mas as suas declarações não passam de um equívoco”, sublinhou Rui Prieto, acrescentando que, ao contrário do que defende o vulcanólogo, “não há mercado” para os produtos derivados do cachalote que justifique a existência de uma fábrica no arquipélago.

Victor Hugo Forjaz disse à imprensa açoriana que a proibição da caça à baleia nos Açores “foi uma decisão precipitada” e que a actividade poderia ter-se mantido nas ilhas, como “tradição”, embora “drasticamente reduzida” em relação aos níveis de captura que se registavam na década de 80, quando Portugal aderiu à moratória internacional que proíbe a caça à baleia.

No seu entender, os baleeiros açorianos deviam ter sido autorizados a manter a caça, “nos mesmos moldes tradicionais”, até aos dias de hoje, sem que isso representasse qualquer atentado ambiental, nem mesmo colidisse com os interesses dos operadores de “whale watching” (observação de baleias).

«Nos Açores não se caçam os cachalotes, mas eles são apanhados mais a norte, aos milhares, pelos islandeses e pelos japoneses», recordou Victor Hugo Forjaz.

Para o vulcanólogo açoriano, a manutenção da caça à baleia nos Açores, mesmo que em pequena escala, poderia justificar, por exemplo, a existência de uma unidade fabril de transformação dos produtos derivados da baleia e também o comércio dos dentes e ossos de baleia, destinados ao ‘srimshaw’ (artesanato).

Em declarações à Agência Lusa, Rui Prieto garante, no entanto, que os japoneses e os islandeses “não caçam cachalotes há décadas”, mas sim outras espécies de baleias, e que os óleos extraídos da gordura dos cachalotes “já não têm mercado” nos dias de hoje, porque foram substituídos por óleos sintéticos.

“Nos Açores continua-se a explorar o cachalote e os outros cetáceos, mas de forma não letal, através do whale watching”, explicou o biólogo do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores, que considera não existirem razões para que a caça seja retomada nas ilhas.

No seu entender, a caça à baleia não foi proibida, mas simplesmente “chegou ao fim”, porque já se encontrava em “declínio natural” desde a década de 1970.

De acordo com os dados científicos recolhidos pelo DOP, na década de 1960, no auge da indústria baleeira nos Açores, existiam 196 embarcações que se dedicavam a esta actividade, número de decresceu drasticamente em dez anos, para apenas quatro botes baleeiros, “por falta de mercado” para a matéria-prima.

O tema da caça à baleia esteve em discussão esta semana numa reunião da Comissão Baleeira Internacional na cidade do Funchal, no arquipélago da Madeira.

Fonte: Açoriano Oriental, 26 de Junho de 2009
Foto: SDC

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Detenção de activista no aeroporto foi único incidente de segurança


A retenção do fundador da organização Sea Shepherd Conservation Society (SSCS) no Aeroporto da Madeira foi o único incidente de segurança no âmbito da 61/a reunião da Comissão Baleeira Internacional (CBI) que decorre no Funchal, disse esta quarta-feira da PSP.
Em declarações à agência Lusa, o fundador da SSCS, Paul Watson, confirmou que quando chegou ao controle de passaportes no Aeroporto da Madeira foi retido durante quatro horas por existir um mandado de detenção devido a incidentes ocorridos em 1979 na zona do porto de Leixões.

“As autoridades do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras contactaram a polícia do Norte de Portugal e deixaram-me sair depois de ver que o mandado tinha expirado em 2008, sendo um caso de há trinta anos”, disse.

Paul Watson acrescentou que este incidente foi “uma surpresa”, porque já esteve em Portugal muitas vezes, nos Açores e em Lisboa, desde 1979 e “nunca ninguém mencionou o assunto, sendo a primeira vez que a questão foi suscitada”.

“Mas não me interrogaram e as autoridades da imigração foram muito simpáticas, só disseram que havia uma alerta e tinham de contactar as autoridades no norte de Portugal. Realmente não estava à espera”, acrescentou.

Referiu que em 2008, na reunião plenária da CBI em Santiago do Chile, foi interrogado, sobretudo porque o Japão o acusa de terrorista.

A SSCS é uma organização internacional sem fins lucrativos que se dedica à preservação da fauna marinha, com o objectivo de acabar com a destruição de habitats e abate de animais selvagens em oceanos do mundo, lutando pela conservação e protecção dos ecossistemas e espécies.

