Pela criação de um Colectivo Açoriano de Ecologistas que tenha por objectivo a reflexão-acção sobre os problemas ambientais, tendo presente que estes são problemas sociais e que a sua resolução não é uma simples questão de mudanças de comportamentos, mas sim uma questão de modelo de sociedade.
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
A 21 de Dezembro de 1992, surge o SOS LAGOAS
Depois de um período de preparação, com várias reuniões, a 21 de dezembro de 1992, o movimento SOS Lagoas faz o seu aparecimento público com a lançamento de um abaixo-assinado dirigido ao presidente do Governo Regional de então, Dr. João Bosco da Mota Amaral.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Memória: A luta da sociedade civil contra a eutrofização das lagoas começou aqui
domingo, 28 de agosto de 2011
Políticos, ex-governantes socialistas, docentes e investigadores universitários, ecologistas, ambientalistas e cidadãos contra a Incineração
Ex-membro do governo de César contra queima de lixo em São Miguel
O ex-secretário regional do Ambiente de um dos governos socialistas de Carlos César, o ainda deputado socialista Hélder Marques da Silva, voltou ontem a manifestar-se contra a solução de queima de lixos em São Miguel. “Fui e sou contra”, acentuou ao jornalista. “Apesar destes novos sistemas de incineração terem fi ltros que garantem uma contaminação mínima do ambiente envolvente, a verdade é que há sempre riscos, até uma avaria…”, afi rma o deputado socialista.
Além do mais, prossegue, “há que evitar as dúvidas das populações que vão persistir apesar de todas as explicações”, sublinhou.
Estas declarações de Hélder Marques da Silva, a pedido do jornalista do ‘Correio dos Açores’, surgem numa altura em que se encontra em consulta pública o estudo de impacto ambiental “Ecoparque da Ilha de S. Miguel” que integra a construção de um equipamento de queima de resíduos, vulgo incineradora, e que a associação ecológico ‘Amigos dos Açores’ torna público um manifesto em abaixo-assinado contra a incineração de resíduos em São Miguel.
Esta petição é assinada por Catarina Furtado, actual directora regional da Energia; por Roberto Terra, administrador da empresa pública ‘Azorina’; pelo ex-director regional da Energia, Rui Coutinho, que é, actualmente, dirigente da Quercus de São Miguel. Eduardo Carqueijeiro, que foi director do Ambiente, pertence à página do ‘Facebook’ contra a incineração; e, entre outros – alguns engenheiros do ambiente e o ecologista Teófilo Braga.
Assinada ainda a petição da associação ‘Amigos dos Açores’, Hélder Góis, assessor da secretária regional da Educação; pelo investigador do DOP, Filipe Mora Porteiro; pelo ex-director da ARENA – Agência Regional da Energia, Pedro Perpétua; e a Regina Cunha, membro da equipa do estudo de impacte ambiental da instalação da incineradora em São Miguel.
Proibir instalação de incineradoras
No manifesto, a associação ecológica ‘Amigos dos Açores’ quer que o Parlamento dos Açores adopte “os princípios da precaução e da incerteza no que respeita à introdução da incineração nos Açores”.
Pede a “proibição da instalação de incineradoras nos Açores, bem como da queima de resíduos sólidos urbanos para produção de energia”.
É apologista da “eliminação da incineração por constituir prática altamente comprometedora e incerta quanto aos riscos ambientais para as gerações presentes e futuras”.
Defende “o desenvolvimento de políticas governamentais que tenham por objectivo a prevenção e a redução de resíduos”.
No entender da associação ecológica, “a adopção da queima de matérias após o seu consumo não constitui solução para a resolução da problemática social que é a gestão de resíduos”.
Releva que a incineração é, a nível mundial, uma das principais fontes de poluentes - como dioxinas, furanos, metais pesados como o mercúrio, poluentes orgânicos persistentes - responsáveis por danos
ambientais irreversíveis e doenças mortais, e que existem convenções internacionais (como a Convenção de Estocolmo) que recomendam que o uso da incineração seja eliminado progressivamente.
