Pela criação de um Colectivo Açoriano de Ecologistas que tenha por objectivo a reflexão-acção sobre os problemas ambientais, tendo presente que estes são problemas sociais e que a sua resolução não é uma simples questão de mudanças de comportamentos, mas sim uma questão de modelo de sociedade.
sábado, 30 de junho de 2012
Escreva ao Bispo dos Açores
Está prevista a realização, pela primeira vez, uma tourada à corda na localidade dos Aflitos, Ilha de São Miguel, integrada nas festividades do Bom Jesus dos Aflitos.
Escreva aos Bispo dos Açores para impedir que o referido triste “espetáculo” se realize. Divulgue por todos os seus contatos.
Pode usar o texto abaixo ou personalizá-lo a seu gosto.
Contatos:
Para: geral@diocesedeangra.pt,
Bcc: acoresmelhores@gmail.com, matp.acores@gmail.com, auniao@auniao.com,
Exmo. e Revmo. Senhor
Dom António de Sousa Braga
No próximo dia 30 de Junho está programada uma tourada à corda, integrada no programa das festas do Bom Jesus dos Aflitos, na paróquia dos Fenais da Luz.
Considerando a crise socioeconómica em que os Açores estão mergulhados, à qual não ficam imunes as paróquias que se debatem com falta de recursos;
Considerando que não há tradição ou divertimento que justifiquem o sofrimento e maus tratos a um animal, seja uma tourada, circo, ou uma apanha ao marrão que também está inserida no programa;
Considerando que a Igreja Católica deveria ter uma posição clara relativamente às touradas, que, foram condenadas e proibidas pelo Papa Pio V que considerava-as como espetáculos alheios de caridade cristã;
Considerando que as touradas em nada contribuem para educar os cidadãos e cidadãs para o respeito aos animais, além de causarem sofrimento aos mesmos e porem em risco a vida das pessoas;
Considerando que a tourada à corda prevista para os Aflitos vem conspurcar as respeitadas festas do Bom Jesus dos Aflitos;
Vimos apelar a V. Exª para que intervenha junto de quem de direito para
que retire do programa as duas atividades que poderão originar sofrimento, sem qualquer justificação, aos animais e que use com parcimónia o dinheiro esbanjado para o efeito.
Nome
domingo, 24 de junho de 2012
Luís Silva contra declarações de Álamo Meneses
Comentários para quê?
Nota à margem:
A ciência não é neutra.
Mas, não sendo isso problema de maior, grave é tirar conclusões a partir do que não está nos estudos, generalizar situações particulares, ou fazer leituras para adequar os resultados a preconceitos ou pretenções pessoais ou de outros.
Este é o pão nosso de cada dia, em várias áreas de investigação.
sábado, 23 de junho de 2012
290 mil euros em touradas. Até quando?
Touradas nas Sanjoaninas - 290 mil euros para esbanjar e deseducar
Nos próximos dias realiza-se uma Feira Taurina, integrada nas Sanjoaninas, a qual vai custar ao orçamento da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo a quantia de duzentos e noventa mil euros.
Para além de ser uma afronta a toda a população dos Açores que neste momento passa por dificuldades, por estar desempregada, por ter visto dos seus salários reduzidos, por lhe terem cortado o subsídio de Natal e o 13º mês ou por receber reformas de miséria, na referida feira estão previstos um espetáculo para crianças e idosos e uma espera infantil de gado.
Como é sabido, por várias vezes nem as leis vigentes têm sido respeitadas nem os prevaricadores têm sido punidos, como são exemplo, ao longo dos tempos, a realização de uma tourada de morte, a realização da sorte de varas a seguir ao último Fórum Taurino ou a realização de uma tourada em dia de luto nacional.
No caso destas atividades para crianças, vimos recordar aos promotores e chamar a atenção para as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens para o facto dos espetáculos tauromáquicos estarem legalmente proibidos para menores de seis anos (alínea b do n.º 1 do artigo 4.º do DL n.º 386/82, de 21 de Setembro, alterado pelo DL n.º 116/83, de 24 Fevereiro).
Resta-nos alertar a população dos Açores para o esbanjamento de dinheiros públicos que poderiam ser melhor utilizados em benefício de todos, em vez de serem usados para benefício de uns poucos, que se divertem com o sofrimento de animais.
De igual modo alertamos para o facto de que com o incutir nas crianças e jovens a aceitação de maus tratos aos animais está-se a fomentar a tolerância à violência gratuita não só para com os animais, mas também entre os humanos.
Açores, 21 de junho de 2012
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Obviamente, demiti-me.
CARTA ABERTA À COORDENADORA DO PROJETO ECO ESCOLAS
DA ESCOLA SECUNDÁRIA DAS LARANJEIRAS
Cara colega,
Como deve ser do teu conhecimento, ao longo da minha vida dediquei grande parte do meu tempo a uma causa: a defesa do ambiente e do património natural dos Açores. Durante mais de trinta anos, umas vezes concordei outras discordei das opções governamentais e autárquicas em questões ambientais, tendo colaborado com todos, nomeadamente com o Governo Regional dos Açores, na minha qualidade de Presidente da Associação Amigos dos Açores, na implementação da Rede de Ecotecas, recentemente reduzida a quase nada para não dizer desmantelada.
