A leitura da notícia abaixo poderá dar uma ideia errada acerca de uma das associações que fazem parte do denominado movimento ambientalista açoriano. Com efeito, o facto de, embora em parte do ano, dar emprego a perto de 30 funcionários e de ter quatro núcleos organizados em diferentes ilhas poderá levar à conclusão de estarmos perante uma poderosa organização ambientalista.
No que diz respeito ao número de funcionários, eles existem não para a implementação de actividades próprias, mas sim para satisfazer uma necessidade da SRAM, pois por razões orçamentais, esta prefere que sejam as associações a pagar as despesas com os funcionários, não os integrando nos seus quadros.
No que se refere aos núcleos, a razão da existência prende-se com a tentativa de uma gestão mais próxima das estruturas geridas.
Através de uma leitura atenta da página Web dos Montanheiros, pode-se concluir que a actividade principal, para além da gestão de espaços cuja responsabilidade deveria ser assumida pelo Governo Regional, é a desportiva/recreativa.
Esta componente desportiva/recreativa é a que desde a fundação dos Montanheiros sempre teve mais peso nas suas actividades pelo que a muito custo se pode enquadrar esta associação como ONGA e por consequência dizer que faz parte dos novos movimentos sociais.
Resta-nos desejar que a actividade dos Montanheiros continue por muitos mais anos, reconhecendo o seu pioneirismo em prol de um melhor conhecimento da riqueza espeleológica da Ilha Terceira e dos Açores.
Sociedade "Os Montanheiros" perfaz 47 anos de actividade
Tem núcleos em quatro ilhas e são responsáveis pela gestão de cinco infra-estruturas de visitação e interpretação do património geológico açoriano, a par de outras iniciativas. Além, do Algar do Carvão e da Gruta do Natal, na Terceira, ilha onde está sedeada, a associação "Os
Montanheiros" tem ainda a seu cargo a gestão da Casa da Montanha e da Gruta das Torres, no Pico, além da Furna do Enxofre, na Graciosa. A sociedade espeleológica, que chega a contratar perto de três dezenas de funcionários nas épocas altas, faz hoje 47 anos de existência.Já são 47
anos de existência que a Sociedade de exploração espeleológica "Os Montanheiros" perfaz hoje, dia 1 de Dezembro.
A associação responsável pelas primeiras explorações a grutas e a cavidades geológicas da Terceira e noutras ilhas dos Açores tem actualmente a seu cargo diversos centros de interpretação e de visitação, bem como trilhos pedestres e outras iniciativas na região.
Este aniversário, como referiu ao jornal "a União", o presidente da direcção, Paulo Barcelos, apesar de ser hoje, iniciou ontem as suas celebrações.
"Os Montanheiros assinalam o seu 47.º aniversário com as habituais comemorações que se repartem por dois dias. Na sessão solene de hoje (ontem) à noite, haverá uma intervenção muito interessante sobre o Geoparque Açores. Amanhã (hoje), temos a alvorada, a missa por alma dos sócios falecidos e a última prova de competição/entretenimento «Degraus do Algar do Carvão». À noite haverá a entrega de prémio e convívio".
*Aniversário/balanço*
A efeméride, à semelhança de anos anteriores, é sempre um momento para apresentar um balanço das actividades de 2010. Balanço este, refere o responsável pel´ "Os Montanheiros" que, este ano, foi bastante atarefado: "realmente, não tivemos tempo, nem recursos para o fazer algumas das coisas que tínhamos projectado, porque estivemos envolvidos, este ano, pela primeira vez, na gestão de dois novos espaços: a Casa da Montanha da ilha do Pico e a Furna do Enxofre, na ilha Graciosa. Tivemos um ano bastante atarefado com a gestão de recursos naturais disponíveis aos visitantes, a fazer a gestão de alguns centros de interpretação, do Governo Regional, com o qual Os Montanheiros estabeleceram protocolos".
Além da Casa da Montanha e da Gruta da Torres, no Pico e da Furna do Enxofre na Graciosa, Os Montanheiros têm ainda a seu cargo o Algar do Carvão e a Gruta do Natal, na ilha Terceira, ilha onde detém a sua sede, no centro de Angra do Heroísmo, na Rua da Rocha.
"Os Montanheiros, neste momento, estão estabelecidos em quatro ilhas, com núcleos aí formados. Algumas das estruturas que gerimos são estruturas próprias, outras são geridas através de protocolo com o Governo Regional", explicou.
*Verão com 30 funcionários*
Segundo Paulo Barcelos, as crescentes solicitações levam à contratação de mais recursos humanos, sobretudo na época alta do ano: "colaboradores directos, nós chegamos a ter, no ponto mais alto do Verão -- em Julho e Agosto -- perto de trinta funcionários a trabalhar para a associação".
Pertencentes ao quadro, Os Montanheiros possuem quatro funcionários.Porém, referiu Paulo Barcelos, a criação da Sociedade de Gestão Ambiental e Conservação da Natureza, S.A., a AZORINA, SA, formalmente criada em Abril deste ano, vai reorganizar toda a acção da associação.
Para o ano, antecipa, alguns dos espaços a cargo d´ "Os Montanheiros" passarão para as competências da AZORINA, que, informou, deverá entrar em funcionamento já no início de Janeiro.
"Essa empresa pública vai ajudar o Governo Regional a assegurar a melhor gestão desses espaços", disse, acrescentando que "até lá, Os Montanheiros colaborarão e estarão sempre disponíveis para colaborar nesses projectos".
A nova sociedade anónima ficará responsável pelos centros de interpretação ambiental que existem na Região, além de ecotecas, bem como das estruturas de processamento de resíduos.
No que diz respeito à associação: "esta empresa vai, de alguma forma, aliviar-nos desses compromissos e obrigações, deixando-nos mais disponíveis para as actividades programadas pela associação".
Humberta Augusto (texto)
Fonte: http://www.auniao.com/noticias/ver.php?id=22170