“Enquanto região altamente comprometida com a qualidade e responsabilidade ambiental”, diz a associação ecológica, os Açores “devem adoptar medidas sustentáveis que não são compatíveis com a queima de resíduos sólidos urbanos que produzem emissão de gases que contribuem para o aquecimento global, que implicarão a compra de quotas de emissão de CO2 com o dinheiro dos contribuintes”.
“Não à combustão de resíduos”
Os ‘Amigos dos Açores’ consideram que emissões aéreas resultantes da incineração, compostas por cerca de duas centenas de compostos químicos diferentes, “são incontroláveis e que as cinzas resultantes do processo de queima são classificadas como resíduos perigosos, necessitam de tratamento, em função da sua toxicidade, para deposição posterior em aterro”.
Consideram que o investimento “crescente da Região num sistema integrado de recolha, triagem, reutilização e reciclagem de resíduos tem resultado numa consciência e educação ambiental progressiva dos cidadãos, que urge evoluir para a prevenção da produção de lixo e não para a remediação que é a combustão de resíduos”.
Dizem que, noutros locais do mundo, que efectuam reciclagem conjuntamente com incineração, a taxa de recolha de materiais recicláveis é, geralmente, muito baixa e que é necessária a compra a territórios vizinhos de resíduos para queima, “o que no caso dos Açores, dada a pequena escala e a descontinuidade territorial, assumiria uma problemática ainda mais complexa”.
Sublinham que a queima de resíduos “destrói materiais com potencial de reutilização e reciclagem, que implica o consumo de novas matérias-primas e consumo de energia para a sua transformação e que a energia eléctrica produzida pelas incineradoras pode ser proveniente de fontes renováveis (como da geotermia nas ilhas de São Miguel e Terceira), a opção pela incineração de resíduos sólidos urbanos constitui um processo de desvalorização energética e de aumento do consumo de recursos naturais”.
João Paz
Correio dos Açores, 27 de Agosto de 2011
NOTA:
Vejam aqui quem já assinou contra a construção de incineradores da RSU nos Açores: https://docs.google.com/spreadsheet/pub?hl=pt_PT&hl=pt_PT&key=0Ar739VzN16b5dHBjUzI2aHVENTQ1V09vaDYzVzdqV1E&output=html
Ainda poderá assinar aqui: http://amigosdosacores.pt/incineracao-nao/
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Quem foi o Padre Manuel António Gomes?
Foto: http://ruasdoporto.blogspot.com/2007/09/rua-padre-himalaya.html
1- O sábio
O padre Manuel António Gomes (1868-1933), mais conhecido por padre Himalaya, devido à sua estatura, foi o cientista português que construiu um aparelho chamado pirelióforo que recebeu o grande prémio da Feira Internacional de Saint. Louis, nos Estados Unidos da América, em 1904.
O pirelióforo, um forno solar com 13 m de altura, com uma superfície reflectora de 80 m2, possuía 6117 espelhos de 12x10 cm cada um, atingia temperaturas na ordem dos 3800 º C e foi criado com o objectivo de ser usado para a produção de água potável em regiões desérticas, para a produção de vapor para a indústria, para a fusão de alguns materiais e para a produção de fertilizantes.
Outra das invenções do padre Himalaya foi um explosivo, chamado “himalaite”, três vezes mais potente que a dinamite, que o sábio português fez questão de ser usado apenas para fins pacíficos.
Mas a vida multifacetada e misteriosa do padre Himalaya, que para além da energia solar interessou-se por outras formas de energia, como a das marés, para a produção de electricidade, foi naturalista, tendo criado medicamentos à base de plantas, foi iridologista, etc., ainda hoje é pouco conhecida.
Sobre a sua vida e obra, conhecemos o livro “A Conspiração Solar do Padre Himalaya”, do professor da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, Jacinto Rodrigues, e um filme também da responsabilidade do mesmo professor que considera o Padre Himalaya um pioneiro da Ecologia.