Em 2004 estive ao lado do Governo Regional dos Açores na defesa de uma alternativa à proposta da AMISM de tratar os resíduos sólidos urbanos de São Miguel, através da sua queima e produção de energia elétrica suja.
Esta semana recebi uma indigna resposta da AMISM, que deveria envergonhar qualquer técnico superior, a algumas dúvidas que levantei, através de um correio electrónico enviado ao seu presidente, onde punha em causa o seu projeto pomposamente designado de valorização energética.
Ontem, embora não me surpreendesse por usual, vi e ouvi, no telejornal transmitido pela RTP-Açores, um representante da AMISM, insultar uma associação de defesa do ambiente, a Quercus, de que fui membro – o primeiro dos açores e um dos primeiros a nível nacional – e a defender o indefensável do ponto de vista ambiental e social: um projeto que dá primazia à incineração - quanto mais lixo melhor- e que envia para o caixote do lixo a chamada política dos 3 R’s que nós, professores e educadores, passamos a vida a ensinar às crianças.
Como o Projeto Eco Escolas é “apadrinhado” pelos ambientalistas do Governo Regional dos Açores e tem forte ligação (parceria) com a AMISM, como estas duas entidades estão sintonizadas na defesa de um projeto que é contrário àquilo a que nós, professores, pelo menos eu, pretendemos transmitir na nossa escola e como não sou pessoa de servir simultaneamente a dois senhores, a Deus e ao diabo, venho comunicar a minha saída do Conselho Eco Escolas da Escola Secundária das Laranjeiras, a partir de hoje.
Peço desculpa a todos, pelo fato de não ter dado a colaboração que devia e faço votos para que os meus colegas do referido conselho, professores, funcionários e alunos, não percam a esperança em dias melhores para si, para o ambiente e para os Açores.
Com os melhores cumprimentos,
Pico da Pedra, 16 de Junho de 2012
Teófilo José Soares de Braga
quinta-feira, 21 de junho de 2012
sábado, 16 de junho de 2012
sexta-feira, 15 de junho de 2012
quarta-feira, 13 de junho de 2012
PELA VIDA, NÃO À INCINERAÇÃO - ENTRA EM AÇÃO
PELA VIDA, NÂO À INCINERAÇÃO
Por favor envie e-mails para as seguintes entidades para que repensem o projeto de tratamento de resíduos sólidos nos Açores com recurso à sua incineração (para saber mais ver comunicado da Quercus, no fim).
Para:
geral@amism.pt, bertacabral@mpdelgada.pt , gabpres-cml@mail.telepac.pt , hpires@cmvfc.pt, geral@cm-povoacao.pt, geralcmrg@cm-ribeiragrande.pt
Cc:
presidencia@azores.gov.pt
Bcc:
amigosdosacores@amigosdosacores.pt, quercus.saomiguel@gmail.com, saomiguel@quercus.pt, terralivreacores@gmail.com, amigosdocalhau@gmail.com, nortecrescente@gmail.com, residuos@quercus.pt
Exmo. Senhor.
Presidente da Associação de Municípios da Ilha de São Miguel
Exmos Senhores
Presidentes das Câmaras Municipais da Ilha de São Miguel
C/c ao Exmo Senhor Presidente do Governo Regional dos Açores
Vimos manifestar, a V. Exas, a nossa recusa em aceitar a instalação de uma incineradora de resíduos sólidos urbanos na ilha de São Miguel (Açores) porque se trata de um método obsoleto e prejudicial ao ambiente e à saúde pública já que emite dioxinas e furanos, destrói materiais recicláveis e reutilizáveis, origina uma percentagem considerável de resíduos tóxicos e perigosos e é muito mais cara do que outras opções, para além de dificultar a implantação de programas de redução e reciclagem.
Os açores e particularmente a ilha de São Miguel têm que optar por um caminho de futuro, que aproveite ao máximo todos os materiais e em particular a matéria orgânica, que respeite a agricultura e o turismo ecológico e que crie mais postos de trabalho.
Face ao exposto, vimos apelar para que parem com o Vosso projeto que vai por em causa o futuro de uma vida saudável para as gerações futuras.
Com os melhores cumprimentos
(Nome)
Alternativa da Quercus poupa 50 milhões
A recente decisão do Governo da Região Autónoma dos Açores de, face às imposições da nova Directiva sobre Resíduos, obrigar a Associação de Municípios da Ilha de São Miguel (AMISM) até 2020 a reciclar 50% dos materiais recicláveis existentes nos resíduos urbanos torna inviável o projecto de incineração nos moldes em que foi apresentado, por estar manifestamente sobredimensionado.
Para além disso, o facto do Grupo Águas de Portugal estar impedido de participar no financiamento do incinerador, inviabiliza também este projecto devido aos elevados montantes de investimento em causa que ascendem a 74 milhões de euros só para o incinerador.