A Sea Shepherd é conhecida por recorrer a tácticas inovadoras de acção, investigação e documentação e agindo para expor e confrontar as actividades ilegais no mar alto.

Fora o caso de Paul Watson, o porta-voz da PSP, Roberto Fernandes, garantiu à Lusa que “não há qualquer incidente a registar”.

Apesar de algumas organizações internacionais com posições contrárias à caça à baleia terem desenvolvido acções de protesto no Funchal, estas “têm decorrido pacificamente e sem gerar qualquer situação de pânico”, disse.

Recusando adiantar números, o comissário da PSP salientou que houve um reforço extraordinário de segurança interna e externa na zona onde decorre esta reunião no Funchal, envolvendo elementos do Corpo de Segurança Pessoal, um grupo diário de agentes uniformizados, pessoal do departamento de Investigação Criminal e grupo de Intervenção Rápida.

Lusa/AO Online, 24 de Junho de 2009

terça-feira, 23 de junho de 2009

PETIÇÕES PELA CULTURA CONTRA A BARBÁRIE

Por iniciativa do Blogue Costa Norte, abaixo apresentamos duas petições:

Destinatário: Sr. Presidente do Governo Regional dos Açores, Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, Sr. Presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande

Petição "NÃO à Tourada na Ribeira Grande"

Foi recentemente divulgado o programa das festas da cidade da Ribeira Grande na ilha de S. Miguel. No programa consta a realização de uma Tourada no dia 27 de Junho. Sendo a tourada um evento criticado por promover a tortura de animais e não tendo qualquer tradição na ilha de S. Miguel, contestamos a realização da mesma e exigimos que apesar de estar programada seja cancelada.

Numa Europa em que se defende cada vez mais os direitos dos animais, consideramos que a intenção de realizar este evento por parte da organização das festas da cidade e da Camara Municipal da Ribeira grande em nada contribui para dignificar os cidadãos deste Concelho. Pelo contrário, serão interpretados como um povo decadente e bárbaro! O Sr. Presidente Ricardo Silva como responsavel máximo por esta autarquia, deverá, num acto de compreensão para com os animais envolvidos, proceder ao cancelamento do evento.

http://www.peticao.com.pt/nao-tourada-ribeira-grande

Destinatário: Exmo. Sr. Presidente da República, Exmo. Sr. Presidente do Governo Regional dos Açores, Exmo. Sr. Presidente da Assembleia da República, Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores

Touradas Onde Não São Tradição, Não!


Por todo o mundo e nomeadamente na Europa tem crescido o número de pessoas com preocupações com o bem-estar animal, de tal modo que a própria União Europeia já aprovou um conjunto de medidas com vista à sua implementação nos vários estados membros.

Não tendo qualquer tradição fora das ilhas Terceira, e eventualmente, Graciosa e São Jorge, as touradas à corda têm vindo a realizar-se na ilha de São Miguel, com o patrocínio quer de entidades públicas, quer a elas associadas ou apoiadas financeiramente.

Hoje, a tentativa desesperada de introduzir touradas em São Miguel tem como objectivo garantir a sobrevivência de uma indústria que necessita de crescer, e que só sobrevive graças a apoios governamentais e autárquicos, e fazer com que aquelas passem a realizar-se regularmente e se transformem em tradição para que venham a ser legalizadas, no futuro, as corridas picadas e os touros de morte.

Considerando que a riqueza dos Açores está na diversidade da cultura das suas ilhas, não fazendo qualquer sentido touradas em São Miguel como Cavalhadas de São Pedro na Terceira ou donas amélias no Corvo, vimos exigir para que:

1- Não sejam promovidas nem apoiadas, com recurso a dinheiros públicos, quaisquer touradas nos Açores:

2- Seja aprovada legislação que proíba a realização de touradas em ilhas onde as mesmas.

http://www.peticao.com.pt/touradas-nao

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Má Gestão ou Intenção?




Numa altura em que se prepara para mandar às urtigas todo o trabalho feito aquando da passagem de Ana Paula Marques pela Secretaria Regional do Ambiente e do Mar no que aos resíduos diz respeito ou por outras palavras anda-se a preparar a incineração de resíduos, é caso para dizer que se nem são capazes de gerir uma recolha selectiva que idoneidade têm para gerir uma incineradora?