Pena é que tanto o livro como o filme não tenham grande divulgação nas escolas dos Açores, mas os ensinamentos que da sua leitura ou visionação se poderiam tirar parecem não ser prioridade para quem comanda os destinos da Região.
Depois da educação ambiental ter entrado em desuso, da educação para a energia nunca ter sido levada a sério, a nova aposta é no “empreendorismo”, que ainda não percebi bem o que é, nem para que serve, e não me vou dar ao trabalho de me informar, pois tenho receio de que, quando já estiver por dentro do assunto, a moda já tenha passado.
2- O padre Himalaya e os Açores
Não temos a pretensão de referir neste espaço tudo o que foi feito, nos Açores, para divulgar a vida e a obra do Padre Himalaya. Assim, mencionaremos iniciativas em que de um modo ou de outro estive envolvido, bem como um texto de Alice Moderno publicado no princípio do século passado.
Em 1987, Ano Europeu do Ambiente, os Amigos da Terra/Açores e a Escola Secundária Antero de Quental, promoveram uma “Semana das Energias Renováveis” que teve como objectivos, entre outros, sensibilizar a população estudantil para o problema energético mundial e discutir vantagens e desvantagens das diferentes alternativas energéticas. Nesta semana foi editada e divulgada a brochura “Um estranho sábio português”, com um texto sobre o Padre Himalaya, da autoria do professor Jacinto Rodrigues.
No ao lectivo 2003-204, por iniciativa da Sociedade Portuguesa de Energia solar, surge, a nível nacional, o Concurso Solar Padre Himalaya, dirigido aos alunos ds escolas, públicas ou privadas, dos ensinos básico e secundário que pretendia “estimular a construção de protótipos didácticos que utilizem tecnologia de conversão de energia solar”.
Nos Açores, em 2005 e 2006, o concurso foi apoiado e divulgado pela ARENA que organizou, em cada um dos anos referidos, na Ilha de São Miguel, sessões de informação/formação para professores e alunos. Em ambos os anos, estiveram presentes na final realizada, em Lisboa, alunos de escolas de várias ilhas dos Açores que tiveram a oportunidade apresentar carrinhos e fornos solares por eles construídos.
No início do século passado, Alice Moderno citou um texto onde o autor, a propósito do modo como o país tratava a ciência, escreveu o seguinte: “Fuja, padre Himalaya, fuja, que isto apesar de fingir civilizado ainda, está no íntimo, no mesmo estado em que se encontrava no tempo em que foi perseguido o Padre Bartolomeu de Gusmão por ter inventado a passarola”… “Isto aqui não é terra para sábios nem para inventores, nem para estudiosos”…”Aqui a sabedoria só faz carreira na política. Aí sim, aí, quem tiver invenções mesmo que não possua ideias, é gente”.
Teófilo Braga
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Desenvolvimento Sustentável? Não, Obrigado!
1- Extractos
O que é isto de desenvolvimento sustentável?
Abaixo, apresento diversos extractos de textos onde há referência ao conceito, por vezes com significados e intenções bastante diferentes. Na segunda parte, farei uma breve referência ao mesmo e à contestação de que é alvo.
“Pergunte-se se a pecuária nos Açores é sustentável e a resposta é que não, sendo essencialmente sustentada. Falhem os subsídios, falhem as quotas e lá se vai o símbolo da nossa economia não sustentável, porque não diversificada e de dependência frágil de conjunturas volúveis”. (Veríssimo Borges, 2006)
“Neste diálogo fez-se um balanço das actividades desenvolvidas, bem como as preocupações e o papel do poder local no apoio ao associativismo. Ambos concordaram com a relevância desta profissão para o desenvolvimento sustentável das entidades, bem como o grande desafio que teremos pela frente quanto à desmistificação da actual imagem das Relações Públicas” (Blogue da Associação de Relações Públicas dos Açores”, 7 de Setembro de 2009).