Face a todas estas condicionantes, a Quercus apresentou ao Governo Regional e à AMISM uma alternativa para o tratamento dos resíduos urbanos da Ilha de S. Miguel através do Tratamento Mecânico e Biológico (TMB) custa apenas 25 milhões de euros, poupando-se assim cerca 50 milhões em relação ao incinerador.
Este processo consiste na separação mecânica dos resíduos recicláveis e transformação dos resíduos orgânicos em composto, permitindo:
- Atingir as metas de reciclagem da nova Directiva dos Resíduos;
- A produção de energia renovável através do biogás resultante do tratamento anaeróbio dos resíduos orgânicos;
- Cumprir as metas da Directiva Aterros em relação a desvio da matéria orgânica dos aterros.
Portugal possui diversas unidades de TMB, sendo considerada como referência a unidade da Valnor (do Grupo EGF) no Distrito de Portalegre que já foi visitada por técnicos da Secretaria Regional de Ambiente dos Açores que emitiram um parecer favorável em relação ao processo.
Em reunião realizada no dia 2 de Novembro com a Quercus, a AMISM comprometeu-se igualmente a visitar a unidade de TMB da Valnor.
Ponta Delgada, 21 de Novembro de 2011
Link: http://residuos.quercus.pt/scid/subquercus/defaultarticleViewOne.asp?categorySiteID=689&articleSiteID=2914
domingo, 10 de junho de 2012
A notícia de que os residentes no município espanhol de Guijo de Galisteo optaram por gastar 10 000 euros em touradas em vez de criarem empregos locais, apesar da taxa de desemprego ser da ordem dos 31%, publicada no jornal britânico The Guardian, no passado dia 4 de Junho, terá apanhado várias pessoas de surpresa, o que não foi o meu caso.
Com efeito, tenho refletido muito sobre a indústria do lazer e lido, também, muito sobre a história da tauromaquia, tanto a nível nacional como a nível da ilha Terceira, e já havia chegado à conclusão de que séculos de habituação e de deseducação fomentados pelos detentores do poder político, económico e religioso levaram à alienação dos cidadãos que preferem viver das migalhas do Rendimento Social de Inserção, das ajudas do Banco Alimentar ou de outra qualquer instituição de solidariedade social do que ter um trabalho devidamente remunerado.
Vivi vários anos na ilha Terceira, na década de oitenta do século passado, e no meu local de trabalho verifiquei que nos dias de tourada à corda, havia funcionários que andavam com a “cabeça no ar” e que, ou não eram capazes de estar no trabalho um minuto a mais, ou saiam mais cedo, não cumprindo o horário de trabalho estabelecido.
Ainda por estes dias, vi em montras de estabelecimentos comerciais a indicação de que estavam encerrados pois havia tourada nesta ou naquela localidade. Quando se diz que a tourada fomenta a economia, mais propriamente o comércio, o exemplo referido só mostra que beneficia algum em detrimento de outro.
Além disso, gostaria de saber como pode sobreviver a economia de uma região se se basear na venda de favas importadas da Cochinchina, amendoins da China, cerveja do continente português, batatas de Espanha ou de outro país qualquer?
Já agora, que bens são produzidos pelas touradas que possam ser exportados?
Os “afamados” vídeos com as marradas, que são um bom exemplo de deseducação e de despromoção turística ou as garrafas de cerveja que são recolhidas e que voltam à origem para serem recicladas?
A situação que se vive hoje é reflexo do que se viveu no passado e prova que na questão do bem-estar animal ou dos direitos dos animais muito pouco se avançou, embora as touradas à corda sejam menos violentas, porque os homens ditos “cultos” ou as chamadas “elites” não tiveram nem têm qualquer interesse.
Termino este texto, divulgando o que escreveu, no século XIX, um continental que visitou a ilha Terceira e que ficou horrorizado com o que viu, numa tourada à corda, no Pico da Urze.
Aqui ficam alguns extratos:
“Imagine-se um boi preso pela cabeça por uma grossa e pesada corda, a cuja extremidade pegam quatro valentes homens, que, na ocasião do animal ir esticando a corda, a puxam com tal violência que o animal cai, algumas vezes embrulhado na corda pelos pés e mãos!”
….
“Vi aqueles animais, vítimas da ferocidade do delirante momento, espumando sangue pela boca e pelas ventas, arfando continuamente do cansaço, moídos de pancadas e de mil torturas!
Quando o animal enfraquece, e que todos podem impunemente espicaçá-lo com os varapaus, ficando como o leão da fábula, o entusiasmo sobe de ponto, redobram as torturas, e estou certo que os corações dos espetadores se expandiriam em alegria se porventura o vissem sucumbir”
…
“Em se falando em touros é um delírio, perdem-se interesses, larga-se o trabalho, vai para o prego algum objeto de indispensável uso doméstico, porque o divertimento (?) tem uns certos acessórios, para cuja satisfação tudo é preterido”
Mariano Soares
10 de Junho de 2012
terça-feira, 5 de junho de 2012
sábado, 2 de junho de 2012
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