terça-feira, 9 de abril de 2013

PODAS



Podas?
Quase todos os anos com a aproximação da Primavera, ou mesmo em pleno Inverno, nas várias ilhas dos Açores, assiste-se a um autêntico massacre promovido pelas mais diversas entidades oficiais, sobretudo por alguns departamentos do Governo Regional dos Açores e por autarquias locais.
São as impropriamente chamadas podas radicais que são sempre justificadas em nome da segurança de pessoas e bens. Entre nós, é sobretudo nas bermas das estradas que, em nome da pretensa segurança, que deve ser garantida a todos os utilizadores, são cometidos verdadeiros abusos que consistem no corte de ramos saudáveis ou mesmo na retirada de toda a copa.
Esquecem-se, os responsáveis pelas podas que uma árvore saudável e bem escolhida para um determinado lugar não tem necessidade de ser podada, sendo mais do que suficiente a eliminação de ramos mortos e de outros que pela sua inserção são mais vulneráveis à queda.
Se é verdade que se podem fazer podas por razões de saúde das árvores, como para travar um ataque de parasitas, ou por razões estéticas, também não deixa de ser verdade que, como escreveu Emmanuel Michau: “O homem não pode ter para com um ser vivo a mesma atitude que tem face aos materiais inertes. A gestão das árvores não se deve fazer com menosprezo da sua saúde e da sua estética”.
Penso que é no mínimo uma autentica falta de sensibilidade o decapitar árvores a torto e a direito como se tem visto em algumas das nossas estradas. Contudo, se as malfadadas podas ou mais propriamente decapitações são feitas em locais onde se deviam estar a formar jovens, como são as escolas, considero-as um verdadeiro crime, sobretudo quando os responsáveis forem os próprios professores.
Depois de tantos protestos, depois de algumas formações que se têm realizado, não é compreensível que, ano após ano, e por mais promessas que têm sido feitas de rever posições e comportamentos, se continuem a cometer os mesmos erros.
Teimosia, memória curta, ausência de bom gosto ou incompetência?
T. Braga