Em suma, em vez de se apostar na redução e na reutilização a aposta é na queima, ainda que aproveitando energia. Em relação a esta, mesmo que não seja precisa o que é necessário é incentivar o consumo. Tudo em nome do desenvolvimento sustentável ou melhor do enchimento do bolso de alguns e dos seus capatazes por mais verdes que se apresentem.


Nota- Fotos de hoje, 22 de Junho de 2009, pelas 9h, junto à Escola EB 1º Ciclo do Pico da Pedra

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Na Ribeira Grande: Mistura explosiva entre Cavalhadas e tourada à corda


A realização de uma tourada à corda durante as festas de São Pedro na Ribeira Grande (pelas 14 horas do dia 27 na Ribeira Seca) está a gerar acesa polémica com os ambientalistas e amigos dos animais a contestarem a iniciativa incluída no programa das festividades da câmara da Ribeira Grande.
A Câmara da Ribeira Grande ‘lava as mãos’ da tourada referindo que a iniciativa é da responsabilidade da comissão de festas da Ribeira Seca. Explica que, anualmente, esta comissão de festas inclui as suas iniciativas no programa de festas da Câmara.
Elementos da comissão de festas da Ribeira Seca, contactados ontem pelo ‘Correio dos Açores’, disseram que a tourada à corda “surge por ser uma novidade”, pedindo, contudo, que enviássemos as perguntas por escrito para que a comissão pudesse assumir uma posição conjunta e torná-la pública hoje.
A tourada à corda chega, na actualidade, a São Miguel pelas mãos da Associação Agrícola de São Miguel, de que é presidente Jorge Rita e secretário da Agricultura e Florestas, Noé Rodrigues. Ambos surgiram lado a lado durante a recente tourada, promovida no âmbito do último concurso pecuário num espaço onde se encontravam alguns milhares de pessoas, a maioria esmagadora das quais jovens e famílias de Rabo de Peixe.
Significativo que a Câmara da Ribeira Grande promova agora uma segunda tourada este ano em São Miguel precisamente na Ribeira Seca, a poucos quilómetros de Rabo de Peixe. Não é por acaso que se escolhe esta zona para lançar as touradas à corda. O objectivo é, certamente, chamar ao espaço centenas de jovens aficionados das duas freguesias.

‘Amigos...’: “Indignação”

Estas touradas à corda, de cariz cultural terceirense, “não tem”, de harmonia com os ambientalistas, “qualquer raiz cultural e identitária micaelense” e a sua introdução “compulsiva” na ilha é contestada por vários quadrantes sociais.
A associação ecológica ‘Amigos dos Açores’ manifestou ontem “indignação” sustentada pela “introdução de espectáculos relacionados com o sofrimento animal onde estes não são tradição” e “lamenta” que a tourada surja a par de uma manifestação cultural própria do concelho que “se assume pelo respeito pelos animais”, como são as Cavalhadas de São Pedro.
Numa época em que a Comunidade Europeia tende a reduzir os espectáculos taurinos aos locais onde estes são tradições e em que Portugal “vai dando algumas respostas positivas nesse sentido, nos Açores procura-se incessantemente maximizar e generalizar estes espectáculos ao arrepio de um progresso civilizacional reconhecedor do bem-estar animal”, lê-se no comunicado dos ‘Amigos dos Açores’.
Para a associação ecológica, a introdução de touradas à corda em ilhas onde não têm qualquer ligação histórica ou cultural “não é mais que a procura da constituição de precedentes para a generalização da tauromaquia, na totalidade dos seus diversos espectáculos, a toda a região, em resposta aos interesses económicos do sector, tal como ficou expresso na recente iniciativa da Assembleia Legislativa dos Açores, que projectava a introdução das corridas picadas em todo o arquipélago”.

Carta a Ricardo…

Embora a iniciativa da tourada seja da comissão de festas da Ribeira Seca, o ambientalista Teófilo Braga dirige, no blogue “Terra Livre” do Colectivo Açoriano de Ecologistas, uma carta aberta ao presidente da câmara da Ribeira Grande, Ricardo Silva, onde evidencia a sua incredulidade pelo patrocínio que dá à tourada.
Diz ter sido com “esperança” que presenciou a chegada de Ricardo Silva à presidência da autarquia por ser “pessoa de cultura, sensível ao património cultural e natural da sua terra e conhecedor das tradições do povo concelhio”.
“A promoção de uma tourada à corda, de que não sou adepto mas respeitador como tradição terceirense que precisa de evoluir no sentido de minimizar o sofrimento animal e os riscos para os homens, é um sinal de que estava, de algum modo, iludido” com o actual elenco camarário, afirma Teófilo Braga.

