Pela criação de um Colectivo Açoriano de Ecologistas que tenha por objectivo a reflexão-acção sobre os problemas ambientais, tendo presente que estes são problemas sociais e que a sua resolução não é uma simples questão de mudanças de comportamentos, mas sim uma questão de modelo de sociedade.
quinta-feira, 31 de março de 2011
segunda-feira, 28 de março de 2011
O sobreiro como Árvore Nacional
Texto da proposta de lançamento do sobreiro como Árvore Nacional de Portugal
O sobreiro em Portugal, sóbrio, rústico, complacente e bonacheirão, vegeta em toda a parte e sujeita-se, com singular e impressionante humildade, às condições mais diversas, por vezes as mais pobres.
Joaquim Vieira Natividade in Aspectos da Cultura do Sobreiro em Portugal
As associações Árvores de Portugal (AP) e Transumância e Natureza (ATN) formalizaram no passado dia 30 de Outubro, à sombra do secular sobreiro do Cachão, com um aperto de mão entre os respectivos presidentes, o desejo de ver o sobreiro consagrado, oficialmente, como a Árvore Nacional de Portugal.
Apesar do sobreiro já estar protegido pelo Decreto-Lei n.º 169/2001, é entendimento de ambas as associações, que o simbolismo da classificação desta espécie como Árvore Nacional de Portugal reforçará o reconhecimento da importância do sobreiro para o nosso país e aumentará a pressão, junto dos diversos poderes, no sentido de serem encontradas novas soluções para os problemas que afectam esta espécie e os sectores de actividade que dela dependem.
Assim sendo, a caminhada que agora se inicia, visa não apenas a classificação do sobreiro como a árvore nacional do nosso país, mas, igualmente, ajudar a criar uma plataforma que funcione como um lóbi de defesa do sobreiro e da sua cultura, procurando ser parte activa na procura de soluções para alguns casos concretos que serão divulgados futuramente.
Esta iniciativa tem o seu ponto de arranque com a divulgação do comunicado que a seguir se transcreve, o qual será enviado à comunicação social. Em breve, será criado um blogue e uma página no Facebook, como forma de publicitar a iniciativa e de angariar apoios e sugestões.
As associações Transumância e Natureza e Árvores de Portugal pretendem, com o presente comunicado, lançar um movimento que visa desencadear o processo de atribuição ao sobreiro do estatuto simbólico de Árvore Nacional de Portugal.
Para fundamentar esta pretensão, encontram-se, entre outros, os seguintes motivos:
- Por ser uma espécie com ampla distribuição no território nacional continental, presente desde o Minho ao Algarve, em diferentes ecossistemas naturais. O sobreiro ocupa em Portugal perto de 737 000 hectares (dados do Inventário Florestal Nacional de 2006, não incluindo alguns povoamentos jovens), o que corresponde a cerca de 32% da área que a espécie ocupa no Mediterrâneo ocidental.
- Pela enorme biodiversidade associada aos habitats dominados pelo sobreiro, incluindo espécies em sério risco de extinção e com elevado estatuto de conservação, consideradas prioritárias a nível nacional e internacional.
- Pelo facto dos montados serem um excelente exemplo, de como um sistema agro-silvo-pastoril tradicional pode ser sustentável, preservando os solos e, desse modo, contribuindo para evitar a desertificação e consequente despovoamento/desordenamento do território.
- Pela crescente relevância que os bosques de sobreiro e os montados, incluindo a biodiversidade associada, estão a conquistar junto de novos sectores, como o sector do turismo, traduzindo-se numa mais-valia para as populações locais e para a economia nacional. Sublinhe-se que, na actualidade, existem entidades ligadas a este sector de actividade, que pretendem candidatar o montado a Património da Humanidade, com base no reconhecimento de que se trata de um ecossistema único no mundo.
- Pela sua importância económica e social, resultante do facto de Portugal produzir cerca de 200 000 toneladas de cortiça por ano (mais de 50 % do total mundial), sendo este sector o único onde o nosso país possui uma posição de liderança a nível internacional, desde a matéria-prima até à comercialização, passando pela transformação. A perda desta liderança representaria um descalabro económico, social e ambiental sem paralelo para o nosso país.
As duas associações que subscrevem este documento tudo farão para que, futuramente, se possam juntar a este movimento, diversas instituições nacionais e todos os cidadãos a título individual que assim o desejem, incluindo todos os que, directa ou indirectamente, estão relacionados com a cultura do sobreiro e com os produtos e serviços que dependem desta espécie e das formações vegetais que domina, com especial destaque para a indústria corticeira.
Estamos cientes que, apesar da vigência do Decreto-Lei n.º 169/2001, há ainda um longo caminho a trilhar, junto das diversas instâncias da sociedade, para se conseguir uma sensibilização que conduza a uma efectiva preservação desta espécie e dos valores biológicos, paisagísticos, económicos e culturais associados à mesma.
A classificação do sobreiro como Árvore Nacional de Portugal, poderia, em adição ao simbolismo do acto, ajudar a tornar mais visíveis os graves problemas associados, no presente, à cultura e preservação desta espécie, contribuindo, desta forma, para aumentar a pressão no sentido de se alcançarem as soluções necessárias para os mesmos.
Algodres, 30 de Outubro de 2010
Associação Transumância e Natureza
Associação Árvores de Portugal
Para saber mais: http://sobreiro-portugal.blogspot.com/
Para assinar a petição do sobreiro: http://www.peticaopublica.com/?pi=sobreiro
domingo, 27 de março de 2011
NISA, LISBOA, PORTO, AÇORES
27 DE MARÇO DE 2011
32 ANOS APÓS ACIDENTE DE THREE MILE ISLAND
CONCENTRAÇÃO EM ALMARAZ EXIGE ENCERRAMENTO DE CENTRAL NUCLEAR
No próximo dia 28 de Março cumprem-se 32 anos do acidente de Three Mile Island (TMI), em Harrisburg, nos EUA. Uma fusão parcial do reactor provocou grandes emissões de gases radioactivos para a atmosfera, as quais nunca foram quantificadas, nem analisados os seus efeitos na população. Os efeitos do acidente de Fukushima Daichii, com a situação ainda longe de ser resolvida, superam largamente os de TMI. Para assinalar a data, várias centenas de espanhóis e portugueses concentraram-se este Domingo em Almaraz, para exigir o encerramento da central nuclear a 100 km da fronteira portuguesa.
O ACIDENTE DE THREE MILE ISLAND
O reactor TMI-2 sofreu graves danos e uma emissão de gases radioactivos que afectou cerca de 25 mil pessoas. Foi classificado como nível 5 na escala INES. O acidente de TMI começa com uma falha do circuito secundário, que resultou num aumento da temperatura do reactor. Nesse momento, um operador tomou uma decisão errada e introduziu grandes quantidades de água fria no circuito primário de refrigeração, na tentativa de baixar a temperatura. Contudo, esta água ferveu, formando borbulhas de vapor.
Além disso produziu-se hidrogénio, tal como em Fukushima, que foi necessário ventilar para evitar uma explosão dentro da contenção. Esta ventilação deu lugar a uma nuvem radioactiva. Não foi possível evitar uma fusão do núcleo e foi necessário lançar água e areia para o seu interior. Ainda que esta sequência de acontecimentos fosse improvável, ela acabou por produzir-se, com efeitos catastróficos.