“… a existência de uma maioria absoluta do Partido Socialista, não permitiu dar os passos necessários para inverter essa situação, e permitiu ao governo Regional continuar a exercer uma política que objectivamente nos tem afastado da coesão e de um modelo de desenvolvimento sustentável” (Aníbal Pires, 27 de Novembro de 2009).
“Empenhei-me, com o apoio incondicional do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, em lutas específicas do Faial, mas sempre com o objectivo dum desenvolvimento sustentado para os Açores, repudiando bairrismos doentios” (Mário Moniz, 27 de Fevereiro de 2011).
“A protecção e a gestão integrada do ambiente são aspectos que têm merecido, ao longo dos anos, uma atenção especial por parte do Partido Socialista, constituindo um factor fundamental para o desenvolvimento sustentável dos Açores” (Bárbara Chaves, 13 de Abril de 2011).
“Berta Cabral revelou que tem “a determinação de defender a autonomia acima dos interesses partidários, a preocupação com o desenvolvimento integral das ilhas num plano regional e a opção de apostar num desenvolvimento sustentável com respostas locais” (Lusa/AO online, 2 de Julho de 2011).
2- O conceito
O conceito de desenvolvimento sustentável, aquele que se refere a um desenvolvimento que é “capaz de satisfazer as necessidades da geração actual sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das gerações futuras”, serve para justificar tudo, mesmo os maiores atentados e crimes ambientais.
Se é certo que o conceito em si não é o responsável pelos actos cometidos pelos mais diversos tiranos e tiranetes, não é menos certo que se trata de um conceito que, servindo para tudo, para nada serve por ser vago ou mesmo vazio, como se verá a seguir:
- O que se entende por desenvolvimento? O crescimento desenfreado e infinito da produção e de bens muitos dos quais são verdadeiro lixo que nos é impingido pela publicidade enganosa, num planeta que não é infinito?
- Quais são as necessidades da geração actual e quem as define? As dos produtores e dos consumidores ricos dos países ricos ou as dos mais pobres dos países pobres?
Parafraseando o pai da educação ambiental em Portugal, o Dr. José de Almeida Fernandes, e substituindo a palavra ambiente por desenvolvimento sustentável diria que “A ‘muleta’ desenvolvimento sustentável é hoje indispensável à ‘solidez’ do discurso político, seja ele do poder ou do contra-poder. Com tal usura perdeu a força que deveria ter, dominada que foi pelo joio dos interesses, da mentira, da pseudo preocupação pela adequada ‘gestão solidária’ dos bens da terra”.
Outro autor, Tabacow, corrobora o que atrás foi mencionado, tendo afirmado que o desenvolvimento sustentável não serve mais do que “para emprestar status àquilo que rotula, ainda que de forma leviana, inadequada, equivocada ou mesmo mal intencionada”.
Para o teólogo da libertação brasileiro, Leonardo Boff, teimar em aplicar o conceito de desenvolvimento sustentável que “não é uma panaceia, mas um placebo” “é enganar o paciente, talvez, matá-lo”.
Fonte: Correio dos Açores, 17 de Agosto de 2011
sábado, 13 de agosto de 2011
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Luís Leitão defensor dos Animais
Quem um dia escrever a história do movimento de protecção dos animais, nos Açores, não poderá esquecer o nome do escritor e jornalista Luís Albino da Silva Leitão que foi colaborador de Alice Moderno, no jornal “A Folha”.
Luís Leitão, que nasceu em Elvas em 1866 e faleceu em Lisboa em 1940, trabalhou nos Correios, foi o introdutor, em Portugal, da “Festa da Árvore”, colaborou em centenas de jornais quer de Portugal quer do Brasil, onde escreveu sobre temas “como o combate ao crime, à guerra, ao alcoolismo, ao tabagismo, e à tauromaquia, defendeu a educação feminina, os direitos da criança, os direitos dos animais e o vegetarianismo” (Wikipédia). A corroborar o mencionado, para Alice Moderno, Luís Leitão como propagandista, escritor e educador social, tinha como missão “o nivelamento das classes sociais, a paz universal, a emancipação da mulher, a protecção à criança, aos velhos, aos animais (tão úteis e sofredores) ”.