“Manchar Cavalhadas…”

Em seu entender, a tourada associada às Cavalhadas “só vem manchar esta manifestação cultural única, que não precisa de qualquer outro chamariz”.
Acrescenta que a tourada “não contribui para a educação cívica dos cidadãos e é única e exclusivamente um apoio da Câmara Municipal da Ribeira Grande a uma indústria económica não concelhia”.
Nesta perspectiva, Teófilo Braga manifesta “repúdio por esta iniciativa” de que o presidente da Câmara “é o responsável máximo”.
Acaba por comunicar que “terá em conta este facto nas próximas eleições autárquicas”.
Muitas têm sido, na blogosfera, as críticas ao aparecimento de uma tourada nos festejos de São Pedro, algumas cheias de oportunidade. “Parece que, de repente, todos os açorianos têm que ser terceirenses, que o que é tradição de uma ilha é metido num barco qualquer e ala de fazer ninho no tecido tradicional de outras ilhas”.
“É como se os biscoitos de orelha da minha Ilha (Graciosa) e os Molhos passassem a ser confeccionados e vendidos como especialidade da Furnas juntamente com o cozido. Anda tudo a ser desvirtuado”.
A Ribeira Grande “não precisa de acrescentar às Cavalhadas as touradas para chamar turistas, precisa isso sim de valorizar cada vez mais as Cavalhadas, de incuti-las na juventude. É que qualquer dia, as Cavalhadas deixam de existir em favor das touradas à corda que se calhar são bem mais divertidas, mas... não são tradição da Ribeira Grande.

Fonte: http://www.correiodosacores.net

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Vamos criar um Exército Guerrilheiro?

Carta Aberta ao Presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande

Exmo. Senhor
Presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande

Ontem, não queria acreditar no que ouvi: a Câmara Municipal da Ribeira Grande irá promover ou patrocinar (o que é a mesma coisa) a realização de uma tourada à corda durante as festas do concelho deste ano.
Foi com alguma esperança que assisti à chegada de um novo elenco camarário que veio, pensava eu, acabar com o marasmo anterior e abrir uma nova era para os destinos do concelho onde vivo à quase trinta anos.
Acreditava que com V. Exºa, pessoa de cultura, sensível ao património cultural e natural da sua terra e conhecedor das tradições do povo concelhio, iríamos assistir a um fomento da participação cívica, à tomada de iniciativas com vista à melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, respeitando os restantes seres vivos e ao apoio do tecido económico do concelho.
A promoção de uma tourada à corda, de que não sou adepto mas respeitador como tradição terceirense que precisa de evoluir no sentido de minimizar o sofrimento animal e os riscos para os homens, é um sinal de que estava, de algum modo iludido. Com efeito, a tourada associada às Cavalhadas só vem manchar esta manifestação cultural única, que não precisa de qualquer outro chamariz, não contribui para a educação cívica dos cidadãos e é única e exclusivamente um apoio da Câmara Municipal da Ribeira Grande a uma indústria económica não concelhia.

Face ao exposto, venho manifestar o meu repúdio por esta iniciativa, de que V. Exª é o responsável máximo, e comunicar que terei em conta este facto nas próximas eleições autárquicas.

Com os melhores cumprimentos

Teófilo José Soares de Braga

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Tourada- Câmara da Ribeira Grande Promove Deseducação


Seguindo a estratégia de deseducar, isto é de educar para a aceitação das touradas e para o fomento da tortura a animais, o presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande anunciou hoje uma tourada à corda que vai manchar uma tradição única, as Cavalhadas de São Pedro.

É lamentável, mas são os políticos que nós temos. Sempre ao serviço dos interesses do costume.

Foto do Jornal Açoriano Oriental on line, 17 de Junho de 2009

sábado, 13 de junho de 2009

Salve a Amazónia


O governo do Peru está reprimindo violentamente manifestantes indígenas que estão protestando a abertura da Amazônia peruana para as indústrias de minérios, petróleo e madeira. A floresta é um patrimônio imensurável da humanidade - vamos apoiar os grupos indígenas, assine a petição para o Presidente García pedindo o fim da violência e a proteção da Amazônia: Assine aqui a petição

terça-feira, 9 de junho de 2009

INVASORAS

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Porcos ou Para Lamentar

Excerto do diário 24 da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, do dia 13 de Maio de 2009


Infelizmente, Sr. Deputado, porcos inodoros ainda não foram inventados. Portanto, há questões que, obviamente, mesmo com a cautela necessária e com as medidas técnicas necessárias, nós vamos ter que continuar a conviver com elas e uma dela é que não é possível ter explorações com aquela dimensão com absoluto isolamento em relação ao ambiente.