SITUAÇÃO EM FUKUSHIMA É MUITO GRAVE
32 anos depois, o acidente de Fukushima já provocou, pelo menos, uma fusão parcial de três reactores (números 1, 2 e 3) e emissões procedentes da piscina de combustível usado do reactor número 4. As emissões de trítio, iodo e césio já superam - e continuam a aumentar - em várias vezes a magnitude da catástrofe da central norte-americana e, consoante as estimativas, alcançam níveis entre 10% a 50% das emissões de Chernobil (Ucrânia). Hoje foi detectada radioactividade 10 milhões de vezes acima do limite na água junto ao reactor.
A radioactividade medida na água e no leite em mais de três vezes os níveis permitidos, num raio de 40 km da central. Os legumes apresentam concentrações radioactivas cerca de 30 vezes acima do permitido, sendo que nalguns pontos foram encontradas concentrações de césio-137 3 000 vezes acima dos valores permitidos. Isto é grave, dado que a vida média deste isótopo é de 30 anos, o que significa que tardará cerca de 300 anos a desaparecer. Além disso, a situação torna imprescindível o controlo de peixe e moluscos, dado que a água contaminada pela refrigeração dos reactores escoou para o mar. Como se tudo isto fosse pouco, foi detectada contaminação radioactiva em cinco estações de tratamento de água em Tóquio e existe a preocupação na Coreia e China de que a nuvem transporte quantidades significativas de radioactividade para estes países.
As Nações Unidas consideram que a evolução da situação é imprevisível e que esta crise nuclear deverá prolongar-se por alguns meses. Vários especialistas já classificaram o acidente de Fukushima no nível 7 da INES, o mesmo que Chernobil e o máximo da escala.
PROTESTO EXIGE ENCERRAMENTO DE CENTRAL NUCLEAR DE ALMARAZ, A 100 KM DA FRONTEIRA
A indústria nuclear anuncia, à semelhança do que fez em acidentes anteriores, que aprenderá com os erros e os corrigirá para que as centrais sejam mais seguras. Vários acidentes se sucederam desde então e o lobby pró-nuclear ainda não percebeu a questão central - que a segurança absoluta não existe e que determinados acontecimentos, por mais improváveis que sejam, acabam por produzir-se.
A pergunta que deve fazer-se não apenas à indústria nuclear, mas a toda a sociedade é: se podemos prescindir da energia nuclear, porquê continuar a manter este imenso perigo? A associação espanhola Ecologistas en Acción elaborou uma proposta de geração de energia eléctrica para 2020, na qual é demonstrado como se pode prescindir da energia nuclear e do carvão, mantendo coberta a procura, de forma ininterrupta, ao longo de todo o ano. Desta forma, poderia libertar-se a Península Ibérica do risco que constitui o funcionamento dos 8 reactores nucleares, eliminando a possibilidade de desastres com o de Fukushima, no Japão.
Para assinalar o aniversário do acidente de Three Mile Island, decorreram hoje acções de protesto junto das centrais nucleares de Garoña y Almaraz. Vários portugueses juntaram-se à concentração de mais de 300 pessoas em Almaraz, para exigir o fim da ameaça que constitui a presença para de reactores nucleares na Península Ibérica. A principal preocupação centra-se no reactor de Almaraz, a 100 km da fronteira, embora um acidente em qualquer central Ibérica (ou mesmo noutros pontos da Europa) possa resultar em impactos muito graves no território português.
Para mais informações:
AZU - José Moura: (+351) 932039759
Ecologistas en Acción - Javier González (Área de Energía): (+34) 679 27 99 31
Francisco Castejón (Campaña Antinuclear): (+34) 639 10 42 33
GAIA - Gualter Barbas Baptista: (+351) 919090807
Quercus - Susana Fonseca: (+351) 937788471
quinta-feira, 24 de março de 2011
Campanha Europeia pelas Sementes Livres lança petição online!
A Campanha pelas Sementes Livres tem o prazer de anunciar que já foi criada a petição europeia pelas Sementes Livres 'online'. Esta petição será entregue no dia 18 de Abril, 2º dia das Jornadas Internacionais de Acção pelo Primado das Sementes, ao Parlamento Europeu.
Pessoas individuais podem assinar a petição aqui.
terça-feira, 22 de março de 2011
Assine para que a UNESCO não declare a tourada património da Humanidade
Assine a petição aqui:
http://www.petitions24.com/contra_la_declaracion_de_la_tauromaquia_patrimonio_unesco
POR QUE LA UNESCO NO DECLARE LOS TOROS PATRIMONIO DE LA HUMANIDAD
Abajo, la carta en inglés que acompañaría vuestras firmas dirigida a la Directora General de la sección de Patrimonio Intangible de la UNESCO. Su contenido es explicado en español aquí abajo.
(Letter that would go along with your signature to the General Manager of UNESCO Intangible Heritage section, in English below.)
"Pedimos a la UNESCO que ni la tauromaquia ni los Festejos Taurinos Populares sean declarados Patrimonio Intangible de la Humanidad."
Como anuncian los medios de comunicación el adinerado y poderoso lobby taurino ha presentado "fiesta" para que sea declarada Patrimonio Mundial Cultural Inmaterial de la UNESCO, propuesta apoyada por políticos, instituciones y empresarios cuyos intereses y gustos personales están casados de una manera u otra con la tauromaquia.
Según lo declarado en la última Convención Internacional Taurina de Contoromex en Tijuana, México, el pasado verano de 2010, ciudades como Arles, Nimes, etc Bézier en Francia, Madrid, Murcia, Sevilla y la Asociación Internacional de la Tauromaquia en España, así como el Consejo Nacional Taurino en México, entre otros, han expresado su intención de solicitar dicha declaración.
En este sentido, quisiera, como todos los firmantes de esta petición, expresar mi más profundo rechazo a que las corridas de toros y/o los festejos taurinos populares puedan ser declarados Patrimonio Intangible de la Humanidad por la UNESCO, ya que (de acuerdo al artículo 2 de sus estatutos):
1. No es reconocido como tal por la mayoría de los ciudadanos de las ciudades y países donde se lleva a cabo, como lo demuestra la reciente prohibición en Cataluña, España, y o la prohibición ya existente en las Islas Canarias desde 1999, o cualquiera de las encuestas que se puedan consultar sobre el tema como la realizada por Gallup/IG Investiga, donde el 67,2% de los españoles muestra ningún interés o rechaza los toros. Más información en inglés aquí: http://www.slideshare.net/MartaEstebanMiano/spain-and-bullfighting
2. Debido a que no se ajusta a las normas mínimas de ética humana, porque no es ético que nos entretengamos con un espectáculo que incluya el sufrimiento, la sangre y la muerte de un animal, haciendo caso omiso y enseñar a nuestros hijos a ignorar cualquier activo de la empatía o compasión que mi crecimiento en los corazones de los espectadores.
Asimismo, le pido que la red internacional antitaurina o uno de sus miembros en su nombre actúe antitaurina actúe como ONG consultora de los comités encargados de estudiar la solicitud de los taurinos, tal y como permite el artículo 8 de sus estatutos. La red cuenta con un amplio grupo de expertos en Derecho de Veterinaria, Sociología, Ingeniería Agronómica, periodistas, miembros de partidos políticos, que pueden proporcionar información exacta y objetiva. Sé que la red ya se ha puesto en contacto directamente con usted con este propósito. Ruego escuchen su legítima petición.