A colaboração de Luís Leitão no jornal micaelense “A Folha” começou no dia 21 de Novembro de 1909, com um texto sobre asilos para animais. No seu texto sobre um existente em Berlim, o autor destaca o modo como eram bem tratados os animais e deu o exemplo de um cavalo que foi lá entregue com a recomendação para que lá permanecesse até à sua morte, como recompensa pelo que ele fez enquanto pôde trabalhar.
A propósito do asilo berlinense, Luís Leitão mencionou o facto do estado alemão colaborar com todos projectos dos amigos dos animais, o que não acontecia em Portugal.
Passados 100 anos, o estado português (nos Açores, a “Região” e as autarquias) ainda não reconheceu a importância do apoio, digno deste nome e não apenas migalhas para “ficar bem na fotografia ou no televisor”, que deveria dar às associações de protecção dos animais existentes e ainda não mandou para o caixote de lixo da história a politica de abate nos pomposamente chamados Centros de Acolhimento (Canis).
Hoje, considero que são actuais as causas apontadas, em 1915, por Luís Leitão para os maus tratos de que são vítimas os animais. Assim, para o autor referido é “a deficiente educação dos humildes e a errada orientação mental de alguns grandes” a causa da maioria dos maus tratos aos animais.
De igual modo, penso que pouco se evoluiu no que diz respeito ao sofrimento animal pois, tal como há quase um século, as pessoas mostram-se muito carinhosas com o seu animal de estimação, mas envenenam o do vizinho, preocupam-se com uma vaca acorrentada pelo pé, mas nada têm a opor a um touro fechado numa “gaiola” ao Sol durante alguns dias ou espetado com ferros numa tourada de praça. A razão apontada para a continuação dos maus tratos é pura e simplesmente só uma: os animais não sentem.
Luís Leitão, num texto de 1913, a propósito do pretenso não sofrimento animal escreve: “Sentem eles as pancadas? Não se lhes dever bater; não as sentem? Bate-se-lhes então por desfastio, visto que as nossas mãos não podem estar quedas…”
Num texto de 1914, Luís Leitão menciona o facto de haver vantagem no estreitar de relações entre crianças e animais e faz referência ao facto de um determinado autor considerar que “os pais endurecem o coração dos filhos mandando-os bater nos animais ou batendo-lhes eles próprios diante daqueles” e termina mencionando a necessidade de ir “elucidando os pequenitos sobre o mérito absoluto e relativo dos animais, quando não para evitar picardias no presente, para não dar lugar à brutalidade com que muitos irão tratá-los quando adultos, por terem crescido na ignorância da verdade”.
Luís Leitão, que tal como Alice Moderno, era contra as touradas, em vários textos publicados no jornal A Folha, aborda a questão da sua proibição e num deles, datado de 1910, cita o escritor espanhol Navarro Murilo que escreveu o seguinte: “se aplicarmos as leis históricas às corridas de touros é fácil deduzir que o sentido moral as abolirá fatalmente ante o juízo dos povos cultos, ante as grandes transformações sociais e em virtude das exigências do direito humano e do aperfeiçoamento agrícola e industrial”.
Quantos anos ou séculos mais vamos ter de esperar para que deixe de haver sofrimento animal para gozo de alguns humanos?
Autor: Teófilo Braga
Fonte: Correio dos Açores, 10 de Agosto de 2011
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Matar cães por prazer em 1913
O Correio do Norte, jornal que se publicou na Ribeira Grande, em 1913 denunciava o facto de alguns condutores de automóveis atropelarem cães para os matar.
Aqui vai um extracto do texto:
"Ainda há bem poucos dias foi cometida tal crueldade, na rua de São Francisco desta vila, pelo condutor de um automóvel de Ponta Delgada, o qual desviou propositadamente a direcção do carro, para passsar por cima de um cão. O pobre animal, colhido por uma das rodas, ficou em lamentável estado, sendo horroroso o seu sofrimento".