Deputado José Manuel Bolieiro (PSD): É utilizar Brise!

Deputado Rui Ramos (PSD): Desodorizante!

Secretário Regional do Ambiente e do Mar (Álamo Meneses): Qual é a marca do desodorizante, Sr. Deputado?
O Orador: Eu digo-lhe depois, Sr. Secretário.
… Sras. e Srs. Deputados, Sras. e Srs. Membros do Governo:
Fico espantado com a vossa declaração de incapacidade.

(Aparte inaudível da Deputada Cataria Furtado)

O Orador: Tenha calma, Sra. Deputada!
Eu estou aqui, porque estou mandatado por um conjunto de pessoas que me elegeram e que são eleitores de S. Miguel.
Secretário Regional da Economia (Vasco Cordeiro): E o resto está aqui porquê? Não foram eleitos?
O Orador: Sr. Secretário tenha calma e deixe-me falar.
Deputado Pedro Gomes (PSD): O Sr. Secretário não sei! Não foi eleito!
Deputado Artur Lima (CDS/PP): Há por aí gente que não foi eleita!
Presidente: Sr. Deputado, faça favor de prosseguir.
O Orador: A afirmação que foi feita pelo Sr. Secretário Regional do Ambiente e que foi reiterado pelo Sr. Deputado José do Rego, eu simplesmente rejeito. E rejeito porquê?
De facto, a exploração Humberto Silva tem uma licença ambiental. Está aqui.
A exploração Agroaçor, eu não encontro no portal do Governo.
Agora uma coisa é certa: todas as vezes que se fala nesse assunto os cheiros baixam consideravelmente …
Deputado Jorge Macedo (PSD): Muito bem!
O Orador: … e se baixam consideravelmente é porque há, Sr. Secretário Regional e Sr. Deputado, coisas que são possíveis de fazer.
Secretário Regional do Ambiente e do Mar (Álamo Meneses): Eu então vou falar mais. Vou falar todas as semanas!

Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Rui Ramos.
Secretário Regional do Ambiente e do Mar (Álamo Meneses): Vai dizer a marca do desodorizante?
* Deputado Rui Ramos (PSD): Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sras. e Srs. Membros do Governo:
Se o Governo se resigna e está resignado ao acompanhamento, eu não me resigno, nem vou desistir.
Secretário Regional do Ambiente e do Mar (Álamo Meneses): O senhor é um herói!
O Orador: Não sou herói, Sr. Secretário! Sou uma pessoa preocupada com as populações!
O Governo está resignado!
Secretário Regional do Ambiente e do Mar (Álamo Meneses): Resignado como?
O Orador: O senhor há bocadinho quase que dava a ideia que não se podia fazer nada. Dava a ideia que uma exploração daquelas tem, necessariamente, que lançar odores.
Secretário Regional do Ambiente e do Mar (Álamo Meneses): Dei e continuo a dar!
O Orador: Sr. Secretário, ouvi o senhor atentamente. Agradeço que me ouça também.
O Sr. Secretário quando confrontado com a afirmação factual de que quando se começou a falar nisso outra vez os cheiros baixaram, aquilo que eu quero para já, em nome das populações pelas quais fui eleito, é que o Governo, nomeadamente as secretarias que falei, façam uma acção concertada, porque aquelas populações não podem de forma alguma ficar sobre a alçada ou sobre o jogo de haver ou não declarações na comunicação social.
Sistematicamente, quando se fala no assunto, na comunicação social, os cheiros baixam. Deixa-se de se falar no assunto as populações são condenadas outra vez a uma qualidade de vida que é, de todo, inaceitável em pleno séc. XXI.
Portanto, se os cheiros baixaram, é porque é possível fazer alguma coisa. Aliás, as próprias empresas, talvez sobre o olhar atento da comunicação social, decidiram fazer qualquer coisa.
É exigível e o Governo foi eleito para garantir a essas populações uma boa qualidade. O Governo não se pode resignar e os Deputados do PS também não.
De uma coisa podem ter a certeza: o PSD não se vai resignar! E digo-vos mais: as populações também não se vão resignar e os senhores sabem perfeitamente disso.
Obrigado.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

TITO COELHO


Hoje, faleceu Tito Coelho, professor de Geografia da Escola Secundária das Laranjeiras.

