sexta-feira, 22 de julho de 2011

Árvores de Angra do Heroísmo são sacrificadas




Os gemidos da árvore



A árvore está em pé, no meio das planuras,

Cheia de riso e flor, verduras, passarinhos.

- Ela é o guarda-sol dos frutos e dos ninhos.

- É o tecto nupcial das conversadas puras.



O humilde cavador que foiça as ervas duras

Dos broncos matagais e escalrachos maninhos,

Sob ela faz seu leito, ao cruzar os caminhos,

Torrados da soalheira ou nas sombras escuras.



Contudo, o Homem ingrato esquece a árvore amiga,

E prefere a cidade e a balbúrdia inimiga,

Onde a alma corrompe em orgias triviais.



mas a árvore lá fica, a espreitar nas ramadas,

Como a mãe lacrimosa, a olhar sempre as estradas,

- a ver se o filho volta à cabana dos pais!



Gomes Leal