Pela criação de um Colectivo Açoriano de Ecologistas que tenha por objectivo a reflexão-acção sobre os problemas ambientais, tendo presente que estes são problemas sociais e que a sua resolução não é uma simples questão de mudanças de comportamentos, mas sim uma questão de modelo de sociedade.
domingo, 31 de janeiro de 2016
Petição: Assine e divulgue
À Câmara Municipal de Angra do Heroísmo
Acabar com o financiamento público das touradas em Angra do Heroísmo (Açores)
MCATA Movimento Cívico Abolicionista da Tauromaquia nos Açores Portugal
É de conhecimento público o valor exorbitante de verbas públicas gasto com a realização da feira taurina que integra o programa anual de festas concelhias de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira (Açores).
Pesquisas recentes apontam que foram gastos um milhão e trezentos mil euros de dinheiros públicos só nos últimos cinco anos, e vão ser gastos mais cem mil euros no presente ano.
Enquanto em plena crise continuamos a assistir à retirada de direitos e à pressão para mais cortes sociais, a indústria tauromáquica, uma indústria anacrónica baseada na tortura e no sofrimento animal, continua a ser privilegiada na atribuição dos nossos impostos, em detrimento da educação e da solidariedade social e ao contrário de outras iniciativas culturais que sobrevivem com migalhas e muito esforço voluntário.
Profundamente chocados com esta realidade, apelamos veementemente à Câmara Municipal de Angra do Heroísmo que termine com o financiamento destas práticas que não acrescentam nada de positivo à ilha e envergonham cada vez mais a humanidade.
Assine aqui: https://www.change.org/p/c%C3%A2mara-municipal-de-angra-do-hero%C3%ADsmo-acabar-com-o-financiamento-p%C3%BAblico-das-touradas-em-angra-do-hero%C3%ADsmo-a%C3%A7ores
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terça-feira, 26 de janeiro de 2016
Romeu
Romeu
A educação para os direitos dos animais ou para a defesa do bem-estar animal deve ser uma das prioridades para quem defende um mundo mais justo, pacífico e respeitador de todos os seres vivos.
Para além da educação, o Dr. J.P. Richier, conhecido psiquiatra francês, defende que as crianças e jovens não devem ter acesso a espetáculos violentos, entre os quais as touradas.
Depois de afirmar que “aquilo que devemos transmitir aos nossos filhos não são valores ou práticas imutáveis, mas sim valores e práticas que têm sentido e ideal no nosso mundo actual”, J.P. Richier acrescenta o seguinte:
A habituação à violência não evita, por outra parte, certas formas de trauma. Alguns apaixonados pelas touradas têm relatado uma primeira experiência, na infância, marcada pelos choros e pela perturbação. A posterior repetição da experiência violenta pode gerar, ao mesmo tempo, um trauma e uma impregnação da violência, que aparece como um mecanismo de defesa para absorver esse trauma. Por outra parte o relatório Brisset (2002) menciona o seguinte: “Enfim, os peritos sublinham que a violência é tanto mais traumatizante quanto ela é repetitiva, mesmo que uma só imagem ou uma só cena já o possam ser segundo algumas vivências ou na opinião dalgumas personalidades. A repetição da imagem violenta favorece, segundo certo número de psiquiatras, uma espécie de impregnação da violência.”
No que diz respeito à educação, as associações de proteção dos animais envolvidas na tentativa de minimizar os abandonos de animais de companhia, procurando persistentemente famílias de acolhimento, temporário ou definitivo, não têm tido, do meu ponto de vista, tempo nem recursos para chegar a outros animais e a uma campanha sistemática de sensibilização/educação.
Os recursos disponíveis pelo menos em português também não são abundantes, pelo que saudamos a publicação de “Romeu- o touro que não gostava de touradas”, uma história dedicada aos mais pequenos, com texto e ilustração de Tânia Bailão Lopes e prefácio do autor Heitor Lourenço.
No prefácio desta “história de Romeu, um touro pinga-amor, muito meigo e amigo de todos”, Heitor Lourenço escreveu:” Ninguém, nenhuma criatura, gosta de a sentir. Por isso acho que é dever do ser humano, uma vez que é dotado de uma elevada inteligência, fazer uso dela da melhor maneira, diminuindo o sofrimento e tornando o mundo melhor”.
Uma bonita história que se recomenda.
Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 30843, 26 de janeiro de 2016, p.13)
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
Bombas
BOMBAS
A confirmar-se o recente teste de uma bomba de hidrogénio por parte da Coreia do Norte, desde 16 de julho de 1945, ano em que foi realizado o primeiro teste nuclear, no Novo México, nos Estados Unidos, realizaram-se até hoje em todo o mundo 2056 testes nucleares.
A nível mundial, os Estados Unidos da América foi o país que realizou mais testes nucleares, 1032, em segundo lugar no “ranking” está a União Soviética/Rússia, com 715, e em terceiro lugar a França, com 210. Depois das grandes potências nucleares, também fizeram testes nucleares, a Inglaterra, a China, a Coreia do Norte, a Índia e o Paquistão.
Desde Setembro de 1996, encontra-se aberto para assinaturas o Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares que estabelece que os signatários não devem realizar qualquer teste nuclear. O tratado que até agora foi assinado por 183 países, não conta com a aprovação dos seguintes países que possuem armas nucleares: China, Egito, Coreia do Norte, Índia, Irão, Israel, Paquistão e Estados Unidos.
Não sendo a primeira vez que a Coreia do Norte não respeita o Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares não é, também, a primeira vez que vários países que o não assinaram, hipocritamente, vêm condenar aquele país.
Não sendo novidade, tanto os testes como as condenações, o que poderá ser novo é o facto de a Coreia do Norte ter testado não uma bomba nuclear “tradicional” mas uma bomba de hidrogénio.
Qual a diferença entre os dois tipos de bombas?
A primeira diferença é que para a mesma massa, uma bomba de fusão, bomba de hidrogénio ou bomba H possui uma potência três vezes maior do que uma de cisão, bomba atómica ou bomba A.
No que diz respeito ao “modo de funcionamento”, a bomba atómica baseia-se na cisão de um elemento químico que poderá ser o isótopo* 235 do urânio ou o plutínio-239.
Numa bomba atómica são colocadas num invólucro, duas quantidades do elemento químico separadas, subcríticas, que ao juntarem-se passam a supercríticas. Para que se dê a junção e a consequente explosão, uma dos processos utilizado consiste no uso de um explosivo convencional que provoca a junção das suas massas antes separadas. As bombas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaqui eram deste tipo.
As bombas de hidrogénio ao contrário das atómicas, baseadas na desintegração dos átomos, têm como fundamento a fusão de certos átomos leves, como o hidrogénio, com a emissão de muita energia.
Nas bombas de hidrogénio os isótopos de hidrogénio mais usados são o deutério (átomo com um neutrão) e o trítio (átomo com dois neutrões). Para que seja possível a fusão dos átomos é necessário o fornecimento de uma quantidade muito elevada de energia, o que é feito através de uma detonação de uma bomba de cisão colocada no centro da bomba H.
O primeiro teste de uma bomba H ocorreu a 31 de outubro de 1952, nos Estados Unidos da América.
Para que a população mundial viva em paz, não basta condenar o que fazem os outros. “Para que possa o ser humano receber com propriedade o título de “homo sapiens”, terá de abolir ou restringir esta grave ameaça” (Albert Einstein).
*isótopos- átomos de um mesmo elemento químico que possuem o mesmo número de protões e diferente número de neutrões.
Teófilo Braga
(Correio dos Açores, 30837, 20 de janeiro de 2016, p.14)
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