Por último quisiera recordarles la amplia lista de líderes mundiales y celebridades que apoyan nuestra causa, entre los que me gustaría mencionar que el Dalai Lama o el Premio Nobel Coetzee, entre otros.
Querida señora Duvelle, me dirijo a usted como principal responsable de la Sección del Patrimonio Cultural Inmaterial. Hemos leído sus palabras cuando dijo: "Cada expresión del patrimonio inmaterial es preciosa para los que lo practican, proporcionándoles la esencia misma de su pertenencia a su comunidad". Sin embargo, las corridas de toros es para la mayoría de los españoles, franceses, portugueses y los latinoamericanos, una práctica que les avergüenza, que los divide y genera un número creciente de voces que reclaman su fin.
Carta a la Sra Duvelle// Letter to Madame Duvelle:
Dear Mrs Duvelle,
I have read in the media the intention of the wealthy and powerful bullfighting lobby of presenting this cruel “fiesta” to be declared UNESCO’s World Intangible Cultural heritage. As declared in the last International Bullfighting Convention Contoromex in Tijuana, Mexico, last summer of 2010, cities as Arles, Nimes, Bezier etc. in France, Madrid, Murcia, Sevilla, and the Asociación Internacional de la Tauromaquia in Spain, as well as the Consejo Nacional Taurino in Mexico, among others, have expressed their intention to apply.
I am writing to you because I believe that before UNESCO can make an assessment it is only fair that you received with regards to this issue reliable information coming from both parties. On the one hand, you will certainly be receiving information from those who support bullfighting, a minority in our countries. But also, you should also receive information from those of us who definitely do not support the torture and killing of an animal for pure entertainment, much less its declaration as a world intangible cultural heritage.
In this respect, all of us signing here would like to express our firmest rejection to bullfighting being declared ICH for, according to article 2 of your own regulation:
1. It is not recognized as such by the majority of the citizens of the cities and countries where it takes place, as the recent ban in Catalonia, Spain, and the already existing ban in Canary Island prove. As prove all the polls made in this respect as the Gallup/IG Investiga one, which states that 67,2% of Spaniards have no interest or totally reject bullfighting. More information here: http://www.slideshare.net/MartaEstebanMiano/spain-and-bullfighting
2. Because it does not comply with the minimum human ethical standards, for it is not ethical to entertain ourselves with a show involving the suffering, the blood and the death of an animal, ignoring and teaching our children to ignore any brisk of empathy or compassion that my grow in the spectators’ hearts.
Likewise, I urge you to admit the International Antibullfighting Network to act as consultant NGO in this respect as article 8 states. We are aware that they have contacted you already in this respect. They count within our group on experts on Veterinary, Law, Sociology, Agronomical Engineering, Journalists, Political parties’ members, that can provide with exact and objective information. They count on my total support.
Finally, I would like to get to you the list of world leaders and celebrities who support our cause, among which I would like to mention the Dalai Lama or Nobel Prize Coetzee, among others.
Dear Mrs Duvelle, I turn to you as the chief of Intangible Cultural Heritage Section. I have read your words when you said: “Each expression of intangible heritage is precious to those that practise it, providing them the very essence of their belonging to their community”. However, bullfighting is for most of Spaniards, French, Portuguese and Latinoamericans, a practice that embarrasses them, that divides them and generates an increasing number of voices claiming for its end.
Please accept my highest considerations,
domingo, 20 de março de 2011
O despejo de peixe para a lixeira: crime ambiental e social que persiste
Mar Açoriano: A fome e a lixeira
Em Abril de 2010 publicou o semanário Tribuna das Ilhas um artigo da minha autoria intitulado “A Pesca do Chicharro”, no qual alertava para o elevado número de licenças de pesca com redes de argola passadas para barcos da Ilha de São Miguel que fazem a pesca do chicharro.
Passado um ano, o peixe continua ir para lixeira e os pescadores, que normalmente fazem esta pesca, a ganhar soldadas miseráveis!! Os Açores beneficiam-se de situação geográfica privilegiada relativamente a muitas outras paragens, pese embora o facto de, nos últimos anos, os invernos serem bastante rigorosos e, por consequência, os pescadores ficarem por longos períodos sem poder sair para o mar. Claro, quando o
tempo permite, todos procuram pescar o máximo possível e então a oferta (no caso chicharro) é muito superior ao consumo. Descem substancialmente os preços na Lota e há mesmo peixe que não consegue ser vendido, tendo como destino a lixeira. Actualmente vivemos nos meandros de uma crise que uns poucos criaram e que muitos, a grande maioria, está pagando os respectivos custos. Algumas das entidades que praticam a caridade (Cáritas, Cozinha Económica, etc) quase já não conseguem dar resposta a tantas e tantas solicitações. Hoje não são só os que “tradicionalmente” eram considerados pobres, muitos mais vieram e engrossaram a fileira. Também não há professor que não conheça na respectiva escola casos de crianças com fome. Será que alguém entende que nestas nossas lindas Ilhas se passe fome?? E cada vez há mais fome!! Diga-se o que se disser mas “alimentar” de peixe a lixeira enquanto se passa fome é, no mínimo, um atentado à nossa dignidade!!
As licenças para redes de cerco, os subsídios atribuídos para compra e apetrechamento das embarcações que operam com este tipo de aparelho, que à partida podia ser considerada uma boa medida de gestão, só não foi uma vez que tais licenças e subsídios foram dadas indiscriminadamente, mais uma vez não foi tido em conta (a existir) qualquer parecer científico ou estudo económico. Aliás, esta parece ser prática recorrente por parte dos responsáveis por tão importante sector da nossa economia – as Pescas. Veja-se o caso das licenças de pesca para demersais passadas pelas entidades regionais com competência na matéria a embarcações que operam no Mar dos Açores com companhias exteriores à Região (Espanhóis, Peruanos e outros) e que continuam a delapidar o pouco que nos resta, contribuindo decididamente para mais falências dos pequenos armadores. Não é tornando os pescadores subsídio/dependentes, nem com medidas que estão contribuindo para falências que se dignifica tão importante e imprescindível profissão, que já viveu melhores dias por incrível que pareça. Algo está errado e só quem não quer não entende!!!
Autor: Genuíno Madruga
Fonte: Correio dos Açores, 18 Março 2011
Nota: A opinião acima, de uma pessoa que não conhecemos pessoalmente, parece-nos lúcida e é semelhante à de muitas outras vozes que se têm levantado contra este insulto às pessoas que nesta região e no mundo inteiro passam por dficuldades derivadas da má gestão dos governantes e de todos os que orbitam à sua volta. Como poderão continuar estes senhores a falar em solidariedade social e em desenvolvimento sustentável?
TB
sábado, 19 de março de 2011
sexta-feira, 18 de março de 2011
Não à Energia Nuclear em todo o mundo
A tragédia do Japão despertou a solidariedade de todo o mundo pela perda de milhares de vidas humanas e de vastas regiões e cidades daquele país devido ao terramoto de grau 9 e ao posterior tsunami que arrasou com partes significativas do território japonês. As redes, organizações e pessoas abaixo assinadas querem exprimir em primeiro lugar as suas mais profundas condolências ao povo japonês e dar a conhecer a sua dor partilhada e solidariedade pela emergência humanitária provocada por este desastre.