Comentário extraído do facebook:
José escreveu: "Por estranho que pareça e lá porque aparece a data de 1913, não pensem que os comportamentos mudaram. Está há três ou quatro dias um cadáver de cão na estrada que liga o Burguete à Vila Franca do Campo , já em adiantado estado de decomposição, que sofreu o mesmo drama. como se verifica, nem a mudança de século alterou os comportamentos!!!!"
sábado, 6 de agosto de 2011
No Aniversário de Hiroshima, os japoneses continuam a sofrer
Doha, Catar, 3/8/2011 – Um grau de radioatividade “fatal para os seres humanos” foi detectado perto do sistema de ventilação entre dois reatores da central nuclear japonesa de Fukushima, segundo a empresa responsável por sua operação. Mais de quatro meses depois do acidente nuclear ocorrido nessa central em consequência do terremoto e posterior tsunami de 11 de março, foram registrados níveis recordes de radioatividade.
A Companhia de Energia Elétrica Tóquio (Tepco) informou que contadores Geiger – aparelhos manuais usados para medir a radiação – registraram, no dia 1º, a leitura mais alta possível na usina. A radiação excede os dez sieverts por hora no fundo de uma coluna de ventilação localizada entre dois reatores, informou a companhia. Aela Callan, da rede de televisão Al Jazeera, informou, da prefeitura de Ibaraki, que a radiação registrada era “fatal para os seres humanos”, mas que se restringia ao local da central atômica. Entretanto, ontem os cientistas fizeram novos testes.
“As autoridades trabalham com a teoria de que a radioatividade procede das explosões iniciais de hidrogênio que vimos na usina nos dias posteriores ao terremoto e ao tsunami”, disse Callan. “Agora, parece mais provável que esta área tenha este grau de radioatividade desde o terremoto e o tsunami sem que ninguém tivesse dado conta disso até o momento”, acrescentou.
A Tepco informou ontem que encontrou outro ponto no próprio sistema de ventilação onde a radiação superava os dez sievers por hora, um registro que poderia causar incapacidade ou morte com apenas segundos de exposição. A empresa usou equipamentos para medir a radiação a distância e não conseguiu assegurar o nível exato, porque a leitura máxima alcançada pelo aparelho é de dez sieverts. Embora a empresa afirme que as leituras não dificultarão seu objetivo de estabilizar os reatores de Fukushima até janeiro, os especialistas questionam que a segurança dos trabalhadores estará em perigo se a Tepco priorizar o cumprimento dos prazos acima dos riscos de radiação.
“O vazamento de radiação na usina pode ter sido controlado ou reduzido, mas não selado completamente”, afirmou Kenji Sumita, professor da Universidade de Osaka que se especializa em engenharia nuclear. É provável que se continue encontrando mais pontos de alta radiação, acrescentou. “Considerando isto, não deveria haver pressa para as tarefas de recuperação na usina para cumprir prazos e objetivos, já que isso colocaria em perigo os trabalhadores”, disse Sumita. “Passamos a fase imediata da crise e devem ser permitidos alguns atrasos”, ressaltou.
Os trabalhadores da central de Fukushima só podem se expor a 250 milisieverts de radiação por ano. A Tepco, que fornece eletricidade a Tóquio e áreas vizinhas, disse não ter detectado um grave aumento na radiação geral do complexo. “A elevada dose foi descoberta em uma área que não serve de obstáculo aos esforços de recuperação da usina”, disse ontem Junichi Matsumoto, um porta-voz da companhia.
Embora ainda investigue o caso, a Tepco disse que os pontos de alta radiação podem ter origem nos escombros que ficaram após as ações de emergência realizadas dias após o terremoto e o tsunami de 11 de março. Envolverde/IPS
(IPS)
http://envolverde.com.br/noticias/radiacao-recorde-em-fukushima/
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
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