Nascido a 6 de Dezembro de 1952, Tito Coelho era associado dos Amigos dos Açores- Associação Ecológica, desde 21 de Março de 1988, tendo sido membro da mesa da Assembleia Geral daquela organização de defesa do ambiente entre 1990 e 1995.

Era um seguidor deste blogue, desde a sua criação, preocupando-se com as questões ambientais, nomeadamente com as relacionadas com as alterações climáticas.

TB

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Greenpeace denuncia destruição da Amazónia por grandes marcas mundiais



Algumas das maiores marcas mundiais de alimentação, desporto e beleza estão a destruir a Amazónia. Tudo porque têm como fornecedores de matérias-primas explorações que fazem abates ilegais da floresta tropical, revela hoje a organização ecologista Greenpeace, depois de três anos de uma investigação secreta à indústria pecuária brasileira.

Durante três anos, a Greenpeace seguiu o rasto de carne, cabedal e outros derivados da indústria pecuária saídos de explorações que praticam desflorestação ilegal no coração da Amazónia. Por ano, estima-se que 1,72 milhões de hectares de floresta da Amazónia sejam abatidos pelo sector da pecuária, segundo números da Greenpeace. Segundo dados do Banco Mundial e do Governo brasileiro, 80 por cento das terras desflorestadas na região da Amazónia estão ocupadas por explorações de gado.

A Greenpeace comparou dados de satélite com as licenças de abate de árvores e concluiu que mais de 90 por cento da desflorestação actual é feita de forma ilegal.

O caminho levou a Greenpeace até marcas como Adidas/Reebok, Timberland, Geox, Carrefour, Eurostar, Honda, Gucci, Ikea, Nike e Tesco, revela hoje o relatório “Slaughtering Amazon”.

“Ténis de corrida, refeições já prontas e malas podem ter uma pegada ecológica que inclui a devastação da Amazónia e que poderá estar ligada a casos de abuso dos direitos humanos”, comentou Pat Venditti, coordenador da campanha de Florestas da Greenpeace Internacional. Muitos destes produtos acabam por ser processados e vendidos na China, Estados Unidos, Itália e Reino Unido.

A organização denuncia um consumismo “cego” de matérias-primas. “As empresas devem assegurar-se que os seus fornecedores não são apanhados nesta indústria destruidora. Devem apoiar a protecção do clima ao renunciar à desflorestação”, acrescentou, em comunicado.

Governo brasileiro criticado por fazer pouco contra a crise climática

A organização sublinha a posição do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva que, lembra, tem interesse na expansão da indústria pecuária. Até 2018 prevê-se que a quota brasileira de mercado mundial venha a duplicar. Actualmente, detém partes dos três gigantes pecuários do Brasil – Bertin, JBS e Marfrig -, acusados pela Greenpeace de contribuírem para a destruição de grandes áreas da floresta amazónica.

“A expansão do sector pecuário ameaça deitar por terra a meta do Governo de reduzir a desflorestação em 72 por cento até 2018”, considera a organização. Segundo o Governo de Lula da Silva, estas reduções iriam evitar a emissão de 4,8 gigatoneladas de dióxido de carbono (CO2).

Neste momento, o Brasil é o quarto maior agressor do clima, sendo que a maioria das suas emissões provêm do abate e queima da floresta tropical.

“Ao apoiar a destruição da Amazónia em nome da pecuária, o Governo do Presidente Lula está a desprezar os seus próprios compromissos climáticos, bem como os esforços globais para enfrentar a crise climática”, considerou Andre Muggiati, da Greenpeace Brasil.

Em Dezembro deste ano, o mundo reúne-se em Copenhaga para chegar a acordo sobre o sucessor do Protocolo de Quioto, que expira em 2012. A desflorestação tropical é responsável por cerca de 20 por cento das emissões de gases com efeito de estufa, mais do que todo o sector dos transportes. “Por isso, qualquer novo acordo deve lidar efectivamente com a desflorestação”, considera a organização.

Fonte: Público, 1 de Junho de 2009