Ao mesmo tempo é altamente preocupante o impacto que o desastre natural causou na central nuclear de Fukushima, provocando explosões, o que levou a uma situação de grave risco por causa da libertação de material radioactivo, situação que pode piorar se os elementos do núcleo desta instalação se fusionam por sobreaquecimento. Também estão em perigo outras duas instalações nucleares em situação de risco em Onagawa e Tokai. O governo japonês viu-se obrigado a apagar pelo menos 11 centrais nucleares com o objectivo de prevenir mais desastres, o que deixou mais de 6 milhões de pessoas sem abastecimento de electricidade. 200.000 pessoas já foram evacuadas para prevenir uma possível exposição aos efeitos nocivos de um acidente nuclear e já se estão a tomar medidas de saúde pública com a população exposta.
Esta trágica situação alerta-nos UMA VEZ MAIS sobre o enorme perigo que significam as instalações nucleares para a sobrevivência e segurança do planeta e recordam-nos a resistência de activistas japoneses que há 40 anos se negaram à construção destas instalações. Hoje o mundo está a mudar, não só pelos riscos de desastres naturais mas também pelos riscos a que estamos sujeitos pelos impactos da mudança climática que produziu grandes inundações, deslizamentos e alterações severas na habitabilidade do planeta, como as derrocadas no Rio de Janeiro que há pouco tempo ameaçaram centrais nucleares instaladas na zona que tiveram de ser paradas até que a situação se estabilize. Esta vulnerabilidade global deve ser considerada adicionalmente, mas sobretudo devemos ser conscientes de que a tecnologia e o dinheiro não salvarão vidas uma vez que as tragédias se produzem.
A crise climática e a necessidade de energia deram lugar a que sobretudo as grandes corporações e os países desenvolvidos falem da energia nuclear como energia alternativa limpa e sustentável. Os próprios projectos do Banco Mundial sobre energia consideram-na como uma importante possibilidade assim como as grandes hidroeléctricas. Cada vez se torna mais claro que estas são falsas soluções que só aumentam o perigo e a vulnerabilidade da humanidade face às mudanças globais.
Está-se a propor a energia nuclear como uma fonte de energia alternativa e "limpa" nas negociações de mudança climática, mas está demonstrado que pode ficar fora de controlo tanto técnico como humano e afectar milhões de pessoas e em particular as próximas gerações pelo seu potencial efeito nocivo sobre a vida. Os Fóruns Multilaterais como o Processo Rio+20, o processo da Convenção do Clima, os fóruns relacionados com energia alternativa e outros devem considerar muito seriamente o uso da energia nuclear pela sua perigosidade.
Pedimos também aos governos que escutem as vozes da sociedade civil de todo o mundo que manifestou a sua oposição às falsas soluções, que escutem os seus povos.
Exigimos que os governos se concentrem em garantir a sobrevivência, o direito à habitabilidade, o direito à saúde e à soberania alimentar de milhões de pessoas no mundo, em vez de debilitar as condições no planeta cumprindo mandatos do capital.
Exigimos e reclamamos em todo o mundo que se proceda ao desmantelamento das centrais nucleares, que se procurem verdadeiras soluções para os povos e que no caminho se apliquem todas as precauções para evitar danos que tenhamos que lamentar. Chernobil, Fukushima são alertas que devem obrigar os governos a deixar de insistir em continuar a promover estes projectos. A energia nuclear para abastecimento de energia e ainda mais com fins bélicos deve parar.
Os negócios não nos interessam, o que nos interessa é a vida e a segurança da população, e não aumentar a sua vulnerabilidade.
CHERNOBIL E FUKUSHIMA SÃO SUFICIENTES!
NÃO À ENERGIA NUCLEAR!
REDES - AMIGOS DE LA TIERRA - Uruguay
FUNDACION SOLON - Bolivia
ECOLOGISTAS EN ACCION - España
BLUE PLANET PROJECT - Canadá
TWN (La RED DEL TERCER MUNDO) -
FoEM FRIENDS OF THE EARTH - Malaysia
CONSUMERS ASSOCIATION OF PENANG, Malasia
PLATAFORMA BOLIVIANA DE ACCION SOBRE EL CAMBIO CLIMATICO
COLECTIVO VIENTOSUR - Chile
HIJOS DEL MONTE, FRENTE NACIONAL CAMPESINO - Argentina
FOCO - Foro Ciudadano de Participación por la Justicia y los Derechos Humanos - Argentina
FEDAEPS - Ecuador
MOCICC (Movimiento Ciudadano Frente al Cambio Climático) - Perú
COMDA (Coalición de Organizaciones Mexicanas por el Derecho al Agua)
FOCUS ON THE GLOBAL SOUTH
ALIANZA SOCIAL CONTINENTAL
SUSTAINABLE ENERGY AND ECONOMY NETWORK (SEEN) - USA
IPS (Institute for Policy Studies) - USA
FUNDACION ECOSUR -Patagonia Chile
FUNDACION TERRAM - Chile
ASAMBLEA CIUDADANA POR LA VIDA de Chilecito, La Rioja -Argentina
Coordinadora por la defensa del agua y la vida. Provincia de El Loa
Asociación Colectivo Poder y Desarrollo Local - Guatemala
Asociación Vidas Verdes - Perú
GREENPEACE - México
GREENPEACE - Argentina
JUBILEO SUR
ACCION ECOLOGICA
OILWATCH - SUDAMERICA
OTROS MUNDOS A.C. - Amig@s de la Tierra México
GAIA - Portugal
quinta-feira, 17 de março de 2011
Não à Energia Nuclear
O recente acidente nuclear ocorrido no Japão veio, uma vez mais, colocar na ordem do dia a necessidade do abandono da energia nuclear de fissão para a produção de electricidade.
Ao contrário do que diz a propaganda pro-nuclear, a energia nuclear para além de não ser a solução alternativa ao petróleo, também contribui para o aumento do efeito de estufa, é cara para os contribuintes porque em todo o mundo é fortemente subsidiada pelos Estados, cria poucos empregos quando comparada com algumas fontes renováveis e não é segura, quer face a catástrofes naturais quer a eventuais ataques terroristas.
Para além do mencionado, se o que se pretende é uma sociedade mais limpa, justa, pacífica e verdadeiramente democrática, não podemos aceitar a opção por esta fonte de energética pois a energia nuclear é anti-democrática. Com efeito, dados os riscos e os negócios envolvidos, a indústria nuclear é por natureza secreta e pouco transparente.
Esperando que os impactos negativos para as pessoas e para o ambiente do acidente ocorrido no Japão não atinjam os níveis dos de Chernobil, reafirmamos a nossa recusa à fissão nuclear e a nossa opção pelo uso racional da energia e pelas fontes de produção de electricidade renováveis e descentralizadas.
Açores, 16 de Março de 2011
(texto divulgado com 56 susbcrições)
Para subcrever este texto envie um e-mail para terralivreacores@gmail.com, indicando o nome completo e a ilha de residência
quarta-feira, 16 de março de 2011
35 anos depois de Ferrel, Península Ibérica exige o fim da energia nuclear
Há 35 anos atrás, a população de Ferrel marchou contra a construção da primeira central nuclear em Portugal e estabeleceu um marco na rejeição do nuclear em Portugal. Também em Espanha, nos anos 70, fortes mobilizações anti-nucleares conseguiram impedir 10 dos 25 projectos planeados. Contudo, o acidente de Fukushima veio relembrar que os perigos da energia nuclear não conhecem fronteiras. Organizações portuguesas e espanholas reclamam agora o encerramento de todas as centrais nucleares em Espanha.
A situação nuclear no Japão
No passado dia 11 de Março, o Japão foi devastado por um sismo de magnitude 9,0 graus na escala de Richter e consequente tsunami. Para além da significativa perda de vidas humanas e de bens, as consequências podem ser ainda mais graves devido a problemas registados nas centrais nucleares.Esta situação expõe as fragilidades e os riscos associados ao uso da energia nuclear de fissão, não obstante o enorme investimento feito em segurança e o discurso tecnocrata de que tudo é controlável.
Vários especialistas consideram já este como o segundo maior incidente nuclear da história e não excluem a hipótese de ultrapassar a gravidade de Chernobil. Há neste momento vários reactores em risco de fusão do núcleo e já ocorreram várias fugas de compostos altamente radioactivas. Uma catástrofe ecológica e social é, neste momento, uma forte possibilidade. A gravidade da catástrofe, não só para o Japão, como também para os países vizinhos, será ditada pelo que se venha a passar com os reactores (que continuam a constituir uma incógnita para os especialistas), bem como pela direcção dos ventos que transportam as nuvens radioactivas.
Portugal disse não ao nuclear em Ferrel, há 35 anos
Em 1976 ainda não tinham ocorrido os acidentes nucleares mais graves da história: Three Mile Island (1979), Chernobyl (1986) e Fukushima (2011). Tal não impediu a população de Ferrel (localidade situada numa zona de sismicidade elevada, no concelho de Peniche) de marchar contra a construção de uma central nuclear na sua terra, a 15 de Março de 1976.
Também em Espanha se geraram fortes mobilizações anti-nucleares em Espanha, que conseguiram impedir a construção de 15 centrais nucleares no território espanhol. Como resultado, apenas entraram em funcionamento 10 reactores nucleares dos 25 planeados. Destes dez, um deles foi encerrado após o acidente de Vandellós em 1979 e a de Zorita encerrou em Junho de 2004.
35 anos depois, é tempo de reavaliar as unidades que se construiram por toda a Europa e, em particular na Península Ibérica, onde Espanha conta com 6 centrais nucleares (8 reactores) em operação, duas delas (Sta. María Garoña, perto de Burgos e Cofrentes, perto de Valência), utilizando a mesma tecnologia (BWR) que a central de Fukushima. A Central Nuclear de Almaraz, junto ao Tejo e a 100km da fronteira portuguesa, já ultrapassou o período previsto de funcionamento e há alguns meses foi decidido prolongar em 10 anos o seu período de actividade. Este é mais um factor de preocupação para Espanha e para Portugal. Em caso de um grave acidente nuclear, os impactos dificilmente ficarão contidos nas fronteiras espanholas.
Pedimos o encerramento faseado das centrais nucleares espanholas
A energia nuclear é prescindível em Espanha, dado que este país exporta energia eléctrica a todos os seus países vizinhos, incluindo França. A electricidade produzida pelas nucleares pode substituir-se por medidas de poupança e eficiência e por um forte apoio às energias renováveis. Desta forma poderia libertar-se a Península Ibérica do risco que constitui o funcionamento do 8 reactores nucleares, eliminando a possibilidade de desastres com o de Fukushima, no Japão.
Além do mais, evita-se a necessidade de gestão de resíduos radioactivos que venham a ser produzidos. Actualmente há cerca de 3500 toneladas de resíduos de alta actividade, que chegariam a 7000 Tm. Com o encerramento faseado das nucleares, o volume de resíduos nucleares seria convenientemente reduzido.
Se queremos uma sociedade sustentável, não podemos apostar em formas de produzir energia que possam pôr em causa as gerações presentes e as futuras, seja através da exploração do urânio, da ocorrência de acidentes ou através do legado futuro em termos de desmantelamento e deposição final dos resíduos nucleares.
Esperamos que a situação se resolva sem danos significativos para as pessoas e para o ambiente, mas o aviso é claro e não pode deixar de ser ouvido por todos aqueles que desejam uma sociedade sustentável e com futuro. As organizações subscritoras deste comunicado, apelam, por isso, ao encerramento de todas as centrais nucleares em Espanha.
terça-feira, 15 de março de 2011
NUCLEAR EM PORTUGAL? NÃO, MAIS DO QUE NUNCA
A propósito do acidente nuclear de Fukushima, no Japão
À enorme tragédia que já era o sismo e tsunami ocorrido há poucos
dias no Japão, veio somar-se a perigosa situação desencadeada na
central nuclear de Fukushima, ao norte de Tóquio (e, em menor escala,
noutras centrais). Todos desejamos que os danos sejam o mais possível
controlados e contidos. Infelizmente, a situação parece estar a
agravar-se. Seja como for, este é já o acidente nuclear mais grave
desde a explosão de 1986 em Chernobil (Ucrânia).
Nos últimos anos, é recorrente em Portugal, por parte de
um lóbi bem organizado e com interesses ligados à poderosa indústria
nuclear francesa, a tentativa de investir de uma pretensa
respeitabilidade a produção de energia em centrais nucleares,
tentando assim fazer passar por actual uma tecnologia já várias vezes
rejeitada com clareza pelo País.
A Campo Aberto, inserindo-se na tradição inequívoca (que
remonta aos anos 1970) do movimento ecológico universal e do
movimento ecológico e ambiental português, tem desde a sua fundação
em 2000 tomado posição clara ao lado do movimento antinuclear e a
favor das energias verdadeiramente alternativas e de baixo impacto.
Em 2006, a Campo Aberto teve mesmo um papel muito activo na
comemoração dos 30 anos da recusa, pelo povo de Ferrel (Peniche), da
suposta primeira central nuclear portuguesa. Que, felizmente, nunca
saiu do papel – e que nunca de lá deverá sair.
Uma das falsidades que nos têm querido impingir é a
suposta segurança das centrais nucleares. O acidente de Fukushima é
apenas mais um indício, dos numerosos existentes, de que se trata tão
só de uma falsidade. Se, em regiões sísmicas como as do Japão (ou o
sul de Portugal?) é mais evidente a loucura de recorrer a centrais
nucleares, elas comportaram desde sempre, e continuam a comportar,
seja qual for a região onde se instalem, riscos intoleráveis das mais
diversas ordens.
Embora haja diferenças, inclusive em matéria de
segurança, entre as sucessivas gerações de reactores, trata-se de uma
tecnologia, como todas, falível. Só que nenhuma outra, em caso de
falha grave, sempre possível, comporta consequências de tal magnitude
e escala. Sair do nuclear, reclama-se em voz bem alta em França, em
Espanha e na Alemanha. Nem sequer entrar nele em Portugal, é a única
atitude à altura do perigo em causa.
Em 26 de Abril próximo terão decorrido 25 anos sobre o
acidente de Chernobil. Decorrem também este ano, a 15 de Março, 35
anos sobre a rejeição do nuclear pela aldeia portuguesa de Ferrel.
Momento oportuno para repetir: Nuclear em Portugal? Não, mais do que
nunca.
Campo Aberto - associação de defesa do ambiente
www.campoaberto.pt
segunda-feira, 14 de março de 2011
A Greenpeace e o acidente nuclear no Japão
Desde Greenpeace queremos, en primer lugar, expresar nuestras condolencias a los familiares de las víctimas del terrible terremoto que ha sufrido Japón.
Estamos profundamente preocupados por las posibles consecuencias que el terremoto y el tsunami puedan tener sobre la seguridad de las instalaciones nucleares de Japón, así como de otras industrias peligrosas como las refinerías de petróleo o fábricas de productos químicos, y sobre sus potenciales efectos sobre la salud pública y el medio ambiente.
La situación en varias centrales nucleares, en especial en la de Fukushima-1, es muy preocupante. Catorce centrales nucleares situadas en la costa noreste de Honsu, la isla principal de Japón, están cerradas, probablemente muy dañadas todas ellas, como consecuencia del terremoto de ayer, de magnitud 8,9 en la escala de Richter. Las centrales japonesas, un país con requerimientos muy estrictos en cuanto a resistencia a riesgos sísmicos, estaban diseñadas para soportar como máximo terremotos de intensidad 7,5. La fuerza del que asoló ayer Japón es más de 10 veces superior.
Al iniciarse el terremoto, esas centrales nucleares fueron llevadas a situación de parada. Pero, y este es uno de los inconvenientes de una tecnología tan peligrosa como la nuclear, el riesgo de sufrir un accidente no acaba ahí, puesto que incluso con la central parada, el combustible nuclear sigue activo, sigue habiendo reacciones nucleares que, además de radiactividad, generan mucho calor. Aún en situación de parada, es necesario seguir refrigerando el núcleo del reactor, el combustible nuclear, durante muchas horas, para evitar un accidente nuclear.
Los sistemas de refrigeración de emergencia del núcleo del reactor funcionan con electricidad. Pero el terremoto afectó al suministro eléctrico externo de las centrales de Fukushima-1 y 2 (al menos, de estas dos), dejando a éstas sin aporte eléctrico, lo que se llama en la jerga nuclear un station black-out. En ese caso, tendrían que haber entrado en funcionamiento inmediatamente los generadores diesel de emergencia de la central. Pero estos, quizá por efecto del terremoto, no funcionaron. Entonces, empezó la cuenta atrás.
El combustible nuclear, sin ser refrigerado activamente, empezó a sobrecalentarse. El agua en el interior de la vasija del reactor empezó a evaporarse, el vapor a aumentar la presión del interior de la vasija, el combustible a quedarse al descubierto, sin agua que lo enfriase. Es el principio de un LOCA (Loss of Coolant Accident), el accidente por pérdida de refrigerante, el peor que se puede dar en una central nuclear. De esos que, según la industria nuclear, nunca pueden ocurrir.
Las primeras horas son críticas, si no se actúa se puede llegar a una situación de fusión del núcleo (cuando las varillas metálicas que encierran las pastillas de combustible de uranio se derriten, funden y se mezcla todo con el altamente radiactivo combustible nuclear) y entonces se liberan en gran cantidad los isótopos radiactivos que hay en el combustible. Fukushima-1 es un reactor como el de Garoña (Burgos), con un pésimo sistema de contención.
Ante la ausencia de suministro eléctrico externo queda algún sistema de mucha menor capacidad que funciona con aporte de baterías propias. Con ello, por ejemplo, tratarían de usar el agua del condensador para refrigerar el núcleo, para ganar algo de tiempo, mientras esperaban generadores diesel que iban a traer los militares norteamericanos. Pero esa maniobra tiene un efecto muy limitado y no logró revertir la situación. Las horas pasaban y el combustible nuclear se estaba quedando al descubierto, al menos parcialmente, sin agua a su alrededor: la temida fusión del núcleo.
Al aumentar la temperatura, se incrementaba la presión en el interior de la vasija. Así los responsables de la central y, se supone, las autoridades niponas, decidieron abrir las válvulas de alivio y soltar vapor radiactivo al la atmósfera exterior para rebajar la presión, con idea de evitar un desastre mayor. De estos hechos ya no cabe duda. Hasta el Consejo de Seguridad Nuclear español (CSN) ha reconocido hoy que en la central nuclear de Fukushima-1 se forzó deliberadamente el escape a la atmósfera de gases contaminados radiactivamente procedentes del reactor. Los niveles de radiación en la zona se han elevado, según fuentes, entre 300 y 1.000 veces por encima de lo permitido. Hubo que ordenar evacuar a la población, 45.000 personas.
Evidentemente, cualquier cantidad de radiación que se libere a la atmósfera pone en riesgo la salud de las personas de la zona, la salud pública y el medio ambiente. Lo que ya está claro es que en Fukushima-1 han fallado claramente las medidas de protección física diseñadas para aislar la radiactividad del medio ambiente.
Además, una explosión en la mañana del sábado (hora española) en la central parece haber dañado seriamente la estructura de la contención secundaria y hay informaciones contradictorias sobre si alguna parte de la estructura se ha derrumbado.
La situación del reactor es crítica y aún no está controlada, a la hora de escribir estas líneas. La magnitud final del escape radiactivo dependerá, por supuesto, de que se pueda estabilizar el reactor, y se pueda refrigerar el núcleo. En estos momentos, parece ya claro que el accidente podría ser ya de la gravedad del que ocurrió en Three Mile Island (EE.UU.) en 1979, el segundo más grave en la historia de la industria nuclear, sólo después de la catástrofe de Chernobyl.
A pesar de todas las incertidumbres causadas por la falta de información, causada en parte por el lógico caos que vive el país pero también por el secretismo nuclear de las autoridades, nos enfrentamos a un escenario en el que podría ocurrir una liberación ingente de radiactividad del reactor Fukushima-1.
De momento, no se puede descartar que la situación pueda avanzar hacia una fusión total del núcleo de la central, como se dio en Chernobyl. Todo este proceso podría ir muy rápido o tardar varios días, dependiendo del estado del sistema de refrigeración. Las consecuencias de tal accidente sería tremendas, como ya se comprobó en el de Chernobyl.
De hecho, según parece el Gobierno japonés está ampliando la zona de evacuación hasta un diámetro de 40 kms. alrededor del complejo nuclear Fukushima Daiichi (donde está el reactor Fukushima-1 y otros 5 más), así como ha establecido una zona de exclusión de 20 km alrededor de la instalación Fukushima-Daini (con 4 reactores). Esto indica que hay una amenaza inmediata no sólo entorno al reactor Fukushima-1, sino que la situación no está del todo bajo control en los demás reactores y que podrían llegar a darse más accidentes allí también.
La incertidumbre sobre lo que está ocurriendo en las centrales nucleares de Japón impone cierta prudencia a la hora de plantearse escenarios futuros. Sin embargo, una conclusión es clara: los reactores nucleares son intrínsecamente peligrosos.
La industria nuclear nos dice que accidentes como este no pueden pasar con reactores modernos, pero hoy Japón está en medio de una crisis de consecuencias potencialmente devastadoras por culpa de la energía nuclear.
Las energías limpias de verdad, las renovables, no crean problemas de seguridad nacional. Y en caso de desastres naturales no añaden un problema más a una población ya fuertemente afectada por la fuerza de la naturaleza. La nuclear no se puede incluir, como muchos pretenden, en un modelo energético limpio, seguro y sostenible.
Carlos Bravo, Responsable de la Campaña de Energía Greenpeace
Fonte: www.kaosenlared.net/noticia/podria-conllevar-accidente-nuclear-japon
domingo, 13 de março de 2011
Quercus e AZU tomam posição sobre a energia nuclear
Sismo e Tsunami no Japão expõem riscos das Centrais Nucleares
No passado dia 11 de Março, o Japão foi devastado por um sismo de magnitude 8,9 graus na escala de Richter e consequente tsunami. Para além da significativa perda de vidas humanas e de bens, as consequências podem ser ainda mais graves devido a problemas registados nas centrais nucleares. Esta situação, que se espera venha a ser resolvida de forma rápida e sem consequências de maior, expõe as fragilidades e os riscos associados ao uso da energia nuclear de fissão, não obstante o enorme investimento feito em segurança e o discurso tecnocrata de que tudo é controlável.
Uma Preocupação Acrescida
Desde o momento da ocorrência do sismo no Japão que o mundo passou a olhar para o país com preocupação e ansiedade, sempre a aguardar por notícias que contextualizem o que se passou e as consequências desta catástrofe natural. Contudo, esta preocupação e ansiedade estão aumentadas, neste caso, devido à presença de centrais nucleares no centro deste desastre e às recorrentes notícias que, desde ontem, têm surgido e que parecem espelhar uma escalada da situação, principalmente num dos reactores da central de Fukushima. A ocorrência do sismo em conjunto com o tsunami que se seguiu provocaram uma falha no sistema de refrigeração da central o que parece ter despoletado uma série de eventos, os quais não foi ainda possível anular. Notícias muito recentes dão conta de uma explosão na central e a Agência Nuclear Japonesa já veio reconhecer a presença de material radioactivo nas imediações do reactor 1 da central de Fukushima, o que poderá indicar uma fusão do combustível de urânio.
Não ao Nuclear em Portugal
Portugal tem sido palco de alguns debates em torno da adopção, ou não, desta forma de produzir electricidade. Felizmente, a opção nunca foi essa e esta experiência japonesa deve-nos relembrar que também o nosso território é marcado por um elevado risco sísmico, particularmente nas áreas onde a localização de uma central poderia ser mais apetecível.
Perante a nossa experiência em relação às externalidades do uso da energia nuclear associadas à exploração do urânio, a nossa inexperiência na regulamentação, acompanhamento e fiscalização de centrais nucleares, a nossa tendência para deixar as regulamentações no papel, a actual crise económica e o potencial que temos em energias renováveis, parece-nos claro que a aposta do país deve ser nas energias renováveis e nunca na energia nuclear.
Se queremos uma sociedade sustentável, não podemos apostar em formas de produzir energia que possam pôr em causa as gerações presentes e as futuras, seja através da exploração do urânio, da ocorrência de acidentes ou através do legado futuro em termos de desmantelamento e deposição final dos resíduos nucleares.
Ao passarem 35 anos da manifestação da população de Ferrel (localidade situada numa zona de sismicidade elevada) contra a construção de um empreendimento destes na sua terra, é tempo de reavaliar estas unidades industriais e desde já reforçar a segurança e acompanhamento das centrais nucleares espanholas e investir aceleradamente na recuperação do passivo de todo o ciclo do urânio.
Esperamos que a situação se resolva sem danos significativos para as pessoas e para o ambiente, mas o aviso é claro e não pode deixar de ser ouvido por todos aqueles que desejam uma sociedade sustentável e com futuro.
Lisboa, 12 de Março de 2011
Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza
AZU - Ambiente nas Zonas Uraníferas
sábado, 12 de março de 2011
A Energia Nuclear é Segura e Alternativa ao Petróleo?
Radiação em central nuclear japonesa é 1000 vezes superior ao normal
Os níveis de radiação na central nuclear de Fukushima I, no nordeste do Japão, subiram até 1000 vezes acima do normal e as autoridades mandaram evacuar a população que viva num raio de dez quilómetros desta instalação.
Casas destruídas pelo tsunami na cidade de Natori City, no Nordeste do Japão (REUTERS)
No exterior da central, ao romper do dia (mais nove horas que em Lisboa) diz a televisão pública NHK, citada pela agência AFP, a radioactividade é oito vezes superior ao normal, o que não constitui perigo para a saúde.
O problema é a subida de pressão no interior do reactor, em resultado de uma avaria no sistema de refrigeração do reactor nesta central operada pela Tokyo Electric Power, que fica a cerca de 240 quilómetros a norte de Tóquio. O Japão declarou, pela primeira vez, estado de emergência devido a um incidente nuclear.
Ao todo, 15 centrais encerraram em consequência do sismo, embora apenas quatro pareçam continuar fechadas.Hoje durante o dia tinha já sido evacuadas cerca de 3000 pessoas - embora a agência AFP falasse em 6000 - que vivem num raio de três quilómetros em torno da central.
A central de Fukushima I teve uma avaria mecânica no sistema que arrefece o reactor, quando a electricidade foi cortada, após o tremor de terra. Mesmo depois de parada a reacção em cadeia nuclear, os bastões de combustível continuam quentes. Para remover o calor é preciso bombear água, e para isso é preciso electricidade.
Se o sistema de refrigeração se mantiver sem funcionar durante muitas horas, a água evapora-se e o combustível nuclear começa a derreter-se — isso foi o que aconteceu na central de Three Mile Island, na Pensilvânia (EUA), em 1979, disse ao "New York Times" David Lochbaum, cientista que trabalhou em três complexos de reactores nucleares norte-americanos que usam tecnologia da General Electric, tal como o de Fukushima I.
O Governo enviou uma equipa das forças de auto-defesa (o nome do exército japonês) especializada em protecção nuclear para a central, disse a agência noticiosa Kyodo, citada pela AFP.
A agência Reuters adianta que os Estados Unidos transportaram líquido refrigerante para a central nuclear, a partir de bases norte-americanas na zona, citando a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Mas a jornalista Christiane Amanpour, diz através do Twitter, que se trata simplesmente de água, e também de geradores a diesel, "para por mais bombas de água a funcionar."
As centrais nucleares têm equipamentos de segurança, para garantir que os reactores são desligados, em caso de catástrofe natural, como um grande sismo. Mas podem sempre acontecer avarias ou imprevistos.
Em 2007, a Tokyo Electric Power, que também explora a central de Fukushima, viu-se forçada a admitir que a maior central do país, a de Kashiwazaki-Kariwa, sofreu pelo menos 50 avariadas, incluindo canos rebentados, fugas de água e lixo radioactivo, em consequência de sismo de 6,8 na escala de Richter. A fuga de radioactividade foi modesta, mas só foi descoberta duas horas após o sismo, e os cidadãos só foram informados 12 horas depois.
Notícia actualizada às 22h38
Fonte: Público, 11-3 -2011
http://www.publico.pt/Mundo/radiacao-em-central-nuclear-japonesa-e-1000-vezes-superior-ao-normal_1484365
Para saber mais: http://www.kaosenlared.net/noticia/explota-central-nuclear-japon-tras-terremoto-multilica-nivel-radiactiv
quarta-feira, 9 de março de 2011
terça-feira, 8 de março de 2011
Por que existe um dia da mulher?
Nildo Viana
Dia 8 de março, Dia da Mulher. As pessoas geralmente não se perguntam por qual motivo existem determinadas datas comemorativas. Por qual motivo existe um dia da mulher? E a mesma pergunta deveria ser feita sobre outras datas, tanto as festivas quanto as demais. O Dia da Mulher, segundo alguns, é uma homenagem às operárias tecelãs que morreram carbonizadas em Nova York em 1857, como resultado da repressão à sua manifestação.
Porém, este acontecimento histórico deixa de ser, para muitos, uma data simbólica das lutas femininas e se transforma em apenas mais um dia formal de comemoração, tal como o Dia da Árvore e o Dia do Índio. A destruição das sociedades indígenas e o desmatamento, no entanto, continuam, assim como a opressão das crianças e das mulheres continua, apesar de existir “um dia” de homenagem a estes segmentos sociais.
No entanto, o Dia da Mulher vai perdendo cada vez mais o seu significado original e hoje vem sendo mercantilizado, como é o Dia da Criança, o Natal, entre outros exemplos. O costume de dar flores começa a se alastrar, bem como já criaram “cestas para o Dia da Mulher”.
O Dia da Mulher é um dia no qual se faz discurso sobre o sexo feminino, as feministas e os políticos fazem referência à sua luta e importância, os meios de comunicação fazem reportagens e passam mensagens, o comércio busca vender produtos voltados para esta data. Mas nada de substancial muda na condição feminina.
Existe o Dia da Mulher pela razão de que existe um problema da mulher, a questão feminina, mesmo que este seja escamoteado. É a opressão da mulher – e sua luta contra ela, como no caso das tecelãs norte-americanas – que faz existir o Dia da Mulher. A opressão da mulher se manifesta no cotidiano, no trabalho, na esfera doméstica, nos atos de violência, nas condições de vida, na cultura, no mercado.
Mas as mulheres não deveriam ter apenas um dia, e sim todos os dias, assim como as crianças, os índios, bem como todos os explorados e oprimidos. Enquanto houver opressão da mulher, haverá o Dia da Mulher. E por isso esse dia deveria ser um dia de luta contra essa opressão e de todas as outras formas de exploração. Esta luta sendo vencedora significaria o fim da opressão e, por conseguinte, o fim do Dia da Mulher e assim todos os dias seriam das mulheres – e dos homens – e não apenas um dia.
____________________
Artigo Publicado originalmente no Jornal Diário da Manhã, edição 6702, http://www.dm.com.br/impresso.php?id=128556.
VIANA, Nildo. Por Que Existe um Dia da Mulher? Diário da Manhã, Goiânia-GO, v. 6701, p. 04 - 04, 12 mar. 2006.
Fonte: http://informecritica.blogspot.com/2011/03/por-que-existe-um-dia-da-mulher.html
segunda-feira, 7 de março de 2011
CONTRA A CONSTRUÇÃO DE UM CAMPO DE GOLFE EM SANTA MARIA
ABAIXO-ASSINADO
Excelentíssimo Presidente do Governo Regional dos Açores,
Excelentíssimo Presidente da Assembleia Legislativa Regional dos Açores,
Os abaixo-assinados, marienses e outros cidadãos, nomeadamente turistas, sensibilizados pelo impacto negativo da construção do Campo de Golfe de Santa Maria projectado para a freguesia de Almagreira, solicitam a Vossas Excelências, a tomada de medidas que visem o cancelamento imediato desse projecto.
Fazem-no pelos seguintes motivos:
• há provas evidentes e suficientes que o Golfe não é um investimento rentável nos Açores;
• investir no Golfe não garante o sucesso de políticas de turismo sustentável atacando o estatuto que as Ilhas dos Açores alcançaram como destino turístico, precisamente por causa dessas políticas;
• O Campo de Golfe de Santa Maria é um projecto que contraria as medidas de contenção do investimento público, estando orçamentado em quinze milhões de euros, sendo que dois terços desse valor se esgotam apenas na aquisição de terrenos e devidas indemnizações o que, por si só, vai inflaccionar drasticamente o valor dos prédios rústicos em toda a ilha;
• A Sociedade Ilhas de Valor SA, responsável pelo projecto do Campo de Golfe de Santa Maria, não apresentou um Estudo de Impacto Ambiental, exigido, por lei, para projectos de golfe com dezoito buracos;
• O projecto do Campo de Golfe de Santa Maria, retirando o contexto paisagístico de inegável valor, é um atentado ambiental a um conjunto de terrenos com os solos mais férteis da Ilha de Santa Maria, conhecidos, em tempos, pela produção de cereais, recurso que será destruído de forma irreversível;
• Não há um estudo que garanta que o Campo de Golfe se auto-sustente em termos de necessidade de água e numa ilha onde ela escasseia, isso representa um perigo latente;
• A Sociedade Ilhas de Valor SA pode canalizar o investimento do projecto do Campo de Golfe para outras áreas fomentando o desenvolvimento sustentável da Ilha de Santa Maria.
NOTA: Os signatários devem deixar o nome completo. Assinaturas anónimas não são validadas. Podem, inclusive, deixar o número de BI nos comentários.
Assine aqui: http://www.ipetitions.com/petition/stopgolfsma/
sábado, 5 de março de 2011
Bom ano do morcego
Durante 2011-2012 celebra-se o Ano do Morcego.
O ICNB criou um site dedicado ao Ano do Morcego que poderá ser acedido através do endereço www.wix.com/anodomorcego/icnb.
sexta-feira, 4 de março de 2011
Petição contra a destruição da baia do Funchal com o dinheiro da Lei de Meios
Petição à Assembleia da República para rever a Lei de Meios para a Região Autónoma da Madeira, com o objectivo das verbas ao abrigo desta Lei não servirem para a destruição da baía do Funchal.
Exmo. Sr. Presidente da Assembleia da República Portuguesa
Na sequência das cheias catastróficas de 20 de Fevereiro de 2010, o Governo Regional da Madeira criou um depósito provisório com os materiais removidos das três ribeiras que desaguam na baía do Funchal, a sul da Avenida do Mar. Este depósito provisório manteve-se durante todo o Verão e foi aumentado com novos despejos resultantes das cheias de 21 de Outubro, 25 de Novembro e 20 de Dezembro de 2010, e de 20 de Janeiro de 2011. O que era um depósito provisório tornou-se num aterro permanente, tendo o Governo Regional da Madeira, a 15 de Fevereiro de 2011, anunciado a intenção de construir no local do aterro um cais de acostagem de navios de cruzeiro e uma marina com valor estimado de 40 milhões de euros provenientes das verbas da Lei de Meios.
Considerando que se trata de uma obra nova e não de uma reconstrução;
Considerando que a intervenção prevista pelo Governo Regional da Madeira destrói em definitivo a praia junto à Avenida do Mar;
Considerando que o projecto em causa poderá tornar ainda mais problemático o escoamento das ribeiras de Santa Luzia e João Gomes em momentos de cheia;
Considerando que um cais em mar aberto terá grandes restrições de operacionalidade nos meses de Outono e Inverno, que são os que revelam maior frequência de navios de cruzeiro;
Considerando que as intervenções propostas descaracterizam a baía do Funchal, ameaçando a sua qualidade como destino turístico e para usufruto dos residentes;
Considerando que as verbas da Lei de Meios devem ser prioritariamente utilizadas na requalificação urbana e na segurança das populações;
Os cidadãos abaixo assinados rejeitam a possibilidade do dinheiro da Lei de Meios ser gasto pelo Governo Regional da Madeira na construção de novas estruturas portuárias, solicitando à Assembleia da República que reanalise a referida Lei com o objectivo dos dinheiros da solidariedade nacional serem utilizados somente na reconstrução das estruturas danificadas pela aluvião de 20 de Fevereiro de 2010.
Assine a Petição Aqui: http://www.vivamadeira.com/peticoes/component/content/article/39-activas/165-leidemeios.html
Subscrever:
Mensagens (Atom)